O Coliseu do Porto associa-se às comemorações do bicentenário da independência do Brasil com um teatro musical, uma mostra de cinema, uma residência artística e uma exposição entre 07 de setembro e 15 de novembro, anunciou esta terça-feira a sala.

Sob o título “MPB – Movimento Porto Brasil”, estas quatro iniciativas procuram celebrar a “enorme diversidade e riqueza da cultura brasileira”, pode ler-se num comunicado do Coliseu enviado à Lusa.

A 7 de setembro inaugura-se “Contracapa”, uma exposição de 20 ilustrações da autoria de Júlio Dolbeth que interpreta capas de discos que marcam a história da música brasileira.

Caetano Veloso, Elis Regina, Elza Soares, João Gilberto, Maria Bethânia, Os Mutantes e Chico Buarque são alguns dos artistas retratados nesta exposição, que contou com a colaboração do programador André Gomes e que teve uma primeira mostra este ano, no Auditório de Espinho, no distrito de Aveiro.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Esta mostra poderá ser vista gratuitamente até 15 de novembro, em dias de espetáculo no Coliseu do Porto.

O nome de Chico Buarque volta a estar associado à programação a 20 de outubro, dia em que sobe ao palco principal “Gota d’Água {Preta}”, peça de teatro musical dirigida e protagonizada por Jé Oliveira, a partir da obra escrita por Chico Buarque e pelo poeta Paulo Pontes em 1975.

Se o musical de Chico e Paulo Pontes adaptou a tragédia grega de Medeia aos morros do Rio de Janeiro, para discutir as implicações sociopolíticas da ditadura militar brasileira, então vigente, a releitura de Jé Oliveira atualiza a obra, reunindo um grande elenco predominantemente negro, onde se realça a realidade da mulher negra e a luta de classes, ainda tão atual”, referiu o Coliseu.

A peça, que recebeu várias nomeações e distinções, nomeadamente o Prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte para Melhor Direção, tem um DJ, instrumentos de percussão, guitarra, violão, cavaco e saxofone tocados ao vivo. Chega ao Porto inserida na Mostra São Palco 2022, organizada pela companhia O Teatrão, e à qual o Coliseu se associa.

Já entre 15 de setembro e 15 de novembro decorre a Mostra de Cinema Documental Brasileiro onde serão apresentados um conjunto de documentários relacionados com a cultura brasileira, como “Tropicália”, filme onde o realizador Marcelo Machado mostra um olhar contemporâneo deste movimento cultural que explodiu no Brasil na década de 1960.

Entre exibições inéditas ou projeções de filmes de antologia, recuperam-se alguns dos momentos fundamentais da história da cultura brasileira, das favelas aos palcos onde a mesma se foi forjando, e os cruzamentos entre música, dança, artes plásticas, arquitetura ou teatro de intervenção, ressalvou a instituição.

As exibições serão complementadas com um ciclo de mesas redondas para debater os temas centrais de cada obra com convidados de várias áreas artísticas e cívicas.

Durante o mesmo período terá lugar na sala Lounge Ageas – um novo espaço de residências artísticas e valorização dos profissionais das artes visuais – a primeira residência artística lançada pelo Coliseu.