O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse nesta quinta-feira, à entrada para a assembleia-geral, ser “muito provável” que os tripulantes decidam manter o pré-aviso de greve entre 25 e 31 de janeiro.
Ricardo Penarróias falava aos jornalistas presentes num hotel em Lisboa, em declarações transmitidas pela SIC e RTP, onde vai ter início a assembleia-geral para analisar a proposta da TAP para tentar evitar uma greve de sete dias no final do mês.
“É muito provável (que a greve continue em cima da mesa)”, disse o presidente do SNPVAC, reiterando o sentimento de insatisfação dos tripulantes de cabine com a gestão da TAP.
Antes, o dirigente sindical tinha tido uma reunião com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, que, em nota enviada pelo gabinete, manifestou-se “convicto de que a assembleia-geral do SNPVAC dará um passo decisivo para a melhoria da situação dos trabalhadores e da companhia aérea, permitindo evitar uma greve de sete dias que causaria um grave dano à empresa”.
“Iremos discutir o documento, ouvir as opiniões de todos os associados e, no final, são os associados que irão tomar a decisão”, sublinhou Ricardo Penarróias.
Segundo o sindicalista, na reunião com o Governo, João Galamba “reforçou a sua confiança e o apoio à proposta da TAP“.
“Foi uma conversa construtiva, informal, sensibilizando para a importância do momento, a importância que uma greve poderá ter para a saúde financeira da empresa. Nós somos sempre sensíveis a isso”, disse o presidente do SNPVAC.
Questionado sobre as diferenças entre a proposta que está agora em discussão e a anterior, que foi reprovada, não conseguindo evitar uma greve de dois dias em dezembro, Penarróias disse que se trata de “questões muito técnicas”, como, por exemplo, o regresso de mais um tripulante aos voos transatlânticos, com mais de seis horas, que estavam a ser realizados com quatro elementos.
Tripulantes da TAP analisam nesta quinta-feira proposta da empresa para evitar greve no fim do mês
Para o sindicato, a ausência de mais um tripulante naqueles voos é “questionável” em termos de segurança e “miserável” em termos de condições de trabalho.
Ricardo Penarróias apontou ainda que o caso da indemnização de 500.000 euros à antiga vogal do Conselho de Administração Alexandra Reis também contribuiu para agudizar o sentimento de insatisfação dos tripulantes e restantes trabalhadores da TAP, o que poderá influenciar o resultado da assembleia-geral desta quinta-feira.
O dirigente sindical referiu também que houve avanços nas negociações com a empresa. Resta saber se serão suficientes para os tripulantes, para evitar uma nova greve na companhia aérea.