O antigo secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes alterou o testemunho feito à Inspeção Geral de Finanças sobre a indemnização paga pela TAP a Alexandra Reis. De acordo com o Expresso, Hugo Mendes apresentou nova versão sobre os acontecimentos depois de o antigo ministro Pedro Nuno Santos ter revelado que, afinal, tinha conhecimento do valor da compensação paga à antiga administradora.

No passado dia 20, o ex-ministro das Infraestruturas emitiu um comunicado admitindo que encontrara, na véspera, uma comunicação do início de 2022, da sua chefe de gabinete, Maria Araújo, e do Secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, a informá-lo “do valor final do acordo” a que a TAP e Alexandra Reis tinham chegado para a saída da administradora da empresa. O socialista garantia que “nenhum dos três tinha memória” dessa conversa. Na mesma missiva, Pedro Nuno Santos assumia ainda que lhe foi pedido “foi anuência política para fechar o processo e a mesma foi dada”.

Pedro Nuno Santos admite que afinal sabia valor e deu ok a indemnização de Alexandra Reis

Hugo Mendes, garante o Expresso, esteve sempre alinhado com o depoimento de Pedro Nuno e, na primeira vez que prestou declarações, teria avançado que a anuência do governante tinha sido dada de forma verbal. Após a descoberta, acrescentou uma adenda às informações prestadas inicialmente, explicando que a comunicação fora escrita e que o valor em causa tinha sido referido.

Depois da saída da TAP, Alexandra Reis foi nomeada por Pedro Nuno Santos para presidente da NAV. Na sequência do caso da elevada indemnização paga pela TAP para a saída de uma administradora — que acabou por integrar o Governo, escolhida pelo ministro das Finanças — caiu a secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, e o ministro das Infraestruturas (bem como todo o Ministério), Pedro Nuno Santos. No Parlamento vai ser constituída uma comissão de inquérito ao caso, pedida pelo Bloco de Esquerda, e entretanto já decorreram algumas audições a pedido dos partidos, caso do ministro das Finanças, Fernando Medina, e da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener.

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