O Santander Portugal aumentou em 19,6% os lucros do primeiro trimestre, para 185,9 milhões de euros, indicou o banco em comunicado divulgado esta quinta-feira. O banco revelou, também, que baixou em 4,9% o volume de depósitos na instituição, o que é justificado com a “amortização antecipada de créditos” por parte dos clientes, num contexto de aumento das prestações.

“Os recursos de clientes, no montante de 44,8 mil milhões de euros, registaram uma redução de 5,5% face ao final do primeiro trimestre de 2022, fruto de uma diminuição dos depósitos (-4,9%), largamente associada à mencionada amortização antecipada de créditos”, diz o banco em comunicado que não refere um impacto da concorrência dos certificados de aforro. A redução dos depósitos terá rondado os dois mil milhões de euros.

Apesar do dinamismo da atividade de mobilização de balanço pelo Santander em Portugal durante os três primeiros meses do ano, num montante mensal muito superior a 1,5 mil milhões de euros, os volumes de negócio refletiram o novo contexto de taxas de juro elevadas, com a amortização antecipada de créditos”, diz o Santander, em comunicado de imprensa.

O banco indica que, de um modo global, a carteira de crédito encolheu 2,2% para 42,6 mil milhões de euros, “dinâmica largamente explicada pela amortização antecipada de créditos a empresas”. A carteira de crédito imobiliário, porém, aumentou 1,8% para 22,7 mil milhões de euros, apesar das amortizações.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os lucros foram suportados pelo aumento de 38,1% da margem financeira, basicamente a diferença entre aquilo que o banco paga para se financiar (como o que paga pelos depósitos) e os juros que cobra pelos créditos que prestou aos clientes. A margem financeira aumentou para 267,7 milhões de euros, uma evolução decisiva para elevar a rentabilidade dos capitais próprios (return on equity, ou ROE) para 19,7%.

A cobrança de comissões aumentou 2,2%, para 121,7 milhões de euros, com os custos operacionais a subirem 5,4% (para 127,6 milhões) apesar de o banco ter chegado ao final do primeiro trimestre com menos 44 colaboradores do que no período homólogo (4.677) e menos 10 agências (334).

Lucros de mais de 2.500 milhões de euros. Cinco maiores bancos tiveram ano “fantástico”, à boleia dos juros do BCE