O Brasil vai dar um apoio financeiro de um milhão de euros para a terceira edição do programa de audiovisual da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), anunciou esta segunda-feira a ministra da Cultura brasileira.

“É um prazer enorme estar aqui retomando mesmo as ações efetivas do Brasil na CPLP, e a nossa presença nas iniciativas do audiovisual, com um ‘aport’ [financiamento] da mesma envergadura de Portugal, para afirmar a volta do país definitivamente ao fortalecimento dessa comunidade dos países de língua portuguesa e muito mais outras coisas que iremos fazer”, afirmou Margareth Menezes, durante uma deslocação à sede da organização.

A ministra salientou que com o governo de Lula da Silva no Brasil foi possível em pouco tempo “reconstruir o ministério e já começar a fazer ações internacionais”.

“[É] muito grandioso para nós. Até porque a cultura brasileira tem um lugar muito especial, internacionalmente reconhecido”, realçou.

“Vamos fortalecer todas as possibilidades de desdobramento das artes, na literatura, no cinema, vamos fazer cooperação com filmes, com documentários, fortalecendo mais ainda e criando”, com Portugal e com a CPLP, referiu.

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A ministra destacou uma ideia que surgiu neste momento, de criar uma organização de representação da cultura lusófona, “uma feira com todos os países da CPLP para representação em outros países, especialmente no Mercosul”.

Sobre o que fazer junto das Nações Unidas para que a língua portuguesa seja uma língua oficial da organização, um aspeto que voltou a ser realçado pelos Presidente de Portugal e do Brasil, neste sábado após o seu encontro em Belém, Margareth Menezes disse que ainda não houve uma conversa com a ONU.

“Mas as ações que estamos fazendo, são afirmativas para o desenvolvimento dessas colaborações, especialmente em relação aos países de língua portuguesa, porque fortalecer a nossa língua é fortalecer a democracia e fortalecer a presença dos países e dessa grande história que os nossos países de língua portuguesa têm para o fortalecimento do mundo”, frisou.

A ministra falava após ter inaugurado o “Paginário CPLP”, instalado em frente à sede da organização internacional, no Largo do Correio Mor, e de se ter reunido com o secretário-executivo da CPLP, Zacarias da Costa.

O Programa CPLP Audiovisual ambiciona contribuir para o intercâmbio cultural, para o aumento do conhecimento mútuo e para a aplicação de políticas públicas integradas de fomento à produção e à teledifusão de conteúdos audiovisuais nos países da CPLP.

Zacarias da Costa explicou depois aos ministros da Cultura de Portugal, Pedro Adão e Silva, e do Brasil, que este apoio do Brasil é “muito importante” para o programa, para o qual Portugal já tinha colocado “há uns anos um milhão de euros, Angola colocou 250 mil euros e o Brasil veio esta segunda-feira anunciar mais um milhão, à semelhança de Portugal”.

A ministra da Cultura do Brasil é um dos membros do governo brasileiro que integra a comitiva ministerial que acompanha o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na sua visita de Estado de quatro dias a Portugal e que termina na terça-feira.

O Paginário inaugurado esta segunda-feira pelos ministros da Cultura de Portugal e Brasil é uma obra do artista e pesquisador brasileiro Leonardo Villa-Forte e decorreu de uma iniciativa da missão do Brasil junto da CPLP.

O mural celebra, segundo o artista “a pluri centralidade da língua portuguesa, a sua variedade de expressões e nada melhor do que a literatura para o fazer, mas também algumas letras de música e arte”, explicou à Lusa o artista.

Ao todo, são 960 páginas, que ocupam 25 metros “em homenagem ao 25 de Abril”, adiantou. Foram convidadas 35 pessoas dos nove Estados-membros da CPLP para enviarem páginas da literatura que expressam bem a sua variação linguística.

As páginas de cada país têm a cor da bandeira desse Estado.