Depois de “dois anos atípicos em que a cidade esteve fechada” devido à pandemia de Covid-19, as festas de São João voltam este ano às ruas do Porto. Desta vez, o programa é “descentralizado”, com três palcos principais espalhados pela cidade e com o tradicional fogo de artifício a ser lançado a partir do Rio Douro. Não há concerto na Avenida dos Aliados, devido às obras da nova linha do metro do Porto.

“Tivemos dois anos atípicos, em que a cidade esteve fechada, em que não celebramos o São João a não ser na nossa intimidade — com os nossos vizinhos e com as nossas famílias. Queríamos muito preparar um regresso que trouxesse a todos os portuenses uma sensação de normalidade que já parecia perdida. E tivemos de preparar um programa diferente e descentralizado, que procure reatar as memórias que os portuenses têm e manter vivas as tradições da cidade”, revelou Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, na apresentação do programa que decorreu esta terça-feira.

Este ano, o palco habitual montado na Avenida dos Aliados dá lugar a três novos palcos: na Praça do Rossio nos jardins do Palácio de Cristal, na Praça da Casa da Música e no Largo Amor de Perdição (na zona da Cordoaria). Rui Moreira explicou que “a pressão nos Aliados já era muito grande nos últimos anos” e que, face às obras para a nova linha do metro do Porto que estão a decorrer naquele local, “não há condições para fazer um grande concerto”. “Teria condições de segurança inadequadas àquilo que pretendemos”, alertou o autarca.

Por isso, a solução foi uma: “Descentralizamos. Alguém que descentralize. Vamos descentralizar os palcos e procurar que em cada um deles a vida seja um bocado diferente”. Para a realização das festas de São João deste ano, a Câmara Municipal do Porto disponibilizou um orçamento de 630 mil euros.

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No dia 23 de junho a praça do Rossio será a primeira a ter música, a partir das 20h00, com Romana, Saúl e Marante. Já a partir das 22h00, o Largo Amor de Perdição recebe Toy e José Malhoa. Mais tarde, a partir das 23h30, a festa é feita na praça da Casa da Música, com o trap minhoto de Chico da Tina.

O tradicional fogo de artifício lançado à meia noite na Ribeira também vai acontecer, mas desta vez será lançado a partir de estruturas flutuantes colocadas no Rio Douro e não a partir da ponte Luiz I, que está interdita devido às obras. A circulação nesta ponte só poderá ser feita no tabuleiro superior com o metro. Este não vai funcionar devido ao fogo partir das 23h45, sendo retomado assim que for possível. “Se calhar estamos a fazer uma experiência daquilo que pode ser, no futuro, a forma de fruição da cidade”, acrescenta Rui Moreira.

No programa para as festas de São João há ainda o concerto da Banda Sinfónica Portuguesa, dia 24 de junho às 18h00 na Concha Acústica do Palácio de Cristal. As festividades voltam também a estender-se a todas as freguesias do concelho, com uma programação especial nos dias 17, 18, 19 e 23 de junho com concertos de Quim Barreiros, Zé Amaro, Bandalusa, Diapasão, entre outros. No dia 18, pelas 15h00, há também a Arruada de Ranchos do Porto, com oito grupos folclóricos.

Entre os dias 21 e 4 de julho as cascatas comunitárias de São João vão estar expostas no Mercado Temporário do Bolhão e no dia 2 de julho decorrem as tradicionais rusgas, sendo que este ano o desfile parte da Praça da Batalha em direção à Rua de Santa Catarina, passando pela rua de Fernando Tomás e Avenida dos Aliados, terminando na praça do General Humberto Delgado, com a apresentação final dos grupos.

Quanto às diversões, a Rotunda da Boavista já acolhe, desde o dia 28 de maio, uma zona de divertimentos com os habituais carrosséis, carrinhos de choque, matraquilhos, barraquinhas de farturas, de algodão doce, pipocas, pão com chouriço e sardinhas. A partir desta quinta-feira, as zonas de diversão estendem-se ao Jardim do Calém (em Lordelo do Ouro) e à Avenida D. Carlos I (no Passeio Alegre). Já os equipamentos instalados na Alameda das Fontainhas entram em funcionamento a partir de 15 de junho.