Desta vez não houve bifanas, e apesar de ser repetente, Cristina Ferreira confessou-se “mais nervosa” do que no ano passado, o primeiro em que subiu a um dos palcos da Web Summit. “O que faz um bom líder” foi o tema da conferência da apresentadora, diretora de entretenimento e ficção e acionista da TVI, que escolheu conjugar o verbo “to be” (ser/ estar) para ilustrar o que para si significa o sucesso.
Cristina Ferreira na Web Summit: “Sou fora da norma, às vezes tornam-me num meme”
“Somos todos líderes, todos temos seguidores, mas o que faz um bom líder?”, começou por questionar. Clarificando que “isto não é uma aula de inglês”, desafiou o público que encheu o palco Content Makers a conjugar o verbo “to be”. Começando pela primeira pessoa do singular, “eu sou”. “Para ser líder tens de saber quem és. E só há uma forma de ser bem sucedido: ser verdadeiro. É a verdade que te protege”, começou por dizer.
A palestra continuou no mesmo tom, com a diretora da TVI a recorrer à sua própria experiência para ir explicando porque é que “o falhanço é o primeiro passo para o sucesso”. E defendeu que “quando eu não falho é porque não estou a fazer nada de novo”.
“Houve uma altura da minha vida em que as pessoas diziam que tudo o que eu tocava transformava-se em ouro. Mas ganhar sempre não é divertido. Disse muitas vezes: deixem-me falhar. Temos de deixar a nossa zona de conforto. Se o teu sonho não funcionar é porque talvez não seja para ti. E está tudo bem. Tenta outro. Há pessoas que não veem outro caminho. Não temos de ter medo da mudança”, afirmou.
Cristina Ferreira ainda teve tempo para citar Tom Cruise no Top Gun, naquele que confessou ser o seu filme preferido, e para contar que uma das suas histórias de falhanço teve lugar quando foi estagiária na RTP. “No primeiro dia disseram que ninguém ficaria depois do estágio e eu decidi que ia trabalhar para ficar. Não fiquei. Mas foi perfeito. Depois disso estudei e hoje estou aqui. Adoro os nãos da minha vida. Funcionam bem para mim. Tens de ser resiliente e não deixar que os outros te julguem. O guião da tua vida é teu”, declarou.
Para o fim ficou a dissertação sobre o dinheiro, ou sobre como ele não traz a felicidade. “Toda a gente quer ser rica. Se possível milionária. Mas o sucesso não é dinheiro. As pessoas mais ricas do mundo não pensam sobre dinheiro. Pensam que o que interessa é encontrares aquilo que amas”.
Admitiu que tem um salário “fantástico” mas garantiu que quando ganhava 500 euros trabalhava com o mesmo entusiasmo, porque fazia o que amava. “Um trabalho dá-te dinheiro, um sonho dá-te felicidade e és rico quando és feliz”.
No fim da conjugação do verbo “to be”, Cristina Ferreira desafiou a plateia a voltar ao Instagram e a postar fotografias com a hashtag #verbtobe. “Os meus posts que recebem mais comentários são aqueles em que apareço sem maquilhagem ou em que exponho as minhas fragilidades. A tecnologia e o futuro não são números. A partir de agora, quando pensarem no verbo “to be”, não se esqueçam que são os líderes da vossa própria vida”.