A secretária regional da Educação dos Açores admitiu esta segunda-feira que há “falta de investimento” no parque escolar da região, ressalvando que a manutenção dos edifícios do primeiro ciclo é feita pelos municípios.

“Assistimos a uma degradação e a uma falta de investimento, de forma genérica, no parque escolar na região, de uma forma transversal e em todas as ilhas”, afirmou a titular da pasta da Educação, Sofia Ribeiro, à margem da inauguração da escola básica e jardim de infância do Cabo da Praia, na ilha Terceira, cujas obras foram asseguradas pelo município da Praia da Vitória.

A secretária regional da Educação e Assuntos Culturais ressalvou que “a gestão dos edifícios escolares, no que concerne ao primeiro ciclo e ao pré-escolar, é da responsabilidade camarária”, sendo da responsabilidade da tutela “a gestão do ensino”.

“Trabalhamos muito em simbiose. Fazemos também um investimento na dotação das nossas escolas, que lhes permitem, por exemplo, ter acesso à internet, que nas escolas do primeiro ciclo até há bem pouco tempo praticamente não existia”, avançou a secretária, que integra o executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.

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Na primeira visita a uma escola desde que arrancou o ano letivo, Sofia Ribeiro destacou a aposta no ensino básico, na promoção do sucesso escolar, dando como exemplo o ‘coaching’ educativo, que arrancou no ano anterior, e o pensamento computacional.

Lançámos este ano o pensamento computacional, que é totalmente inovador na região e até relativamente ao que se passa no continente Nós entendemos que é nestas tenras idades, através do jogo, através da brincadeira orientada, que se consegue fazer aprendizagens significativas”, apontou.

A governante salientou também que houve uma “diferenciação positiva” no cálculo do número de assistentes operacionais “que em quadro estão afetos a estes níveis de ensino”.

Segundo Sofia Ribeiro, “nos próximos meses” será apresentada uma proposta de alteração do diploma da gestão e da flexibilidade curricular ao nível da educação básica.

“Não faz sentido estarmos a trabalhar o insucesso só, antes de mais temos de ter uma postura que trabalhe o sucesso desde as mais tenras idades, desde logo a começar pela identidade que o aluno tem da própria escola”, frisou.

O diploma é um de vários que a tutela propõe a rever, numa “Estratégia da Educação para a Década”, que contou com contributos de todos os partidos com representação na Assembleia Legislativa dos Açores.

O regime de criação, autonomia e gestão das unidades orgânicas foi negociado com os sindicatos e aprovado em Conselho de Governo, seguindo-se agora a discussão no parlamento açoriano.

O Estatuto do Pessoal de Ação Educativa do Sistema Educativo Regional deu já entrada na Assembleia Legislativa dos Açores e Estatuto da Carreira Docente deverá ser negociado com os sindicatos, “nas próximas semanas”.