Em tempos de pandemia, os portugueses aplicaram mais dinheiro em depósitos, fundos e certificados e duplicaram a poupança. De março de 2020 até junho de 2021 o valor alcançado foi de 22.736 milhões de euros, um valor 118% acima do mesmo período de 2018/2019, o que corresponde a 12.286 milhões.
De acordo com o jornal Público trata-se de uma poupança forçada pelo confinamento, mesmo perante uma crise provocada pela Covid-19 que deixou uma enorme incerteza e que diminuiu o rendimento disponível dos portugueses, apesar dos apoios sociais.
Contudo, houve quem conseguisse poupar e os depósitos estiveram no topo das preferências, com valores a chegarem aos 18.053 milhões de euros nos meses em análise. Feitas as contas aos depósitos, é uma subida de 9361 milhões face ao mesmo período de 2018/2019, o que se traduz em 76% do total da poupança extra.
Num olhar apenas para o mês de abril de 2020, aquele em que se registou o maior nível de confinamento em Portugal, houve depósitos no valor de 2039 milhões de euros, praticamente quatro vezes mais do que no mesmo período de 2019. Contrariamente, em março foram retirados de fundos ligados a obrigações, imobiliário e ações 1256 milhões de euros, segundo dados revelados pelo Banco de Portugal.
Esse valor acabou mais tarde por ser recuperado, tendo em conta que até ao final do ano houve uma diferença de 3359 milhões de euros face aos montantes aplicados entre março de 2018 e junho de 2019, que não foram além dos 121 milhões.