As próximas semanas, começando já esta sexta-feira, vão ser marcadas por greves em vários setores. Bombeiros, farmacêuticos do Serviços Nacional de Saúde, trabalhadores da Função Pública, enfermeiros, entre outros profissionais, marcaram paralisações para exigir mais direitos ou o cumprimento daqueles que deviam estar a ser cumpridos.
O anúncio dos vários protestos começou a ser feito assim que o Governo deu a conhecer a proposta do Orçamento do Estado para 2022. Abaixo, veja a lista com as datas, por setores, de todas as paralisações.
Técnicos superiores e especializados da educação
Data da greve: 15 de outubro
Os técnicos superiores e especializados da educação marcaram uma greve nacional para esta sexta-feira. O anúncio foi feito pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais e muitos destes profissionais vão concentrar-se no Porto e numa manifestação em frente à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEST).
Os profissionais, como foi avançado pela Lusa, exigem “direitos e dignidade profissional”. Além disso, a estrutura sindical diz que a contratação precária continua a ser a solução “ilegal” usada pelo Ministério da Educação para responder a necessidades permanentes de pessoal nas escolas.
Técnicos de educação em greve nacional concentram-se sexta-feira no Porto
Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)
Data: 22 de outubro
Os técnicos de emergência pré-hospitalar vão estar em greve na próxima semana, a 22 de outubro. O pré-aviso de greve foi entregue pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (STEPH) no qual se exige a “responsabilização dos dirigentes pelas diversas ilegalidades cometidas”. Estão previstos serviços mínimos.
O sindicato exige a revisão da carreira e melhores condições de trabalho. Rui Lázaro, presidente do STEPH, diz os motivos que levam a esta paralisação parcial são os que têm vindo a ser reivindicados pela estrutura sindical e que se mantém sem resposta.
Técnicos de emergência pré-hospitalar em greve dia 22 com manifestação em Lisboa
Farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde
Data: 28 de outubro a 2 de novembro
Os farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão estar em greve a partir de dia 28, durante seis dias. A paralisação foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF). Henrique Reguengo, presidente da entidade, afirma que esta será “a primeira greve que o sindicato convoca em 20 anos”. A greve tem serviços mínimos decretados e abrangerá todos os farmacêuticos que trabalham no SNS — farmácia hospitalar, laboratórios e genética humana.
Como explica a Lusa, os farmacêuticos pretendem exigir a concretização atempada da residência farmacêutica (formação prévia à entrada na carreira), abertura de concursos para a progressão na carreira, a negociação do diploma das direções e coordenações dos serviços e a revisão e atualização do estatuto remuneratório face às habilitações académicas e profissionais desta classe.
Enfermeiros do SNS
Data: 3 e 4 de novembro e manifestação a 28 de outubro
Os sindicatos dos enfermeiros marcaram uma greve para a primeira semana de novembro, tendo esta sexta-feira confirmado que teria lugar a 3 e a 4 de novembro. Para além disso, marcaram uma concentração no dia 28 deste mês em frente à Assembleia da República.
Estes profissionais de saúde reclamam descongelamento da carreira e avaliação de desempenho igual aos enfermeiros da Região Autónoma da Madeira. Além disso, consideram que os 700 milhões de euros para reforçar o SNS previstos na proposta do Orçamento do Estado para 2022 “só serão efetivamente bem empregues se tivermos em cima da mesa” as áreas para as quais este acréscimo orçamental será afeto.
Enfermeiros marcam greve para os dias 3 e 4 de novembro que junta sete sindicatos
Bombeiros profissionais
Data: 11 e 12 de novembro
Os bombeiros profissionais têm greve marcada para os dias 11 e 12 novembro devido à proposta do Orçamento do Estado. O Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais afirma que o governo “se esqueceu completamente” da classe,
Como explica a Lusa, entre as reivindicações estão aumentos salariais, subsídio de risco igual ao das forças de segurança, num valor de 100 euros mensais, regulamentação de todo o setor dos bombeiros e proteção civil, revisão da tabela salarial dos bombeiros sapadores, tendo em conta que tal não acontece desde 2009, e 35 horas de trabalho, segundo a Associação Nacional dos Bombeiros e Profissionais e Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais.
Bombeiros profissionais desagradados com OE2022 marcam greve para 11 e 12 novembro
Função Pública
Data: 12 de novembro (confirmação a 18 de outubro)
Na quarta-feira, Frente Comum anunciou que propôs aos sindicatos a realização de uma greve nacional da Função Pública já no próximo dia 12 de novembro justificando a decisão com a “ausência de propostas que deem resposta aos problemas” dos trabalhadores da administração pública. A decisão de avançar com a paralisação será feita a 18 de outubro.
Em declarações à Rádio Observador, Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, disse que a entidade “aceita que o Governo pelo 13 ano consecutivo mantenha salários, carreiras e funções sociais do Estado no estado em que estão”. “Aumento de 0,9 não é aumento, é atualização, vai corresponder ao que foi a inflação, esquecendo que há 13 anos não há aumentos”, adiantou.
Frente Comum convoca greve da função pública para 12 de novembro
Trabalhadores da Transtejo
Data: a definir, mas será de cinco dias
Os trabalhadores da Transtejo, que fazem as ligações entre a Margem Sul do rio Tejo e Lisboa, decidiram marcar cinco dias de greve parcial. A decisão foi tomada durante um plenário de trabalhadores, realizado no mesmo dia, não estando ainda estabelecido os dias em que ocorrerá a paralisação.
Estes profissionais a reivindicam aumentos salariais. Os trabalhadores da Transtejo, juntamente com os da Soflusa (que partilha a administração da Transtejo), fizeram várias greves parciais durante este ano, a última das quais em 21 de setembro, devido a falhas nas negociações salariais entre a administração da empresa e os sindicatos. Contudo, os funcionários da Soflusa aceitaram uma proposta de integração de subsídio para não avançar também com uma paralisação.
Trabalhadores da Transtejo decidem avançar com cinco dias de greve parcial
Artigo atualizado às 18h22