O campeão olímpico do triplo salto em Tóquio2020, Pedro Pablo Pichardo, regressou este domingo à competição, nos nacionais de clubes em pista coberta, sem um grande salto, mas cumprindo o objetivo coletivo.

Pichardo saltou 16,57 metros à primeira tentativa, na Expocentro, em Pombal, sem conseguir melhorar, com três nulos, mas assegurando o triunfo do Benfica nesta prova, face aos 16,21 metros do também olímpico Tiago Luís Pereira, do Sporting, que participou em simultâneo também no salto em altura, concurso no qual também foi segundo, com 2,15 metros, a dois centímetros do ‘encarnado’ Gerson Baldé.

“Comecei a época hoje, o maior objetivo era conquistar o máximo de pontos para a equipa. Sabia que não ia sair um grande salto, porque estou na pré-época, e estava preocupado com o resultado para a equipa, mas, afinal, consegui ganhar”, afirmou Pichardo, em declarações à agência Lusa, ressalvando ainda não estar “na forma que estava no verão passado”.

Na antecâmara para os Mundiais ‘indoor’, entre 18 e 20 de março, em Belgrado, e a uma semana dos Campeonatos de Portugal em pista coberta, também em Pombal, os vários atletas portugueses já qualificados praticamente limitaram-se a assegurar o máximo de pontos para os respetivos clubes.

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Foi o caso de Patrícia Mamona, também no salto, com 13,77 metros no primeiro salto.

“O objetivo era dar os pontos ao Sporting, consegui fazê-lo logo no primeiro salto. Depois tentei em saltar o mais possível, mas infelizmente fiz nulos, mas foram nulos por pouco, para saltos acima dos 14 metros, o que me deu confiança. Eu quero saltar outra vez em Pombal, para a semana, e fazer uma boa marca para chegar com mais confiança a Belgrado”, explicou a atleta do Sporting.

Também nos 800 metros, Isaac Nader cumpriu a sua estratégia numa distância que nem lhe agrada muito, apesar de o ajudar a preparar os 1.500 metros, e para a qual tem marca de qualificação para os Mundiais.

“A estratégia era sair forte. Sabia que se saísse forte, ninguém se chegaria perto e comprovou-se. Mas não deu mais do que oito pontos”, afirmou Isaac Nader, do Benfica, depois de ter terminado a prova em 1.47,77 minutos, praticamente cinco segundos antes do segundo classificado.

Nos 60 metros barreiras, o sportinguista Abdel Larrinaga aproveitou a prova para ganhar “experiência, confiança e ritmo”, antevendo estar melhor “para a semana”: “Hoje queria dar oito pontos, consegui. Tive um mês muito puxado, com 20 provas, é muita coisa, daí tinha que sacar os pontos para o clube que me apoia tanto e dar espetáculo”.

Diferente foi a abordagem do lançador do Benfica Tsanko Arnaudov e da velocista do Sporting Cátia Azevedo, após terem estado infetados pelo coronavírus responsável pela pandemia de covid-19.

“Testei positivo ao coronavírus há 20 dias, treinei cinco dias, e a sensação que tenho é que lancei muito mais do que consegui, na realidade. Quero voltar ao nível que tinha, mas, sinceramente, acho que foi o melhor resultado possível face a estas dificuldades. O mais importante para mim é a adaptação ao novo treinador [Paulo Reis], para ganhar novamente confiança em mim para a obtenção de marcas”, explicou Tsanko Arnaudov, que venceu o concurso do lançamento do peso, com 20,13 metros.

Em igual ‘timing’ de recuperação, Cátia Azevedo foi uma das vencedoras da estafeta do Sporting nos 4×400 metros, em 3.45,73 minutos.

“As sensações foram quanto baste, não foram perfeitas. Estava num excelente momento de forma. Os 52 segundos que tinha feito foram a apalpar terreno, pelo que o indicativo era recorde nacional. Mas, com covid-19 pelo meio, tenho de ver como o corpo reage e ver se não tenho lesões de fadiga física, porque o corpo foi muito abaixo. Acho que seria precipitado apressar o processo para a semana, pelo que aponto para estar bem melhor em Belgrado”, admitiu.

Nos 29.ºs campeonatos nacionais de clubes de atletismo em pista coberta, em Pombal, o Benfica somou o 11.º título masculino, contra 18 do Sporting, enquanto as ‘leoas’ arrebataram o 27 cetro.