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A Taça é sinónimo de Jamor, Vitinha é sinónimo de amor (a crónica da final da Taça de Portugal)

Este artigo tem mais de 1 ano

Taça voltou ao sítio de quase sempre para mostrar que é sinónimo de Jamor, Vitinha mostrou que é sinónimo de amor — e aproveitou conquista do troféu para terminar da melhor forma uma época brilhante.

FC Porto vs CD Tondela - Portugal Cup Final
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O jovem médio dos dragões marcou o segundo golo da equipa, no início da segunda parte

NurPhoto via Getty Images

O jovem médio dos dragões marcou o segundo golo da equipa, no início da segunda parte

NurPhoto via Getty Images

Era uma das finais mais atípicas das últimas décadas. No Jamor, no último jogo oficial da temporada e na decisão da Taça de Portugal, o campeão nacional defrontava uma equipa que acabou de descer à Segunda Liga. Ou seja: o FC Porto, recém-coroado o vencedor da Primeira Liga, defrontava o Tondela, que ainda há uma semana chorava a despromoção depois de sete anos no principal escalão. Por isso e por muito mais, a final deste sábado tinha importâncias distintas para os dois lados.

Para o FC Porto, a ideia era clara. Ganhar a Taça de Portugal era voltar a conquistar um título alcançado pela última vez em 2019/20, carimbar a 9.º dobradinha da história do clube e ainda coroar Sérgio Conceição como o único treinador português a vencer a Liga e a Taça na mesma época em duas ocasiões. Para o FC Porto, ganhar a Taça era validar novamente uma ideia, um projeto e uma fase de aparente simbiose total enquanto clube — lançando desde já as bases para a próxima temporada.

Ficha de jogo

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FC Porto-Tondela, 3-1

Final da Taça de Portugal

Estádio Nacional, em Oeiras

Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

FC Porto: Marchesín, João Mário, Mbemba, Pepe, Zaidu, Otávio, Grujic (Uribe, 84′), Vitinha, Pepê (Francisco Conceição, 76′), Evanilson (Galeno, 72′), Taremi (Toni Martínez, 84′)

Suplentes não utilizados: Diogo Costa, Fábio Cardoso, Fábio Vieira

Treinador: Sérgio Conceição

Tondela: Niasse, Sagnan, Marcelo Alves, Eduardo Quaresma, Tiago Almeida (Bebeto, 69′), Pedro Augusto (Dadashov, 56′), Iker (Tiago Dantas, 69′), Neto Borges, Salvador Agra (Boselli, 82′), Daniel dos Anjos (João Pedro, 56′), Rafael Barbosa

Suplentes não utilizados: Pedro Trigueira, Ricardo Alves

Treinador: Nuno Campos

Golos: Taremi (gp, 22′, 74′), Vitinha (52′), Neto Borges (73′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Marcelo Alves (20′), a Grujic (77′), a Rafael Barbosa (83′), a Francisco Conceição (86′)

Para o Tondela, a ideia era agridoce. Ganhar a Taça de Portugal era atingir o ponto mais alto da história do clube, principalmente sendo contra um dos “três grandes”, e encontrar uma maneira de recuperar uma equipa, uma massa associativa e até uma crença depois de uma despromoção que chegou no último dia do Campeonato e que mereceu palavras duras dos próprios jogadores. Para o Tondela, ganhar a Taça era reconquistar uma vontade de sobreviver — lançando desde já as bases do regresso à Primeira Liga já na próxima temporada.

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Assim, e com a final da Taça de Portugal de volta ao Estádio Nacional do Jamor depois de duas épocas em Coimbra devido à pandemia, Sérgio Conceição lançava Marchesín na baliza e Grujic no meio-campo, com Uribe a surgir na convocatória mas a ficar no banco de suplentes. Pepê e Otávio eram os responsáveis pelo apoio mais direto a Evanilson e Taremi e, do outro lado, Daniel dos Anjos era naturalmente a referência ofensiva do Tondela, completando o trio atacante com Rafael Barbosa e Salvador Agra.

Os minutos iniciais mostraram desde logo como é que praticamente toda a final se iria desenrolar: o FC Porto tinha a quase totalidade da posse de bola e o Tondela tinha dificuldades até para ultrapassar a linha do meio-campo. Ainda assim, e mesmo exercendo uma pressão muito intensa que empurrava os beirões para o último terço, os dragões demoraram até conseguirem criar perigo e pareciam confortáveis com a ideia de ir explorando as movimentações ofensivas até encontrar espaço. Pepe protagonizou o primeiro lance relevante, com um pontapé de fora de área que passou ligeiramente por cima (10′), e o Jamor só teve de esperar mais uns instantes para assistir à jogada que fez a diferença na primeira parte.

João Mário cruzou da direita, Taremi desviou, Otávio apareceu a rematar para uma defesa de Niasse que levou a bola até à barra e o lance até começou por ser anulado por fora de jogo do iraniano (15′). Contudo, depois de ser chamado pelo VAR e analisar as imagens pessoalmente, Rui Costa considerou que Marcelo Alves tocou com a mão na bola quando discutiu a jogada com Otávio e assinalou grande penalidade a favor do FC Porto. Na conversão, Taremi não falhou (22′) e chegou aos 25 golos em todas as competições na atual temporada, o melhor registo da carreira do avançado.

Depois do golo, o jogo regressou à lógica anterior. O Tondela fechou a meia-hora inicial sem remates e sem qualquer ação com bola na grande área de Marchesín e Daniel dos Anjos teve o único lance mais perigoso dos beirões, ao antecipar-se ao guarda-redes argentino para depois ficar sem ângulo para atirar à baliza (34′). Até ao fim da primeira parte, Evanilson ainda teve duas oportunidades para aumentar a vantagem, com um cabeceamento após cruzamento de Zaidu (43′) e um pontapé ao lado na sequência de uma assistência de calcanhar de Pepê (45+1′), mas o resultado não voltou a alterar-se.

Ao intervalo, o FC Porto estava a vencer o Tondela numa final da Taça de Portugal muito pobre, com poucas oportunidades e onde os dragões estavam claramente a optar por gerir a natural superioridade ao invés de carregar no acelerador. A equipa de Sérgio Conceição tinha mão e meia no troféu e o conjunto de Nuno Campos, que pouco ou nada fez ao longo de 45 minutos no Jamor, tinha a tarefa ainda mais dificultada.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos da final da Taça de Portugal:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o FC Porto deu a ideia de ter entrado com vontade de aumentar a vantagem, fechar as contas e resolver o jogo. Pepê provocou perigo logo na jogada de recomeço (46′), Taremi rematou de fora de área para Niasse encaixar (48′) e o mesmo Pepê permitiu uma enorme defesa do guarda-redes do Tondela ao aparecer sozinho na área na sequência de um cruzamento do iraniano na esquerda (49′). O golo, o expectável golo, apareceu logo depois.

Vitinha começou a desequilibrar na direita, combinou com Pepê, recebeu do avançado brasileiro já na grande área e teve todo o tempo e espaço do mundo para encostar rasteiro para dentro da baliza (52′). Nuno Campos reagiu com uma dupla substituição, lançando Dadashov e João Pedro para os lugares de Daniel dos Anjos e Pedro Augusto, mas o jogo manteve-se com um único sentido. Taremi atirou ao lado depois de um desequilíbrio de Otávio na esquerda (62′) e ainda teve tempo para falhar um penálti, após Sagnan derrubar Pepê na grande área, acertando em cheio no poste (66′).

O Tondela voltou a mexer, com Tiago Dantas e Bebeto a entrarem, e Sérgio Conceição respondeu com Galeno, que rendeu Evanilson. Logo depois, os beirões fizeram aquilo que ninguém esperava: marcaram um golo. Salvador Agra tirou um cruzamento perfeito na esquerda e Neto Borges, totalmente esquecido ao segundo poste, cabeceou com força para bater Marchesín (73′). A reação do FC Porto, contudo, foi imediata. Praticamente no lance seguinte, numa insistência, Otávio fez uma assistência brilhante ao picar a bola para descobrir Taremi na área e o iraniano, de primeira e redimindo-se do penálti falhado, atirou para voltar a marcar (74′).

Até ao fim, à exceção das substituições, já pouco aconteceu. O FC Porto venceu o Tondela no Estádio Nacional e conquistou a Taça de Portugal pela 18.ª vez, juntando-a ao Campeonato e carimbando a 9.ª dobradinha da própria história. Se a final da Taça voltou ao sítio de quase sempre para mostrar que é sinónimo de Jamor, Vitinha mostrou que é sinónimo de amor: marcou, foi o jogador mais importante da movimentação defensiva e ofensiva dos dragões e terminou da melhor forma uma temporada extraordinária em que se tornou uma das principais figuras do futuro do futebol português.

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