A manta já era curta, a manta mais curta ficou. Paulinho sofreu um traumatismo na perna direita que o coloca não só de fora da receção do Sporting ao Rio Ave como em dúvida para o clássico no Dragão frente ao FC Porto em mais uma contrariedade para Rúben Amorim que já não vai contar com Daniel Bragança como solução para o meio-campo nos próximos meses. Significa isto que os leões irão ainda o mercado, caso não existam mais saídas no plantel? “Não”, garantiu o técnico. E explicou o porquê.

“As pessoas em casa gostaram, o treinador do Sporting nem tanto.” Amorim reconhece erros defensivos, Horta despediu-se do Sp. Braga

“Temos um plantel muito curto, com vários jogadores da equipa B. Abdicámos da profundidade do plantel para mantermos uma base que para mim é essencial. Sabemos que o mercado tem as suas leis. De há um ano para cá as substituições planeadas foram feitas. Não estou preparado para que o Matheus Nunes sair, se sair arranjamos solução, só para a morte é que não há solução…”, começou por referir. “Não temos mais um euro para gastar, está tudo esticadinho ao máximo. Esforço? Qual esforço? Abdicar do projeto que estamos a fazer? Se tivermos de arriscar com miúdos, arriscamos. Como fomos campeões no primeiro ano acham que é de um momento para outro. Reforços? Não há mais sem qualquer saída”, assegurou.

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E se nas entradas não existirão novidades, ficando apenas por saber qual dos avançados mais novos da equipa B será chamado para a partida com o Rio Ave entre Rodrigo Ribeiro e Chermiti, nas saídas haverá mais uma semana sem novidades apesar da cobiça a Matheus Nunes: depois do Wolverhampton, também o West Ham avançou com uma proposta que previa o pagamento de 30 milhões mais cinco por objetivos mas, à semelhança do que tinha acontecido com o conjunto de Bruno Lage, o médio recusou.

Em paralelo, Rúben Amorim abordou ainda a situação de Ricardo Esgaio, lateral que teve de desativar a sua conta no Instagram depois dos comentários recebidos na sequência do empate dos leões em Braga. “Pessoalmente tenho tido muito apoio, quer da crítica, quer dos adeptos. Toda a crítica tem sido correta, justa, até me dão méritos que não são só meus. Mas não tenho redes sociais, não leio nada, não faço ideia, não leio notícias nenhumas, é uma forma de me proteger. Os jogadores tiveram um grande apoio dos adeptos, toda a crítica sempre disse que os jogadores do Sporting jogavam bem, mas em tudo há um lado mau. Por mim fechavam todos as redes sociais, mas por mais que lhes diga, já estive no papel deles, não o vão fazer. É não fazer grande caso, perceber porquê, e no fim faz-se contas”, referiu.

Ricardo Esgaio desativou o Instagram (e todas as outras redes) após chuva de críticas depois do empate com o Sp. Braga

Já sobre a partida em Alvalade com o Rio Ave, a primeira em casa no Campeonato, o técnico disse esperar “um regresso às vitórias”, sem esquecer o que se passou em Braga. “Fizemos umas coisas bem e outras não tão bem. Para mim, foi tão óbvio que foi muito fácil trabalhar esta semana. Estamos motivados, isto é uma maratona. Queremos escrever uma nova história e regressar às vitórias e voltar a ter a sensação a que estamos habituados”, salientou, abordando também as muitas falhas defensivas no Minho.

“Só sofremos três golos três vezes em quase 100 jogos. Geralmente são faltas de concentração e de agressividade que podem acontecer em certos jogos. Temos de estar sempre no máximo, porque essa é a nossa identidade. Confio nos defesas. Olhamos para os golos, um deles foi uma falta rápida… Transmitimos esses pequenos pormenores à equipa, sabemos onde errámos. A regra é que somos muito fortes defensivamente, disciplinados, e é aí que queremos voltar.  Falhas há sempre, os jogadores não são máquinas. Vamos ter atenção aos pormenores, a bola nunca está parada”, reforçou, recusando também que esses três golos sofridos no empate frente aos arsenalistas fossem resultado da ausência de João Palhinha.

Luzes de Pote, câmara de Vitinha, ação de thriller (a crónica do Sp. Braga-Sporting)

“Sporting melhor do que na última época? Comparo não só como começámos a época mas como terminámos. Temos características diferentes, o Rochinha veio dar-nos outras opções, o Fatawu precisa de treino, de espaço para crescer, o Marcus [Edwards] pode jogar por dentro, o Morita tem uma reação muito boa. Se os jogadores se mantêm mais um ano vão ser melhores. Mal seria se, mantendo uma base, a equipa fosse pior. Temos é de ganhar jogos. É claro que somos uma equipa mais forte, mais dominadora, mas sabemos que todos os jogos são difíceis. Ganhar jogos é a única maneira de dar a volta”, concluiu.