A Metro do Porto adiantou esta segunda-feira à Lusa que vai trabalhar “em estreita cooperação” com “todas as partes envolvidas”, como a autarquia e a Universidade do Porto, para estudar a integração urbanística da nova ponte sobre o Douro.

“Como sempre manifestou ao longo deste procedimento, após a adjudicação a Metro do Porto e o projetista contratado trabalharão em estreita cooperação com a Câmara Municipal do Porto e com todas as partes envolvidas, designadamente a Faculdade de Arquitectura e a Reitoria da Universidade do Porto”, avançou fonte oficial da empresa.

Numa comunicação escrita, a Metro do Porto assume que o seu objetivo com a construção da ponte, que permitirá a extensão da linha Amarela do metro, ligando Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, à Casa da Música, no Porto, “é o de conseguir o melhor projeto de execução para esta infraestrutura, integrando-a plenamente na vida e no funcionamento da cidade”.

Depois de terem sido conhecidos os finalistas do concurso, em outubro, a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto contestou as soluções encontradas, alegando que lesavam “questões de defesa da paisagem e salvaguarda patrimonial“.

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A questão do enquadramento da ponte no lado da cidade do Porto levantou uma discussão pública, mas o presidente da empresa garantiu que “o processo de avaliação foi feito com um júri muito abrangente”.

“O Metro do Porto não tomou uma decisão dentro de portas, foi uma decisão tomada com a comunidade, mais uma vez com representantes da Ordem dos Arquitetos, da Ordem dos Engenheiros, com o envolvimento das duas câmaras municipais [Porto e Gaia], com a Direção Regional de Cultura do Norte [DRCN] e, naturalmente, com elementos do Metro do Porto”, afirmou Tiago Braga, em 26 de outubro.

Depois de, em 5 de novembro, a Lusa ter noticiado que a empresa tinha rejeitado as impugnações ao concurso por um “evidente equívoco na compreensão” do procedimento por parte dos concorrentes, a 16 do mesmo mês era revelado que o concurso tinha sido suspenso por decisão judicial.

A suspensão do concurso público internacional para os projetos de construção na nova ponte sobre o rio Douro foi agora levantada pelo Tribunal Central Administrativo do Norte, que deu provimento ao recurso interposto pela Metro face às ações de contestação que deram entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto.

Os três concorrentes finalistas terão de apresentar as suas propostas finais ainda esta semana, que serão avaliadas pelo júri.

Para a decisão final serão ponderados os critérios qualidade do trabalho de conceção, com uma ponderação de 50%, o preço, que não deve ultrapassar os 70 milhões de euros, com um peso de 20%, e o prazo da execução dos trabalhos, que vale 30% na avaliação.

A Metro do Porto realça que esta é uma infraestrutura “totalmente dedicada ao metro e a meios de mobilidade suave (pedonal e ciclável), representando um forte contributo no esforço de descarbonização assumindo pelo país, pela Área Metropolitana e pelas autarquias do Porto e de Vila Nova Gaia”.

O concurso de conceção da nova ponte sobre o Douro recebeu 27 candidaturas.

Faculdade de Arquitetura do Porto contesta propostas para nova ponte de metro no Douro

Para além das ações que deram entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, a Metro do Porto tinha recebido sete impugnações, embora uma tenha sido rejeitada por ser “extemporânea”.

O júri do concurso atribuiu o primeiro lugar ao consórcio liderado por Edgar Cardoso: Laboratório de Estruturas, que propõe uma solução tipo pórtico com escoras inclinadas, com betão como principal material e uma altura superior à da Ponte da Arrábida.

Já o segundo lugar foi para o projeto do consórcio liderado pela COBA, que apresenta uma solução de arco com tabuleiro a nível intermédio, com pilares de betão armado nas encostas e pilares metálicos sobre o arco.

O terceiro lugar foi atribuído ao consórcio liderado pela Betar – Consultores, cujo projeto assenta numa solução de pórtico de pilares inclinados e assimétricos nas margens, com o tabuleiro a ser constituído por aço e betão e os pilares e encontros em betão armado.