A menos de duas semanas do arranque da Web Summit, Paddy Cosgrave, em conjunto com o ministro da Economia, António Costa Silva, apresentou oficialmente a edição deste ano da cimeira dedicada a tecnologia e empreendedorismo.

Se no ano passado a apresentação da conferência tecnológica era feita ao lado de Pedro Siza Vieira, este ano foi a vez de António Costa Silva se estrear nas lides de conferências da cimeira tecnológica, que em 2016 assentou arraiais em Portugal.

O ministro sublinhou que o evento é relevante para o país pela exposição ao exterior e pela possibilidade de atrair mais empresas de tecnologia para o mercado português. “A capacidade de o país atrair capital estrangeiro está a crescer”, sublinhou Costa Silva, destacando que “Portugal é uma ‘startup nation’, um ‘hub’ internacional de inovação”.

Com o intuito de tornar o país mais atrativo aos olhos do mundo das statups, o ministro da Economia sublinhou que o governo está a preparar uma nova lei para as startups. “Achamos que é o tempo de olhar para o sistema atual e criar uma nova lei”, explicou o governante na conferência de imprensa. De acordo com o ministro, esta proposta “está em discussão”.

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Questionado sobre pormenores sobre esta lei, Costa Silva diz que “não queria elaborar muito”, mas diz que o executivo está a trabalhar em algo que “envolve diferentes áreas governativas”. Mas frisa que quer que seja uma lei “muito atrativa, alinhada com as tendências de mercado”. Os poucos exemplos dados apontam para temas ligados ao financiamento de startups e tecnológicas e também à criação de um regime fiscal mais atrativo, que envolve também “stock options”.

“Queremos ter uma das leis mais competitivas do mercado europeu e quiçá do mercado internacional”, revelou ainda o ministro. “Ainda estamos a trabalhar”, repetiu, mas que antecipa novidades “até ao final do ano”. “Temos uma autorização legislativa do OE 2022 e pretendemos usá-la“, concretizou.

Paddy Cosgrave fecha-se em copas sobre expansão da FIL. “Estou focado nos próximos dez dias”

Paddy Cosgrave, CEO da Web Summit, diz que Lisboa tornou-se no “sítio mais sexy para criar uma empresa”, reforçando que o ecossistema português está mais ativo do que em 2016.

A propósito da conferência deste ano, onde são esperados 70 mil participantes, promete uma área de exposição com mais atividade, revelando um aumento de “60% dos expositores”. Já sobre a expansão da FIL, não revelou muito mais. Recorreu a uma analogia do mundo do futebol para a resposta. “Atualmente só posso dizer que estou focado nos próximos dez dias”, disse. “Ainda não pensei na próxima época”.

Outro dos detalhes que também fica por conhecer é quem vai dar o pontapé de saída do primeiro dia de evento, habitualmente uma das sessões mais concorridas. “Não será a Liz Truss”, disse Paddy Cosgrave, entre risos, poucas horas depois de a primeira-ministra britânica anunciar a demissão. Não há ainda um nome anunciado, disse Paddy Cosgrave, mas prometeu “algumas surpresas, que dependem da situação global”.

Sobre a agenda de conversas deste ano, destaca o foco em sessões de cibersegurança e ainda em temas de “toda uma espécie de universo de consequências da tecnologia, como a gig economy”. E, inevitavelmente, a “Ucrânia vai ser um tema”.

A cimeira tecnológica arranca a 1 de novembro, com a habitual cerimónia de abertura, ao fim da tarde, no palco principal da Altice Arena. Os principais nomes da edição deste ano da Web Summit incluem o “whistleblower” da Uber, Mark MacGann, o escritor e linguista Noam Chomsky ou Changpeng Zhao, o CEO da Binance, a maior plataforma de negociação de criptomoedas.

Mark MacGann, denunciante dos “Uber Files”, é um dos oradores da Web Summit