Era assumidamente o encontro do título: empatados à condição no primeiro lugar da classificação com 79 pontos, já que os encarnados têm mais um jogo, FC Porto e Benfica encontravam-se no Dragão Arena na antepenúltima jornada do Campeonato Nacional de andebol com a noção clara de que o vencedor daria um passo de gigante rumo ao troféu. No fim, o FC Porto derrotou claramente o Benfica (32-28) e está muito perto do terceiro título nacional consecutivo.

Mas o Clássico decisivo começou a ser jogado fora de campo. Na antevisão, Pedro Cruz lembrou que a “melhor motivação” dos dragões era a proximidade do tricampeonato nacional mas demonstrou respeito pelos encarnados — que em fevereiro derrubaram a invencibilidade do FC Porto, que durava desde maio de 2019. “Estamos a falar da equipa que nos tirou a invencibilidade no Campeonato. O Benfica tem uma excelente equipa com grandes jogadores, como tem demonstrado não só a nível nacional como nas competições europeias. Nós vamos querer emendar os erros cometidos na primeira volta, na Luz, e queremos despedir-nos do Dragão Arena este ano com uma vitória”, disse o lateral da equipa de Magnus Andersson.

Tudo tem mesmo um fim: FC Porto perde clássico com Benfica na Luz e quebra série de 84 jogos sem derrotas nacionais

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Do outro lado, a palavra pertenceu ao próprio treinador. “Jogar fora de casa é sempre complicado, gostaria de jogar perante os nossos adeptos. Estamos preparados, já jogámos neste ano em campos com muito público, com grandes ambientes, e isso vai ajudar-nos neste jogo. Sabemos que é complicado vencer, ainda por cima na casa do adversário, mas vamos com esse objetivo. Temos de ganhar para termos possibilidades matemáticas de vencer o Campeonato. Vamos com toda a energia para ganhar o jogo, mostrar que somos uma grande equipa capaz de ganhar a outra grande equipa. Estamos num bom momento de forma, temos muitos jogos consecutivos invictos. Vamos seguir com esta linha, esperemos que este final de temporada seja bom para nós”, atirou Chema Rodríguez.

Assim, perante um Dragão Arena completamente lotado e numa primeira parte muito equilibrada mas onde os dragões tiveram sempre algum ascendente, a equipa de Magnus Andersson esteve em vantagem desde o instante inicial. O FC Porto aproveitou um período de menor discernimento do Benfica — agravado pelas exclusões simultâneas de Alexis Borges e Demis Grigoras — para chegar aos quatro golos de vantagem que levou para o intervalo e Sliskovic, que marcou quatro vezes, ia sendo o grande destaque dos dragões. No fim da primeira parte, o FC Porto estava a vencer o Benfica por 19-15.

Na segunda parte, a lógica manteve-se. Os dragões continuavam a apresentar um claro ascendente em relação aos encarnados e acabaram por aproveitar um parcial de 4-0, já na segunda metade do segundo tempo, para alargar a vantagem para uns nove golos de onde a equipa de Chema Rodríguez já não conseguiu propriamente recuperar. No fim, o FC Porto venceu claramente o Benfica (32-28), abriu uma distância de três pontos na liderança da tabela com mais um jogo por disputar e deu um passo de gigante rumo à conquista do tricampeonato nacional de andebol.