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Num dia de concertos mornos, Metallica e St. Vicent mantiveram as temperaturas elevadas em Algés

Este artigo tem mais de 1 ano

O terceiro dia do NOS Alive resumiu-se a dois nomes: Metallica, no palco principal, e St. Vincent, no secundário. Dois milagres, cada um à sua maneira, num dia quente de concertos mornos em Algés.

Os Metallica foram os cabeças de cartaz do terceiro dia do NOS Alive e encerraram o palco principal
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Os Metallica foram os cabeças de cartaz do terceiro dia do NOS Alive e encerraram o palco principal

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Os Metallica foram os cabeças de cartaz do terceiro dia do NOS Alive e encerraram o palco principal

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Os Metallica andam há 41 anos nisto, mas o entusiasmo e dedicação são os mesmos. Sorriso nos lábios, guitarra a rodar e um conjunto de canções de fazer inveja — não faltou nada no concerto desta sexta-feira à noite no NOS Alive, o último da digressão europeia e o “melhor” de todos, segundo assegurou Lars Ulrich. Não há maneira de saber se o baterista disse a verdade, mas a alegria da banda esteve em harmonia com a do público — “a família Metallica”, como lhe chamou várias vezes James Hetfield –, que cantou do início ao fim o alinhamento “perfeito”, composto por temas retirados dos vários álbuns do grupo norte-americano de thrash metal, desde o Kill ‘Em All ao Hardwired… to Self-Destruct. Se foi tecnicamente perfeito? Não, não foi (mas alguma vez os Metallica deram um concerto sem um único “prego”?). A voz de Hetfield teve falhas? Sim, teve, mas o que é que se pode esperar mais de uma banda com mais de 40 anos de estrada? E encheu as medidas? Isso, sem dúvida — e soube a pouco.

Os grandes cabeças de cartaz do terceiro dia do NOS Alive, os Metallica encerraram o palco principal com alguns minutos de atraso (o concerto estava marcado para as onze em ponto), que foram compensados pelo facto de o primeiro tema ter sido “Whiplash”. A sexta música do Kill ‘Em All não costuma fazer parte dos alinhamentos da banda, que decidiu introduzi-la no início de todos as atuações da tour europeia, seguida de “Creeping Death” e “Enter Sandman” — uma muito necessária explosão de energia, depois de um dia quente (os termómetros aproximaram-se dos 40 graus) marcado por concertos maioritariamente mornos.

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Dos anos 90, os Metallica viajaram com rapidez até à década de 2000 e a Death Magnetic, com “Cyanide”, para depois regressarem ao homónimo Metallica, com “Whatever I May Roam” e “Nothing Else Matters”. “Obrigado”, agradeceu Hetfield. “Vocês fazem-nos sentir bem.” A frase foi repetida várias vezes ao longo do concerto, onde não faltaram referências e agradecimentos à “família Metallica” em Portugal. Reconhecendo o amor dos fãs portugueses, no encore, o grupo encheu os ecrãs com imagens da bandeira portuguesa e coloriu a noite com fogo de artifício.

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Depois de “St. Anger” (Hetfield perguntou quem é que queria ouvir o tema do malfadado álbum homónimo, mas havia mesmo alguém que quisesse?) e “Sad But True”, foi a vez da canção tradicional irlandesa “Whiskey in the Jar”, na versão dos também irlandeses Thin Lizzy. “For Whom The Bell Tolls” surgiu entre chamas, que voltaram a iluminar o palco durante o encore de três músicas: “Damage, Inc.”, “One” e “Master of Puppets”, uma das músicas mais aguardadas da noite. Quase duas horas após terem subido ao palco principal do NOS Alive, os Metallica, que pareciam ter energia para outras duas horas de concerto (velhos são os trapos, lá diz o ditado), despediram-se com fogo de artifício e um agradecimento especial junto à plateia: “Tocámos na Europa inteira, mas parece que guardámos o melhor para o fim”, disse Ulrich, agarrando no microfone de Hefield. “Vemo-nos em breve, Portugal. Adoramo-vos.”

A potência dos Don Broco vs. a suavidade dos Sea Girls

Foi uma estreia: nunca no palco principal do NOS Alive alguém vestido com umas calças cor de tijolo pediu espaço para o mosh pit. Esse foi, no entanto, o primeiro pedido do vocalista dos Don Broco, Rob Damiani, que foi convidando os presentes a mexerem-se e a abrirem um circle pit ao longo do concerto. Feliz por estar no palco onde tocariam, à noite, os Metallica, “uma das bandas favoritas no mundo” do grupo formado em 2008, em Bedford, Inglaterra, Damiani fez questão de aquecer o ambiente para os cabeça de cartaz. “Estar aqui é um sonho tornado realidade”, disse, admitindo que os Don Broco nem queriam acreditar quando foram contactados pela organização do Alive para tocar no mesmo dia que a banda de James Hetfield.

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Com uma sonoridade que nada tem a ver com a dos Metallica, os Don Broco são uma banda de rock suficientemente pesado para fazer sentido no dia dos norte-americanos. A música é difícil de descrever (as influências são muitas e variadas) mas em 2022 isso (felizmente) pouco importa. O que conta é o que se vê em palco, e isso convence logo desde o primeiro instante — energéticos e empáticos, os Don Broco puseram, de facto, o Alive a mexer e conseguiram convencer um pequeno de espectadores a fazer um mosh animado, mas desencontrado. Com três álbuns de originais (o último, Amazing Things, foi lançado em 2021), os Don Broco preencheram uma hora de concerto com um alinhamento com temas fortes e alguns (poucos) momentos calmos. Eram poucos os fãs que tinham visto a banda, há uns anos, no Porto, mas de certeza que, depois da atuação desta sexta-feira, muitos procurarão ver novamente o grupo de Bedford.

Entretanto, no Heineken Stage, um cheiro a carne assada enchia o ar. Os Sea Girls, outra banda de Inglaterra, apareceu no palco secundário, junto à zona de alimentação, quando os Don Broco estavam há cerca de meia hora no NOS Stage. Com um som menos pesado e mais comercial do que a banda liderada por Rob Damiani, os suaves Sea Girls deram um concerto bem diferente. Com menos anos de estrada (o primeiro álbum, Damage Done, saiu em 2019) e menos conhecidos do público português, a banda não tive a mesma receção que os Don Broco — a multidão sentada junto ao palco, manteve-se no chão durante toda a atuação, sem mostrar grande vontade de se levantar. Claramente os Sea Girls não eram a banda por que aguardavam — ou então estavam simplesmente a aproveitar a sombra do palco secundário no dia mais quente do Alive.

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

A saída à francesa de AJ Tracey e a fraca abertura dos Royal Blood: dois momentos para esquecer

Não foi preciso muito tempo dentro do recinto para perceber que o NOS Alive tinha acordado com uma cara diferente. Onde na quinta-feira havia adolescentes, esta sexta-feira viam-se os trintões, quarentões e cinquentões todos reunidos, pessoal vestido maioritariamente de preto, alguns já com filhos pela mão, e que desaguaram em Algés com um propósito existencial muito bem definido: ver Metallica.

O dia provou-nos que haveria mais alguns bons motivos que deram por bem empregue o dinheiro do bilhete. AJ Tracey não foi propriamente um desses casos, nome que entrou no cartaz para substituir Stormzy. Não que tivesse sido um concerto mau. Até foi curioso vê-lo atuar para uma plateia que claramente levitava noutro campo artístico, o das guitarras, embora tivesse reunido, aqui e ali, alguns fãs que lhe sabiam completar as letras, ao bom jeito da escola do rap e do hip hop.

Tracey, cadência trap e grime com selo de origem em West London, disparou êxitos como “West 10”, música que partilha com Mabel, “Dinner Guest”, da qual o sample de Nightcrawlers, “Push The Feeling On”, deixa até um bom metaleiro a abanar o pé, ou “Thiago Silva”, em honra ao jogador brasileiro. Foi precisamente o defesa da canarinha que fechou o concerto, embora não lhe tenham sido concedidos os versos até ao fim. “Isto é pago ao minuto”, comentou alguém na plateia, apercebendo-se claramente da indelicadeza desta saída à francesa. Não foi bonito de se ver.

Por alguma razão ainda por explicar, coube aos ingleses Royal Blood, que atuaram depois de AJ Tracey, abrir o palco para Metallica. A banda de rock composta por Mike Kerr (voz e baixo) e Matt Swan (bateria) era uma das mais conhecidas desta sexta-feira, mas não era necessariamente uma das melhores do cartaz. Presos ao mesmo riff, os Royal Blood apresentaram um longo alinhamento que pareceu ser composto por apenas uma única música repetida durante mais de uma hora. A única quebra aconteceu durante o solo de cerca de dez minutos de Matt Swan, que consistiu mais ou menos na mesma batida intercalada pelo som de um gongo gigante. Swan estava tão concentrado que até tirou, por momentos, os óculos de sol, que manteve ao longo de todo o concerto, que começou pelas 21h, quando o sol se punha no Passeio Marítimo de Algés, e que terminou já de noite, quando metade do público se tinha transferido para o Heineken Stage, onde tocava St. Vicent. Um bom consolo para quem se tinha mantido junto ao NOS, para um fraco aquecimento para a banda de James Hetfield.

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Perder a inocência com o milagre St. Vincent

Quem chegou imaculado ao Alive perdeu a inocência em St. Vincent. A Bíblia que se aguente — todos nós acabámos por pecar neste concerto, ao qual a palavra soberbo parece um adjetivo diminuto. Em palco, a banda acamava os passos de entrada de Annie Clark numa batida funk cheia de classe. Ela desfilava uma vez, gabardine vestida, saiu e voltou a entrar, já com o seu casaco e saia cor de rosa que poderia vestir qualquer membro da Deadly Viper Assassination Squad de “Kill Bill”. De uma rajada só deu-nos “Digital Witness”, “Down” e “Birth in Reverse”, TAU! Bastaram estes três temas para percebermos que na próxima hora estaríamos no melhor lugar possível do festival (perdoem-nos os nomes que se foram mostrando nos palcos adjacentes).

A conexão entre St. Vincent e a sua banda, com três back vocals femininos que, longe de permanecerem estáticas atrás dos microfones, iam dando vida a uma coreografia que não excluía ninguém, foi umbilical: nem o guitarrista e o baixista, que à vez foram roçando cordas com as guitarras de Vincent; nem a teclista, que deixou que os seus dedos varressem as teclas em modo free jazz em “Fear the Future”; nem o baterista, que se mandou aos pratos com sangue, suor e lágrimas quando foi preciso deixar uma mensagem clara ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos, se alhearam desta coreografia imaculada.

Depois de “Daddy’s Home”, sensualidade com olhar desafiador, cordas repuxadas, St. Vincent propôs um brinde e logo entrou uma figurante, fazendo o papel de empregada de dinner, a distribuir copos a todos em palco. O brinde foi dedicado à insanidade total que é podermos voltar a estar todos juntos, fintado o apocalipse da pandemia, “thank God”. “New York” abençoou esta epifania, momento em que o palco Heineken cantou a plenos pulmões I have lost a hero, I have lost a friend / But for you darling I’d do it all again.

Seguiu-se “Los Angeless”, também do álbum Masseduction, de 2017, e Vincent, no seu loiro Marilyn Monroe, purpurinas nas pálpebras, lenço ao pescoço, sobe às grandes para cantar mesmo dali. Ainda rouba o telemóvel de um fã para fazer um vídeo panorâmico daquela tenda onde não cabia nem mais uma alma. Soltam-se alguns gritos, “I want you Annie!”. Quem não queria? Estávamos todos a fazer amor com esse concerto.

Em “Sugarboy” a guitarra espraiou-se nas suas mãos. Aliás, a guitarra foi sua serva do início ao fim. St. Vincent dominou-a em qualquer pose, solo ou riff. Não foi show off, foi mestria, segurança total nas mãos, como Hamilton ao volante do seu Mercedes. A emoção corria a alta velocidade, veio “Fast Slow Disco” com as três back vocals a dançar com três bastões de luz, a única iluminação trazida para esse momento. Seguiu-se “Pay Your Way in Pain” e o pedido I wanna be loved, até que entrou a mensagem política mais explícita de todo o espetáculo.

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

“Supremo Tribunal, nós sabemos o que merecemos e o que merecemos são direitos humanos fundamentais”, atirou, escolhendo “Cheerleader” para fazer passar esta mensagem. O punho estava erguido, nem ela nem nenhuma mulher queria mais ser a cheerleader de ninguém e o solo de bateria no final – aquele que mencionámos lá atrás – foi o grito coletivo de que não vamos abdicar do que conquistámos até aqui. Naquele momento, as baquetas mostraram o dedo do meio ao Supremo Tribunal americano.

St. Vincent ainda nos brincou com “Fear the Future”, “Your Lips Are Red”, “Live in a Dream”, no seu momento psicadélico pink floydiano, para terminar o espetáculo e a tour com “The Melting of the Sun”. Toda a banda se juntou na frente do palco, já sem instrumentos, apenas vozes, as deles e as nossas a entoar:

Girl, the world’s spinning ’round
Spinning down and out of time
Girl, you can’t give in now
When you’re down, down and out

O chão do palco Heineken tremeu com a ovação final. Arriscamos dizer que este concerto foi um dos mais sólidos a passar este verão por Portugal.

Pum pum pum. M.I.A., a cruz e o encerramento da noite entre tote bags

Para muitos, depois de St. Vincent, o festival podia acabar. Ainda bem que isso não aconteceu. Metallica deu-nos ia um grande concerto, para recinto cheio, e Três Tristes Tigres não se acanharam com o azar de tocar à mesma hora que os grandes cabeças de cartaz da noite.

Ana Deus é um bicho que se transforma em palco, sou anormal para o bem e para o mal, canta como louva-a-deus capaz de nos devorar com as suas interpretações que vêm das entranhas. Os muitos que permaneceram sentados na plateia do Heineken Stage, quiçá à espera de M.I.A., não deixaram de abanar o dorso e a cabeça ao som desta viagem de rock cheia de pinceladas psicadélicas, alguma eletrónica também a beijar-nos na cara. O concerto acabou com “Olho da Rua”, com Ana Deus debruçada sobre si mesma a cantar “sou pau para ti, sou quase nada” e Alexandre Soares a rasgar numa guitarra distorcida, brincando com as cravelhas como miúdo que acaba de perceber que aquelas seis cordas serão as suas melhores confidentes para a vida. “Sois os mais lindos do festival”, despediu-se Ana, agradecendo aos ainda consideráveis corpos que preteriram os veteranos Metallica pelos históricos Três Tristes Tigres.

Há medida que se aproximava a 1h10 da manhã, e já muito fogo de artifício tinha explodido no céu de Algés, o palco Heineken começou a ficar irrespirável para receber M.I.A.. O concerto começou com dez minutos de atraso. Ouvia-se apitos e uivos na plateia que, mal entraram os versos de “Born Free”, explodiu em êxtase. M.I.A. fez-se acompanhar de quatro indefetíveis bailarinas, toda a banda necessária para levar o seu barco a bom porto. Isso e uma grande cruz de led a dialogar com imagens irrespiráveis de revoltas, cargas policiais, muros de arame farpado que mais tarde deram lugar a jogos de luz eletrizantes, impulsos que nos entram pelos olhos, qual “Laranja Mecânica”.

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

“Bucky Done Gun”, “Bad Girls”, “Galang”, “Borders”, hit atrás de hit, M.I.A. deu ao público aquilo que o público queria, com competência, delírio, mas sem nenhum rasgo por aí além. Já perto do final desapareceu do palco, deixou as suas bailarinas a atirar tote bags para a plateia ao som de “CTRL”, qual chuva de brindes, e, quando reapareceu de branco completo dos pés à cabeça, exibiu a seguinte mensagem na t-shirt: “Divine Energy Radiates Through Beauty and Genius”.

Pensámos que seria uma referência à sua recente iluminação cristã, ela que teve uma visão de Jesus que lhe virou a vida de pernas para o ar, mas uma simples pesquisa na internet levou-nos até à página do DERTBAG, o projeto artístico de Philip Post, designer americano de street wear que já vestiu Kanye West e Tyler the Creator. Aparte o momento product placement, M.I.A. terminou ajoelhada em frente à cruz, que por esta altura fazia esvoaçar a imagem de uma pomba branca, e deu-nos “The One”, single tirado do seu já anunciado próximo álbum, “Mata” e “Miracle”, véu a esvoaçar por cima da sua cabeça, qual Virgem Maria urbana, prece para que um milagre nos afaste as nuvens negras que pairam sobre nós. Entre uma e outra, encaixou o maior sucesso da sua carreira: “Paper Planes” pôs os telemóveis em riste e as gargantas a cantar o refrão a uma só voz. Pum pum pum, está feito.

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