A Reserva Federal sinalizou esta quarta-feira, 26 de janeiro, a possibilidade de iniciar a subida das taxas de juro já no início do ano. Os jornais internacionais apontam março como o mês em que essa subida pode começar a acontecer. O que acontecerá pela primeira vez desde 2018. A justificação é a inflação que a Fed vê agora “bem acima dos 2%”. Já no comunicado de dezembro, a Fed tinha retirado a ideia de que a inflação podia não ser temporária.
Nessa altura o último dado conhecido da inflação, que era referente a novembro, colocava o índice de preços nos 6,8%, enquanto a chamada taxa core (sem energia e produtos alimentares) estava nos 4,9%. Só que no final do ano, a inflação nos Estados Unidos ficou nos 7% em dezembro.
E com isso deu argumentos à Fed para avançar para a subida de juros mais rapidamente. No comunicado, a Reserva Federal diz que essa subida poderá acontecer “em breve”. “Com a inflação bem acima dos 2% e com um mercado laboral forte, o comité espera que, em breve, possa ser apropriado aumentar o intervalo de preços das taxas de juro”, que, na reunião de dois dias de janeiro, terminada esta quarta-feira, manteve os níveis atuais que estão historicamente baixos entre 0% e 0,25%.
Jerome Powell, na conferência de imprensa que se seguiu, citado pela Bloomberg, confirmou essa intenção de subir taxas já em março, mas recusou dar todo o calendário. Mas deixou em aberto poder haver decisões em qualquer uma das reuniões do ano — e são sete.
Na reunião de dezembro tinha ficado a sinalização de que em 2022 poderia haver três subidas, continuando em 2023 — antecipando-se igualmente três subidas — e em 2024 — dois aumentos. Mas mais recentemente os analistas começaram a apontar para quatro ou mais subidas este ano.
No comunicado, a entidade liderada por Jerome Powell realça que vai continuar a reduzir o ritmo de compras mensais de ativos, colocando fim ao programa em março, conforme já estava previsto.