A norte-americana Apple terá planos para abrandar o ritmo de contratações e os gastos que vai fazer com algumas unidades de negócio no próximo ano, perante o contexto económico mais desafiante que se avizinha. A notícia é avançada pela Bloomberg, que cita uma fonte com conhecimento do tema.

A notícia indica que esta contenção de gastos não deverá afetar a totalidade das equipas, mas sim algumas unidades de negócio específicas. Apesar deste possível pé no travão, a informação apurada pela Bloomberg refere que a companhia de Tim Cook ainda estará a preparar um lançamento “agressivo” de um produto para 2023.

As notícias ligadas à indústria referem que a tecnológica poderá avançar com o lançamento de um dispositivo de realidade mista, uma mistura entre realidade aumentada e virtual. A confirmar-se, este poderia ser o primeiro lançamento de uma nova categoria de produto da Apple desde 2015, quando a dona do iPhone apresentou ao mercado o Apple Watch.

O facto de a Apple, a empresa mais valiosa do mundo, estar a estudar uma ação deste género não foi visto com bons olhos pelos investidores, já que pode ser visto como um abrandamento de atividade. Depois da divulgação da notícia da Bloomberg, as ações da companhia fecharam a sessão de segunda-feira a desvalorizar 2,06%, nos 147,07 dólares.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em setembro de 2021, mês em que a Apple conclui o seu ano fiscal, a empresa tinha 154 mil trabalhadores a tempo inteiro.

A confirmar-se esta decisão, a Apple junta-se a um grupo crescente de empresas que estão a deixar alertas sobre as consequências da atual situação económica e a abrandar contratações. A Meta, que controla o Facebook e o Instagram, avisou no início do mês os empregados de que vem aí “tempos sérios”, com o CEO Mark Zuckerberg a alertar para “uma das piores quebras” já vistas na história recente da empresa. A empresa também pretende reduzir os planos de contratação.

Dona do Facebook quer reduzir planos de contratação e Zuckerberg deixa avisos sobre “tempos sérios”

A Alphabet, a dona da Google, é outra das empresas que pretende abrandar a expansão do número de empregados — algo que, aliás, também já fez em 2020, na sequência do surgimento da pandemia de Covid-19.

Também a Microsoft foi notícia na semana passada devido aos planos para reduzir o número total de trabalhadores em 1% ao longo do ano fiscal de 2023. Em junho de 2021, no relatório anual, a tecnológica de Redmond empregava 181 mil pessoas. A empresa liderada por Satya Nadella justifica esta decisão com um“realinhamento estratégico”, explicando que resulta da avaliação regular que faz às diferentes áreas de negócio.

A Snap, conhecida pela aplicação Snapchat, é outro exemplo de quem já também avisou que vai abrandar as contratações, já a antecipar um trimestre com resultados mais modestos. Em maio,a Snap indicou que só vai contratar mais 500 pessoas este ano, número que compara com as contratações de 2 mil pessoas ao longo dos últimos 12 meses.

Netflix alia-se à Microsoft para criar plano de subscrição com publicidade