“Uma noite à Braga!”. Uma, duas, três vezes. Carlos Carvalhal não se poupou antes do jogo na expressão que mais queria referir depois do jogo. Afinal, essa era a expressão que mais queria ver durante o jogo. E este era um jogo à parte de qualquer outro na atual temporada, numa fase em que a equipa defende apenas o quarto lugar no Campeonato sem margem para se intrometer entre os “grandes” e sem possibilidade de defender a Taça de Portugal que conquistou na última época. “Uma noite à Braga” era o objetivo de e para a época.

Carvalhal tinha pedido, a equipa cumpriu: Sp. Braga foi de coração lá para dentro, venceu Sherrif nos penáltis e está nos oitavos

“Precisamos de uma noite em que cada jogador esteja no seu melhor e que a equipa também esteja no seu melhor. O que pode marcar a diferença é o apoio dos adeptos. Espero que percebam que temos jogadores jovens e que precisam de carinho e de apoio nos momentos menos bons. Se os adeptos tributarem os jogadores com incentivos, tenho a certeza de que vamos ter uma noite à Braga perante uma equipa do Mónaco com extrema competência”, explicara, prosseguindo: “Temos muito jovens. Num plantel de 23 jogadores, 13 têm menos de 22. Mas se há um lado de alguma inconsistência, que é normal, há outro lado positivo, que é o de uma irreverência, o querer vencer. Vivemos com estes ingredientes. Digo mesmo que é um pouco de estupidez natural, em que a pressão passa ao lado deles, porque só querem correr e trabalhar”.

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Pela frente surgia um adversário com vários pontos comuns ao Lyon que o FC Porto também enfrentou na Liga Europa: uma posição na Ligue 1 que nada tem a ver com aquilo que a equipa vale (oitavo), um leque de opções forte no plano individual que nem sempre funciona no plano coletivo, uma aposta mais reforçada na competição internacional perante a escassez de objetivos internos. “Lembro que o Luís Campos, que conhece muito bem o futebol francês, disse que o Mónaco tem o segundo melhor plantel, a seguir ao PSG. Mas nesta fase da prova estamos 50/50″, argumentava Carvalhal perante o desafio que tinha pela frente.

Não sendo aquele Mónaco que se sagrou campeão francês e chegou às meias-finais da Champions com o português Leonardo Jardim no comando, e estando longe daquela versão mais antiga de 2004 que chegou ao jogo decisivo da Liga dos Campeões frente ao FC Porto de José Mourinho, era sempre o Mónaco. No entanto, e apesar de um jogo fantástico de Gelson Martins (como joga o ala que deixou de ir à Seleção…), encontrou a melhor versão do Sp. Braga. E entre a tremenda exibição coletiva e um grande jogo de Matheus, um golo a abrir de Abel Ruíz (que ficara a chorar por ter falhado o seu penálti no jogo com o Sheriff) e outro a fechar de Vitinha colocaram os minhotos numa boa posição para poder chegar aos quartos da Liga Europa.

Melhor entrada seria impossível para os minhotos, que demoraram apenas três minutos para chegarem à vantagem com Abel Ruíz a aproveitar dois ressaltos numa tentativa de meia distância para aparecer isolado na área em frente a Nubel (3′). E o 1-0 iria manter-se mesmo até ao intervalo, sem que com isso faltassem os motivos de interesse: Iuri Medeiros obrigou Nubel a nova defesa para canto (8′), Matheus ganhou no duelo 1×1 com Ben Yedder após passe de Gelson Martins já depois de uma intervenção atenta a um livre lateral (26′); Gelson Martins e Ben Yedder tiveram dois golos anulados por fora de jogo, o segundo com recurso ao VAR (30′ e 33′); Nubel tirou o golo a Rodrigo Gomes após um momento de maior aflição em que deixou escapar um remate que não parecia levar perigo e viu a bola ainda bater no poste (32′).

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A primeira parte foi um grande jogo, o segundo tempo trouxe menos oportunidades mas nem por isso o principal destaque dos franceses, Gelson Martins, deixou sossegada a defesa dos arsenalistas, que viu o internacional português obrigar Matheus a mais uma intervenção difícil (47′) antes de acertar nas malhas mas da parte de fora. O Mónaco revelou argumentos para conseguir pelo menos um golo mas o Sp. Braga foi aguentando a vantagem e foi mais feliz a um minuto do final, quando Fabiano subiu bem pela direita, cruzou tenso entre centrais e Vitinha, com um grande cabeceamento, marcou o 2-0 final para os minhotos.

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