“Na Penumbra”

Lituânia, 1948. Enquanto os soviéticos tomam conta do país, alguns antigos militares misturados com civis fogem para as florestas e iniciam uma guerrilha contra o ocupante comunista. O jovem Ute, filho de proprietários rurais abastados, assiste em casa a uma chocante crise familiar, e fora dela, ao desmoronar do pequeno mundo da quinta e da aldeia local, enquanto pensa em se juntar aos insurretos. Estes, mesmo poucos, com armamento e meios muito escassos, e sempre expostos à denúncia e à traição, tentam combater os militares soviéticos e os comissários da NKVD que os acompanham. Habitualmente vago, contemplativo e aborrecidíssimo, o lituano Sharunas Bartas tem neste “Na Penumbra” o seu filme mais acessível e com mais e melhor miolo narrativo e dramático, uma história sombriamente anti-heroica sobre a dissolução de uma família e a irremediável entrada do seu país num escuro e longo Inverno totalitário.

“A Mãe e a Puta”

Reposição, em cópia restaurada, do filme realizado por Jean Eustache em 1973, vencedor do Grande Prémio do Júri no Festival de Cannes (contra a vontade da presidente, Ingrid Bergman, que resistiu a recompensá-lo por o ter achado intragável). Autobiográfico, rodado a preto e branco, palavrosíssimo e interpretado por Jean-Pierre Léaud, Bernadette Lafont e Françoise Lebrun, “A Mãe e a Puta” começa por ser sobre um casal parisense e progride para um triângulo amoroso. Está totalmente marcado pelo tempo em que foi feito, a ressaca do Maio de 68, o fim das ilusões revolucionárias e o início dos anos 70 da libertação sexual e da emancipação feminina, e enformado de alto a baixo por um “autorismo” inconfundivel e insuportavelmente francês. Não há meio termo perante ele: ou estamos do lado daquela (muita) crítica que o considera uma obra-prima e o refere só com superlativos, ou do de Ingrid Bergman (é o meu caso).

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“Thor: Amor e Trovão”

Quarto filme do Universo Marvel dedicado à personagem de Thor, e segundo realizado por Taika Waititi após “Thor: Ragnarok” (2017) e que, tal como neste, combina a aventura de super-heróis com a sua paródia. Thor (Chris Hemsworth) e o seu companheiro alienígena Korg vão combater Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que anda a matar divindades por todo o cosmos e rapta as crianças de Nova Asgard. “Thor: Amor e Trovão” marca também o regresso da Dra. Jane Porter (Natalie Portman), a astrofísica que partiu o coração do Deus do Trovão num filme anterior, sofre agora de cancro e transforma-se na versão feminina do ex-namorado, indo ajudá-lo no seu confronto com Gorr. Também com Christian Bale, Tessa Thompson e Russell Crowe gordíssimo a fazer uma rábula no papel de Zeus.