Com mais de uma hora de atraso, devido a um incidente com uma câmara, o ministro da Economia subiu ao palco da Web Summit para anunciar algo que já se sabia. No âmbito do PRR, serão criados vouchers digitais e “verdes”, no valor de 90 milhões de euros, para apoiar 300 startups nos próximos quatro anos, adiantou António Costa Silva. A maior novidade foi que será ainda lançado um novo pacote de 20 milhões de euros para incubadoras, para “suportar custos e atrair talento”.

Costa Silva foi o representante do Governo na abertura desta Web Summit, ao contrário do que estava previsto no programa oficial, no qual constava o primeiro-ministro, António Costa. Acabou por ser mesmo como “António Costa” que o ministro foi chamado ao palco pelo CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave.

O António Costa de serviço fez um discurso focado no papel da tecnologia em “procurar soluções para os problemas”, sublinhando que Portugal é, nesse sentido, “o local certo” e esta é também “a altura certa”, face aos “tempos desafiantes mas também entusiasmantes” que vivemos.

O ministro ressalvou o “casamento bem sucedido” entre Lisboa e a Web Summit, e atirou alguns números que provam o sucesso dessa união, tantas vezes questionado pelos mais céticos. Portugal tem uma das taxas mais elevadas de unicórnios per capita da Europa, a atração de capital de risco aumentou 20 vezes nos últimos seis anos, desde que a cimeira aterrou em Lisboa, e as empresas de tecnologia instaladas em Portugal também crsceram 20 vezes no mesmo espaço de tempo.

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“Somos o país do surf e das tecnológicas. Do bem estar, do bom tempo e das boas startups. Do sol e das soluções tecnológicas”, afirmou, destacando que o país é também um dos mais velozes na transição energética.

“Se estão a considerar desenvolver uma startup, considerem fazê-lo em Portugal”, apelou, lembrando que o país vai ser sede da Agência Europeia das Startups, alguo anunciado no ano passado neste mesmo evento pelo antecessor de Costa Silva.

“Há alguns séculos, os navegadores deixaram Lisboa e lançaram a primeira onda de globalização. Hoje estamos contentes que se encontrem em Lisboa para encontrar soluções para os nossos tempos. O futuro não é o que nos vai acontecer amanhã, é que que começamos a fazer hoje”, concluiu.