A duquesa de Sussex escreveu uma carta aberta — onde defende a licença parental — dirigida a duas figuras de topo dos Estados Unidos: Nancy Pelosi, líder dos democratas no Congresso, e Charles Schumer, líder democrata do Senado. A carta não foi escrita enquanto “uma autoridade eleita” ou “uma política”, mas sim na pele de uma “cidadã preocupada” e enquanto “mãe”. Meghan Markle é mãe de Archie, de dois anos, e de Lilibet, que nasceu a 4 de junho deste ano e cujo nome é uma homenagem à rainha Isabel II.

Na carta, Meghan esclarece que tanto ela como Harry ficaram muito felizes com a chegada da filha mais nova, mas também “sobrecarregados”. Ainda assim, “como poucos pais, não fomos confrontados com a dura realidade de passar os primeiros meses críticos com o nosso bebé ou de voltar ao trabalho”. A duquesa esclarece que teve a opção de levar a filha para casa e aí dedicar-se a 100% à recém-nascida, sem necessidade de fazer “decisões impossíveis” sobre creches, trabalho e cuidados médicos.

Para Meghan, nenhuma família deveria ter de escolher, defendendo ainda que “ao tomarmos conta dos nossos filhos, tomamos conta da nossa comunidade e do nosso país”. Dá ainda exemplo de países em que a licença parental é uma realidade e específica o que acontece na Estónia, que oferece mais de um ano e meio de licença a ser partilhada pelos pais, um grande contraste face à realidade nos EUA, que “não garante a nível federal a qualquer pessoa um único dia de licença”.

Na carta, a duquesa fala ainda sobre a forma como cresceu, esclarecendo o luxo que era era jantar fora — mesmo que a refeição custasse cerca de 5 dólares (4,29 euros), e como começou a trabalhar numa loja de frozen iogurt aos 13 anos, chegando a servir às mesas e a fazer babysitting. “Trabalhei a minha vida toda e poupei quando e onde podia — mas mesmo isso era um luxo — porque normalmente era para pagar as contas, a renda e pôr gasolina no carro.”

Os membros da família real, lembra o The Times, devem abastecer-se de comentários políticos, no entanto, os duques de Sussex afastaram-se da realeza no arranque do ano passado, trocando o Reino Unido pelos EUA. Durante as eleições presidenciais de 2020, Harry e Meghan não apoiaram qualquer candidato, ainda que o discurso público tenha sido aparentemente a favor de Joe Biden, sobretudo quando o duque comentou: “À medida que nos aproximamos de novembro, é vital que rejeitemos o discurso de ódio, a desinformação e a negatividade online”.

Os democratas estão a trabalhar na finalização do plano de gastos sociais, o qual deverá incluir até quatro semanas de licença parental remunerada.

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