Ganharam os últimos cinco Campeonatos, as últimas duas Taças, as últimas três Supertaças (com esta seria sempre a quarta). Foram as duas equipas que lutaram pela principal prova até ao final nos derradeiros anos, foram também as duas equipas nacionais que representaram como nunca nesta nova versão o país na Liga dos Campeões. FC Porto e Sporting têm dominado o andebol nas últimas temporadas, com os dragões a terem a melhor resposta depois do bicampeonato dos leões. No entanto, a final da Supertaça na Nazaré era bem mais do que um jogo, bem mais do que um clássico. E não faltavam motivos de interesse.

Logo à cabeça, e de forma natural, a disputa do primeiro troféu oficial da época, com os dragões a poderem isolar-se como o clube com mais vitórias e os leões a lutarem por aproximar-se de FC Porto e ABC. Depois, a tarde de reencontros após um verão quente em que Pedro Valdés trocou Alvalade pelo Dragão e o Sporting respondeu com a contratação não só do técnico Ricardo Costa mas também dos seus filhos, Francisco e Martim. Por fim, a atual série não só em clássicos (cinco vitórias e dois empates para os azuis e brancos nos últimos sete encontros) mas também em provas nacionais, com uma série de 77 jogos sem derrotas.

No final, a maior experiência do FC Porto, a mesma que conseguiu resgatar a vitória na meia-final diante do Benfica depois de uma má primeira parte, conseguiu fazer a diferença por 34-29 num clássico mais movimentado e intenso do que seria de esperar onde o Sporting mostrou ter alguns reforços jovens com grande capacidade para montarem uma base duradoura mas que ainda procura as melhores rotinas. Com mais um triunfo, os azuis e brancos passam a ser a equipa nacional com mais Supertaças (oito, mais uma do que o ABC), uma motivação extra para a equipa antes de fazer a estreia na Liga dos Campeões.

Ao contrário do que tinha acontecido com o Benfica, o FC Porto teve uma entrada a todo o gás e demorou apenas alguns minutos a criar uma confortável vantagem de três golos que obrigou Ricardo Costa a uma paragem técnica mais madrugadora do que o normal (4-1, 7′). O desconto não teve resultados práticos e foi o campeão nacional a dominar por completo a final, com o primeiro golo de Branquinho aos 16′ a dobrar o resultado azul e branco (12-6). As facilidades pareciam tantas que a equipa de Magnus Andersson pareceu relaxar em demasia, num período aproveitado pelos leões nos últimos cinco minutos antes do intervalo para ficar a um antes de Miguel Alves fechar um primeiro tempo com grande intensidade em 20-17.

Essa recuperação poderia dar o mote para uma segunda parte em que o Sporting se conseguisse soltar mais dentro de um contexto de criação de novas rotinas que no FC Porto estão há muito assimiladas mas foram os dragões de novo a agarrarem na partida fazendo valer o seu jogo 7×6 e beneficiando de duas exclusões ao banco verde e branco que abriram alas a novo descolar do resultado para os sete golos (25-18) apesar de uma grande entrada do jovem guarda-redes tunisino Yassine Belkaied. Ricardo Costa tentou outras alternativas no plano defensivo mas aquilo que conseguiu foi apenas reduzir para quatro golos, acabando em 34-29.

Em atualização

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