A Direção-Geral da Saúde e o Infarmed lançaram uma campanha de sensibilização para prevenir danos relacionados com a medicação, que em casos extremos podem conduzir à morte, no âmbito do Dia Mundial da Segurança do Doente, assinalado no sábado.

Promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial da Segurança do Doente tem este ano como lema a “Segurança na utilização da medicação” e visa sensibilizar os profissionais de saúde e cidadãos para a importância desta temática, com destaque para a prevenção dos erros relacionados com a medicação e redução de incidentes neste âmbito.

A DGS e a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) associaram-se a esta iniciativa com a realização de uma campanha, dando assim cumprimento ao preconizado no Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2021-2026.

Em declarações à agência Lusa, a chefe de Divisão de Planeamento e Melhoria da Qualidade da DGS, Carla Pereira, explicou que os danos associados à medicação podem acontecer por variadíssimas razões, sendo uma das preocupações em Portugal “a polimedicação, que é o facto de o utente tomar muitos medicamentos”.

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“Como é a população mais idosa que toma mais medicamentos pode haver às vezes dificuldades na gestão da medicação”, disse Carla Pereira, apontando ainda outros danos como a conservação dos medicamentos, a automedicação ou as pessoas confundirem o nome dos fármacos.

Carla Pereira advertiu que, por exemplo, a toma voluntária de medicação pode levar a uma reação adversa que se não for revertida atempadamente pode levar à morte. Daí a importância desta campanha que visa aumentar a literacia e sensibilizar a população para estes riscos, disse.

A segurança do doente é uma temática que tem tido “muita relevância” especialmente nas últimas duas décadas e tem integrado a agenda de vários países do mundo, sendo esta sexta-feira reconhecida como uma das componentes fundamentais para a garantia da prestação de cuidados de saúde com qualidade.

A iniciativa da OMS promove este ano o ‘slogan’ “Medicação sem danos” e tem quatro objetivos, entre os quais aumentar a consciencialização sobre o elevado número de danos relacionados com os medicamentos devido a erros de medicação e práticas inseguras, “advogando ações urgentes para a melhoria da segurança da medicação”, adiantou.

Outros dos objetivos são agregar as principais partes interessadas e parceiros para prevenir estes danos e capacitar os doentes e os familiares, envolvendo-os ativamente no uso seguro dos medicamentos.

Para isso, disse Carla Pereira, tem de se implementar estratégias de literacia e estratégias junto dos profissionais de saúde para “uma comunicação mais eficaz e mais fácil aos utentes”.

“O quarto e último objetivo é a implementação do desafio global da segurança do doente” na área da medicação sem dano, existindo já um plano mundial, com vários objetivos, e que é o plano mestre para cada país desenhar os seus planos nacionais.

Para alertar para esta problemática, a DGS e o Infarmed lançaram uma campanha com documentos informativos disponíveis nos seus ‘sites’ e redes sociais, que também foram disponibilizados em todas as unidades de saúde do SNS com mensagens como “Guarde os medicamentos em locais adequados e seguros, e verifique a data de validade regularmente” ou “Conheça a medicação. Verifique se está a tomar a medicação de forma certa. Pergunte ao seu profissional de saúde se tiver dúvidas”.