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A resiliência inspiradora do Centro de Portugal

Este artigo tem mais de 3 anos

O Turismo Centro de Portugal estreou uma rubrica intitulada “Inspira-te”, onde divulga exemplos de empreendedorismo, resiliência e inovação em tempos de pandemia no Centro de Portugal.

Na mitologia grega, Sísifo era considerado o mais astuto e resiliente dos mortais. Por duas vezes conseguiu ludibriar o mais negro dos destinos: a morte. Renegou os deuses com a audácia de escolher o rumo da sua existência. Mais tarde pagou por isso, foi condenado a empurrar uma pedra até ao cimo de uma montanha, pedra essa que, invariavelmente, rolava sempre montanha abaixo sempre que o topo era alcançado. A tarefa era, aparentemente, infrutífera, mas o seu arrojo tornou o seu nome imortal. “A própria luta para chegar ao cume basta para encher o coração de um homem. É preciso imaginar Sísifo feliz”, escreveu Albert Camus.

Nos últimos dois anos viveram-se tempos de desafios árduos no setor do Turismo. De dificuldades, de interrogações e de incertezas. De rochedos pesados que, a muito custo, foram erguidos e reerguidos. Uma, duas, três, incontáveis vezes. Tal como Camus, o Turismo Centro de Portugal sentiu-se inspirado por essa luta tão resiliente quanto arrojada. Cada grão dessa pedra e cada mineral dessa montanha formam um empreendedor. E há muitos no Centro de Portugal. A entidade regional de turismo percorreu o seu vasto território para ouvir os seus testemunhos, que compilou numa rubrica que, adequadamente, denominou “Inspira-te!”.

A Quintinha da Eira, situada no ribatejo, na aldeia de Charruada, em Torres Novas, é mais do que um empreendimento de Turismo Rural. É o sonho do casal Custódio e Fátima Pouseiro – 75 e 69 anos, respetivamente – que decidiram transformar o eucaliptal onde costumavam brincar em pequenos num empreendimento turístico cheio de charme que lhes transmitisse paz, tranquilidade e a “alegria de estarem rodeados de pessoas, como eles tanto gostam”, acrescenta a filha, Susana Pouseiro, que concilia a gerência de um gabinete de contabilidade com o cargo “não oficial” de relações públicas da Quintinha da Eira. “O que torna o nosso empreendimento especial são os meus pais, o amor que colocam no que fazem, recebendo como ‘reis’, quem nos visita”.

Quintinha da Eira

O empreendimento surgiu em 2014. Tem seis quartos, uma sala de chá e leitura, uma sala de refeições “onde se pode reviver os aromas e sabores da cozinha tradicional portuguesa”, uma casinha do forno, “onde existe um forno a lenha onde os hóspedes são convidados a fazer o seu próprio pão”, um jacuzzi interior e uma piscina exterior, muita natureza envolvente e diversos animais da quinta, “que permitem uma experiência sensorial e pedagógica que desperta sorrisos a miúdos e graúdos”. Pela manhã, os pequenos hóspedes podem ir buscar os ovos à capoeira, e tratar dos patos, das ovelhas e das cabras-anãs.

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Susana destaca as muitas atividades desenvolvidas na quinta – desde passeios de burro na aldeia à preparação de cestas de piquenique para lanchar junto aos moinhos – as iguarias da mãe, a beleza do interior e o verde do exterior, meticulosamente cuidado pelo pai, e a alma. “Somos um turismo rural com alma”.

A pandemia, inicialmente, trouxe medo, ansiedade, insegurança e, sobretudo, silêncio à Quintinha da Eira. “Muitos momentos de silêncio, que não estávamos habituados”. Recorda o primeiro confinamento, onde tinha o verão preenchido na totalidade e, de um momento para o outro, os cancelamentos começaram a cair. “Foi angustiante”.

“Não foi fácil superar, mas optámos por tomar medidas e mudar a estratégia do negócio, mais uma vez pensámos ‘fora da caixa’. Adaptámos o nosso espaço a novas oportunidades e realidades; para além de todos os procedimentos necessários, passámos a alojar apenas pessoas do mesmo grupo familiar, de forma a evitar maior número de contactos. Optámos por não servir pequenos-almoços, proporcionando apenas todas as condições para que o fizessem, não tínhamos atividades e não intervimos no interior do turismo, para segurança dos nossos hóspedes”.

Quintinha da Eira

A família optou também por alugar o espaço verde da quinta, devido à imensa procura por parte de famílias por espaços ao ar livre para festas de aniversário, churrascos ou outros momentos de convívio em segurança.

Durante todo este processo, a palavra “desistir” nunca foi pronunciada. “Nunca. Sempre fomos habituados a trabalhar e a lutar pelo que queremos e amamos”, afirma Susana, sublinhando que, além das contrariedades, se vivem “tempos de persistência e esperança”. “Desejamos continuar a fazer parcerias com outros turismos e procurar encontrar soluções ‘fora da caixa’ para ultrapassarmos as adversidades e recuperarmos em conjunto”.

O Real Abadia Congress & Spa Hotel é um convite à história da região de Alcobaça e à riqueza da cultura cisterciense. A sua arquitetura, decoração e design inspiram-se na tranquilidade, luminosidade e criatividade que caracterizam os Monges de Alcobaça.

Os serviços recuperam as tradições, práticas e engenhos desta ordem religiosa, pautando-se pelo elevado padrão qualitativo. Os quartos são temáticos e todos escondem uma história para os hóspedes conhecerem. Há um espaço natural exterior “imenso e verdejante”, há zonas zen e uma piscina interior, feita de pedra e aquecida, que faz viajar no tempo. Há ainda quatro suites, dedicadas a quatro grandes amores: Romeo e Julieta, Pedro e Inês, Dom Quixote e Dulcineia e Adão e Eva.

Real Abadia Congress & Spa Hotel

Tudo começou como um projeto familiar, “que surgiu do nosso gosto por viajar e por receber amigos estrangeiros”, revela Rita Leão, uma alcobacense de 40 anos que já foi formadora de turismo e mandarim e proprietária de uma agência de viagens, antes de se tornar diretora deste empreendimento. “Toda a família adora viajar e conhecer outros países. O contacto com outras culturas, o experimentar coisas novas, ver como se faz e o que se usa noutros locais, noutras cidades, noutros países é um gosto/interesse que se foi enraizando. O turismo é também uma forma de conhecer outras culturas, recebendo bem quem nos visita e de desfrutar da partilha de experiências ao mesmo tempo que se mostra o que de melhor temos na região”.

Define este projeto hoteleiro como um sonho, que “tem sido muito acarinhado pela comunidade local”, refere, sorridente, classificando como “recompensador” esse reconhecimento do empreendimento “como uma oferta diferenciadora, uma forma de dar a conhecer a quem nos visita um pouco mais de vários aspetos da cultura alcobacense”.

Com a pandemia, houve uma grande redução do número de reservas que, consequentemente, levou a uma quebra acentuada no volume de faturação. “A burocratização associada aos apoios, as restrições e constantes alterações do que era e não era permitido”, foram dificuldades acrescidas.

A “persistência” foi uma das palavras de ordem para lidar com essas contrariedades, sendo acompanhada por estratégias de contingência. “De modo a não comprometer a operação dos meses seguintes, procedemos a uma avaliação cuidadosa de todos os custos, estabeleceram-se renegociações de contratos e diminuição de custos. Esta postura perante estas dificuldades não fez, contudo, desaparecer os prejuízos sofridos, apenas permitiu aumentar a resiliência do empreendimento numa época com mudanças diárias que impactavam negativamente o setor turístico”.

Real Abadia Congress & Spa Hotel

Destacando a “resiliência” demonstrada pelo setor, Rita Leão encara o futuro de forma promissora. Está convicta numa retoma progressiva dos fluxos turísticos nacionais e internacionais e no regresso ao ritmo de receitas pré-pandemia. “Com a situação pandémica ultrapassada, estamos confiantes que os hóspedes irão valorizar ainda mais a nossa oferta que está assente numa atitude ambientalmente responsável”.

Na maravilhosa costa de São Pedro de Moel, uma bela e mística praia rodeada por uma floresta de pinheiros-reais, com praias selvagens e desertas e dezenas de ondas solitárias à espera de quem queira experimentar a atividade do surf, está sedeada a Murillo’s Surf & Bodyboard Academy.

Foi criada por Miguel “Murillo” Bastos André, um “apaixonado” pelo mar que arranjou forma de estar sempre próximo da sua paixão. Começou a surfar aos 11 anos, trabalhou numa esplanada na praia, foi nadador salvador. Em 2001 tornou-se instrutor certificado de surf e em 2006 fundou a sua própria academia, onde dá aulas de surf, bodyboard e stand up paddle, “para todos os níveis e todas as idades”.

Foi também professor de educação física, por isso sente um desejo especial de ensinar, de “transmitir e partilhar essa paixão pelo mar e pelos desportos de ondas com o próximo”, sentindo também uma “pré-disposição inata” para servir da melhor forma os clientes e as pessoas que o rodeiam, que são a “grande inspiração e um dos principais motivos para a aposta neste empreendimento”.

Destaca o “ensino personalizado e próximo”, a segurança que imprime e transmite nas aulas, a organização de todo o processo, “desde o primeiro contacto até à continuidade”, e as suas dedicadas equipas de trabalho como os pilares do sucesso da Murillo’s Surf & Bodyboard Academy. A “cereja no topo do bolo”, destaca, é a “alegria e a felicidade” dos clientes com as aprendizagens e as suas experiências no mar.

Murillo’s Surf & Bodyboard Academy

Apesar da paragem da atividade durante os confinamentos e da “luta incansável” para garantir os ajustes e adaptações estruturais para cumprir com as normas da DGS, Murillo “nunca perdeu a paciência”, nem baixou os braços e os resultados fizeram-se sentir. “Apesar da pandemia, 2020 foi um dos nossos melhores anos de sempre. Acreditamos que essa tendência se vai manter em 2021, podendo, inclusivamente, até aumentar”.

O empresário pretende retomar “já no início de 2022” a atividade ao nível do treino desportivo e acompanhamento de jovens atletas às competições nacionais e tem também algumas ideias de “carácter inovador”, a descortinar no futuro.

E revela-se confiante nesse futuro. “Há que lhe sorrir para ele nos sorrir de volta”, diz, a rir, antes de projetar o seu olhar no horizonte infinito do mar. “A perspetiva é a de continuar a haver crescimento, o mercado do Surf está em alta e creio que assim se manterá pela dinâmica do sector que é potenciada quer pela inquestionável qualidade das ondas portuguesas por toda a costa nacional, quer pelo enorme impacto mediático que se tem conseguido através das entidades envolvidas, onde se inclui naturalmente e à cabeça, o Turismo Centro de Portugal”.

A Rede Côa Selvagem começou em Janeiro de 2021 e é uma iniciativa da Rewilding Portugal (uma associação sem fins lucrativos focada na conservação da natureza, sediada na Guarda), que tem como desígnio aumentar a visibilidade do Grande Vale do Côa, criar sinergias entre os negócios da rede, facilitar a criação de pacotes turísticos e promover uma nova economia baseada na natureza na região.

“A iniciativa da rede de negócios ‘Côa Selvagem’ é uma ação pioneira em Portugal e uma das primeiras da Europa”, afirma Pedro Prata, diretor da Rewilding Portugal. “A conservação da natureza não deve ser feita num vácuo, é preciso trabalhar com as populações e negócios locais para que seja bem-sucedida. Os incentivos económicos são chave para a preservação e restauro da natureza”.

Rewilding Portugal

Segundo Pedro Prata, uma estratégia para promover essa preservação é a criação de uma rede de negócios que “partilha a visão da Rewilding Portugal” para um Côa mais selvagem. “Entidades que ganham benefícios económicos diretos das ações de conservação da natureza e que têm interesse na sua continuidade e expansão são chave para tornar a visão uma realidade”.

A densidade populacional baixa e a população envelhecida da região do Grande Vale do Côa são um desafio acrescido para “encontrar negócios/parceiros espalhados pela paisagem de uma maneira uniforme”. E essa busca tornou-se ainda mais complicada com a pandemia.

Rewilding Portugal

A “instabilidade” do setor do turismo e a “incerteza” relacionada com a pandemia da Covid-19 causaram dificuldades, que foram enfrentadas com uma “campanha de comunicação forte”, com recurso a atividades com influencers. O diretor da Rewilding Portugal vislumbra um ponto positivo: “Esta pandemia alertou-nos para uma necessidade muito intrínseca de termos uma relação mais próxima e mais benéfica com o mundo natural”.

O objetivo é expandir a rede Côa Selvagem à medida “que o trabalho da Rewilding Portugal se expande no Vale e o corredor ecológico do Côa começa a ser recuperado”. Pedro Prata sublinha que com as “ameaças gémeas” das alterações climáticas e perda de biodiversidade, é “imperativo” restaurar ecossistemas. “E o Grande Vale do Côa tem um grande potencial para o regresso da natureza, o que irá criar novas oportunidades para a vida selvagem, mas também para o turismo de natureza. O futuro é selvagem”.

Na pacata aldeia do Rabaçal, no concelho de Mêda, encontramos a Quinta da Bacelada, uma empresa de Turismo em Espaço Rural que engloba uma casa senhorial do século XVII e uma propriedade agrícola de 34 hectares. Um ambiente cheio de tradições e natureza, onde António Eurico Inocencio costumava brincar quando era criança. Hoje, o médico dentista de 53 anos gere e desenvolve o empreendimento que começou como um sonho dos pais: Tornar a casa que vai na quarta geração numa referência de turismo no Rabaçal, “ajudando também a colocar o Rabaçal e Meda no mapa”.

Quinta da Bacelada

O projeto de turismo surgiu em 1998 com a remodelação da casa e conversão do espaço. “Desde essa data tentamos sempre crescer e melhorar”. Hoje, a Quinta da Bacelada é amplamente conhecida pelo turismo equestre, embora se subdivida em várias vertentes que vão desde os passeios a pé e de bicicleta, a caça, a pesca, os eventos, ao turismo de habitação. Daí ser normalmente designada ‘Quinta da Bacelada Equestrian Tourism, Events, Hunting and Fishing’. Ou como uma empresa “All One With Nature”, por “apostar na sustentabilidade dos recursos e do ambiente”, por ser certificada pela Biosphere e pela sua envolvência natural, que permite “as mais variadas experiências”.

Para além do “acolhimento familiar”, a aposta no turismo equestre é um dos principais elementos diferenciadores da Quinta da Bacelada. “Somos os únicos na zona a ter um picadeiro federado e temos a possibilidade de, além de dar aulas, organizar passeios a cavalo pela natureza, incluindo visitas às gravuras do Vale do Coa”.

Quinta da Bacelada

Com a pandemia, houve uma acentuada diminuição de hóspedes e alunos para as aulas de equitação. Com “resiliência, determinação e espírito de entreajuda dos colaboradores”, Eurico aproveitou esse interregno para proceder a melhorias no empreendimento. “Construímos um campo de saltos para que os nossos alunos possam evoluir na arte de cavalgar. Estabelecemos contactos com o estrangeiro para trazer hóspedes para a prática equestre. Em termos de alojamento, estamos a terminar a construção de mais oito quartos”.

O empreendedor está convicto numa retoma positiva. “As perspetivas são de crescimento”.

A Casa das Jardas é um espaço de turismo rural localizado perto de duas Aldeias Históricas de Portugal, Monsanto e Idanha-a-Velha, que nasceu da concretização do sonho de criar “um lugar mágico para celebrar a vida com amigos e família”. A Herdade das Jardas permanece na família desde o século XIX e o legado de “cuidar com toda a hospitalidade e amor” quem a visita permanece intocado.

Casa das Jardas

“Nesta Casa pode desfrutar da tranquilidade da vida no campo, da pureza das paisagens da campina raiana e da hospitalidade das pessoas da Beira Baixa”, afirma Mariana Menezes, que integra a equipa do empreendimento, fundado em 2002 e que inclui nove quartos – “todos com vistas panorâmicas sobre a paisagem de Raia”, sala de estar com lareira, sala de jogos “com mesa de snooker, matraquilhos, jogos de tabuleiro, entre outros”, piscina exterior, parque infantil e bicicletas disponíveis de forma gratuita, “para belos passeios pelos arredores da propriedade”.

A Casa das Jardas foi totalmente reconstruída, “mantendo no entanto todas as suas características iniciais”, tendo sido batizada em homenagem ao nome original da propriedade, que deriva da medida de cumprimento “yard“, expressão inglesa equivalente a 0.9144 metros.

O empreendimento está inserido numa herdade agrícola de 275 hectares, que está, presentemente, “a ser transformada num extenso amendoal”.

Casa das Jardas

A pandemia trouxe dias complicados à Casa das Jardas. “Não foram períodos fáceis, tornou-se difícil garantir a sustentabilidade do nosso empreendimento”, assegura Mariana. “No entanto encarámos essas dificuldades como uma oportunidade para melhorarmos a nossa casa, para que os hóspedes se sintam cada vez melhor e possam usufruir de uma experiência magnífica, associando o ar puro à hospitalidade do povo da Beira Baixa”.

A Vougaldeias é um empreendimento turístico em Couto de Esteves, Sever do Vouga, que nasceu do sentido de oportunidade de Messias Cardoso, empresário de 66 anos de Ílhavo. Quando assistiu à apresentação dos planos para a construção da Barragem de Ribeiradio, vislumbrou uma oportunidade de “fazer algo diferenciador na região”. Inicialmente, a intenção era reconstruir apenas uma casa que, eventualmente, poderia ser alugada. Mas o empresário entusiasmou-se e criou algo muito maior. “Ele costuma dizer que é uma brincadeira que se tornou muito séria”, revela a filha Patrícia Cardoso, uma das responsáveis pelo empreendimento.

A Vougaldeias tem duas casas, a Casa da Tulha (que engloba dois apartamentos T2 e três T1) e as Casas da Seara (uma suite e cinco apartamentos T1), sendo ambas servidas por uma área de lazer comum, “onde os visitantes podem disfrutar de momentos únicos de tranquilidade e harmonia com a natureza, enquanto descobrem os encantos da região”, assegura Patrícia.

Vougaldeias

Um dos pontos diferenciadores da Vougaldeias, sublinha a empresária, é a autonomia dos hóspedes. “Não precisam de nós ou dos nossos serviços para uma estadia agradável já que podem confecionar as suas próprias refeições nos apartamentos. No entanto, e para quem quiser realmente aproveitar a estadia ao máximo, temos ainda uma série de serviços e atividades que ajudam a completar a experiência, como um SPA com serviço de massagens, jacuzzi, banho turco e ginásio, aluguer de bicicletas, serviço de pequeno-almoço e piquenique, entre outros”.

Está presentemente em curso um projeto para proporcionar mais unidades de alojamento (suites) e um restaurante, “para quem quiser aproveitar o tempo de férias sem cozinhar”.

“Estamos sempre prontos para aceitar novos desafios, não estávamos à espera é de uma pandemia, dos medos e incertezas que se instalaram e de um futuro incerto”, confessa Patrícia. “O que vale é que temos connosco a melhor equipa, as melhores pessoas que podíamos ter ao nosso lado, a Tânia que cuida de todos os detalhes, a São que cuida de todos nós, sem esquecer a nossa força maior, o Messias, um exemplo invulgar de força e resiliência”.

O confinamento levou ao encerramento temporário do empreendimento. “A possibilidade de alojar pessoas que pudessem estar em teletrabalho não era uma opção, já que ainda não há infraestruturas que permitam a colocação de Internet naquela zona”, afirma Patrícia.

Viveram-se tempos difíceis. “Durante os vários meses que estivemos fechados, as contas continuavam a chegar e parte dos salários ainda tinham de ser pagos pela empresa”.

Vougaldeias

No entanto, a retoma reergueu o sonho e até despertou planos de expansão. Para além dos referidos projetos, está planeada a recuperação alguns espaços, como circuitos de manutenção e zonas para piqueniques, para utilização pública.

“Como diz a canção de Manuel Freire ‘(…) o sonho comanda a vida; E sempre que um homem sonha; O mundo pula e avança’ ”, alude Patrícia. “Nós acreditamos que, ainda que o sonho exija muito trabalho, dedicação e resiliência, existe sempre alguém disposto a percorrer esse caminho ao nosso lado, a acreditar e a fazer acontecer”.

Em Góis, existe uma aldeia chamada Vila Nova do Ceira que é atravessada por dois importantes cursos de água: o Rio Ceira e o Rio Sótão. Este último acabou por batizar, parcialmente, um simpático empreendimento turístico: “A Casa do Sotam”. Parcialmente porque Sotam é também o anagrama de Matos, o apelido da família que decidiu restaurar uma velha casa de “pedra rolada da ribeira”, datada de inícios do século XX.

Ainda em ruínas, o rés-do-chão era apelidado de ‘refúgio noturno de morcegos’, “que entravam pelas janelas de grades deste espaço que era tradicionalmente destinado a estábulo, arrecadação de carroças e alfaias agrícolas, habitando as famílias o espaço do primeiro andar”, revela João Matos, um dos responsáveis pelo empreendimento, também conhecido como Sotam Country House .

Sotam Country House

A casa foi adquirida em 2004. Após várias obras de remodelação – sempre mantendo a traça original – o “refúgio dos morcegos” foi convertido numa “confortável sala de estar/jantar, fresca no verão e aquecida no inverno pelo calor da lenha apanhada na serra e onde o visitante se deliciará com inesquecíveis pequenos-almoços”, assegura João.

“O nosso espaço combina a rusticidade de uma casa de campo com a funcionalidade e o conforto de uma casa moderna, integrada num ambiente calmo e acompanhada por deslumbrantes vistas das montanhas que a rodeiam”, acrescenta.

Embora a vila de Góis seja amplamente conhecida pela Concentração Motard – “A segunda maior do país”, sublinha João – “o empreendimento não recebe apenas motociclistas”, diz, a rir. “Recebemos toda uma diversidade de hóspedes, aqueles que nos procuram como um refúgio, uma escapadela da vida agitada da cidade; o viajante que está a percorrer a mítica Estrada Nacional 2, ou aquele hóspede mais aventureiro, que vem fazer um canyoning, um rapel ou um slide”, afirma, acrescentando que o seu empreendimento mantém uma parceria com uma empresa de animação turística sediada na Vila, a Transerrano, para esse tipo de atividades.

João destaca também a “imensa” procura de parte de famílias e sublinha o facto de o empreendimento ser pet friendly. “Temos todo o gosto em receber os vossos animais de estimação”.

Sotam Country House

A pandemia trouxe várias contrariedades ao empreendimento.  João não as enumera nem explana. Limita-se a dizer que foi uma “fase complicada” e que toda a equipa da Casa de Sotam “acredita que um futuro melhor está para vir”. “Vamos sempre tomar as medidas necessárias para vos receber de braços abertos”.

A paixão pela Serra da Lousã levou um antigo gestor de um supermercado de família a criar não só um empreendimento, mas toda uma marca na Aldeia do Xisto do Talasnal. Joaquim Lourenço chamou-lhe “Talasnal Montanhas de Amor”. E esse sentimento abundou quando começou a recuperar casas de xisto em ruínas e a transformá-las em empreendimentos turísticos. “Havia – e há – imensa motivação e vontade de dar a conhecer esta aldeia, que é um dos nossos maiores ex libris”.

Talasnal Montanhas de Amor

O lousanense de 49 anos apostou tudo nesse desígnio e hoje o seu empreendimento é constituído por sete casas de alojamento local e uma taberna tradicional, onde os produtos endógenos têm particular destaque. O empresário destaca ainda o tratamento “familiar e próximo com os hóspedes”, aos quais gosta de proporcionar “experiências únicas”, dando a conhecer a história da aldeia e a sua envolvência natural, que é sinónimo de tranquilidade e de beleza em estado puro.

Quando a pandemia se alastrou pelo país, Joaquim Lourenço confessa que teve imenso receio de não conseguir reerguer o seu negócio. A falência estava ao virar da esquina. “Manter uma empresa sem receitas e com despesas, foi quase um truque de magia”. Quando reabriu, enfrentou vários desafios, como a “constante” atualização de normas. “Obrigou-nos a várias implementações de planos de contingência, nomeadamente ao que se refere à ocupação dos espaços e sua manutenção”.

Talasnal Montanhas de Amor

Goncalo Martins

O empresário introduziu ainda o serviço de take away na taberna e contratou os serviços de uma empresa de limpeza certificada para garantir a higiene e a segurança. Os meses foram passando e as reservas normalizando. “Consegui recuperar e aproveitei, inclusivamente, para fazer novos investimentos no empreendimento. A curto prazo vamos ter mais cinco casas de alojamento e estamos, presentemente, a construir uma cozinha tradicional no Talasnal”.

Com confiança e resiliência no olhar, Joaquim Lourenço garante: “acredito muito no turismo, na Lousã, na Região centro e no Turismo do Centro. Estou a apostar tudo neste setor”.

Saiba mais sobre este projeto em 
https://observador.pt/seccao/centro-de-portugal/

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