Funcionários do aeródromo de Tires, em Cascais, encontraram esta quarta-feira mais cocaína dentro do avião da empresa portuguesa OMNI onde, em fevereiro, as autoridades brasileiras detetaram 500 quilos daquela droga, disse à Lusa fonte da infraestrutura aeroportuária. A mesma fonte não conseguiu precisar a quantidade de droga encontrada na aeronave, que pertence à empresa privada OMNI — Aviação e Tecnologia, com sede em Porto Salvo (Oeiras).

A Polícia Federal do Brasil apreendeu no início de fevereiro meia tonelada de cocaína escondida neste avião particular que já tinha recebido autorização para descolar da cidade de Salvador com destino a Portugal. A droga foi encontrada durante uma inspeção de agentes da Polícia Federal quando o avião se encontrava na pista do Aeroporto Internacional de Salvador.

O avião Falcon 900, da empresa OMNI, foi apreendido em 9 de fevereiro depois de um voo da cidade brasileira de São Paulo para Salvador, capital do estado da Bahia, de onde deveria seguir para Portugal. João Loureiro, empresário português e antigo presidente do Boavista, era um dos passageiros que deveria embarcar no avião. Nessa altura, foi ouvido pela Polícia Federal (PF) brasileira e negou qualquer envolvimento no caso.

João Loureiro, filho de Valentim Loureiro, garantiu ainda desconhecer este cidadão espanhol com ligações ao tráfico de droga e explicou que foi ao Brasil num avião privado pago por uma empresa brasileira que o queria contratar como consultor.

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O jato particular que se encontrava no Brasil tinha como destino Tires, mas o piloto detetou falhas mecânicas e pediu uma inspeção à aeronave, durante a qual foram descobertos pacotes suspeitos, tendo sido chamada a polícia, que apreendeu a cocaína escondida na fuselagem da aeronave. A droga tinha sido dividida em embalagens com indicação de marcas desportivas famosas.

João Loureiro, 500 quilos de cocaína e empresários do futebol. O enigma do avião privado com droga retido no Brasil

Além de Loureiro e de um cidadão espanhol, que já estava debaixo de olho das autoridades portuguesas, viriam do Brasil cinco outros passageiros: os empresários de futebol Bruno André Carvalho dos Santos e Hugo Miguel Gonçalves Cajuda de Sousa, Paulo Jorge Saturnino Cunha, Bruno Geraldes de Macedo e o jogador do Benfica Lucas Veríssimo da Silva.

Em 23 de fevereiro, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal confirmou que já estava a investigar o caso da apreensão da cocaína encontrada no Brasil dentro da fuselagem deste avião que tinha como destino Tires.

A agência Lusa contactou entretanto as autoridades policiais para obter mais esclarecimentos, mas até ao momento ainda não obteve resposta.