O reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, sublinhou a “grande alegria” que será acolher, no dia 5 de agosto, o Papa Francisco no “lugar das aparições de Nossa Senhora a três crianças, duas delas canonizadas pelo Papa em 2017”.

“É para nós uma grande alegria poder acolher de novo o Papa Francisco aqui no Santuário de Fátima”, afirmou o padre Carlos Cabecinhas, numa mensagem divulgada pela Sala de Imprensa do santuário.

Segundo Cabecinhas, é sabido “o quanto a mensagem de Fátima está ligada ao Papa e à oração pelo Papa”.

“Por isso, poder acolhê-lo de novo, para rezar com ele e por ele é para nós motivo de grande contentamento e, por isso, é essa alegria que expressamos. Esperamos que todos os peregrinos que aqui estarão para o acolher também vivam aqui essa grande alegria de estar de novo com o Papa”, acrescentou.

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O Vaticano, numa pequena nota emitida às 11h desta segunda-feira (12h em Roma), anunciou que, “por ocasião da próxima Jornada Mundial da Juventude, acolhendo o convite das autoridades civis e eclesiais de Portugal, Sua Santidade Papa Francisco deslocar-se-á a Lisboa de 2 a 6 de agosto deste ano, realizando no dia 5 uma visita ao Santuário de Fátima”.

Entretanto, o bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, lembrou esta segunda-feira que, como o Papa já lhe dissera pessoalmente, irá ao santuário “para rezar à Senhora de Fátima”.

“Disse-me, aliás, que já é tradição que numa Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Santo Padre vá rezar num santuário dedicado a Nossa Senhora, que seja particularmente simbólico para o lugar onde se realizam as jornadas”, acrescentou José Ornelas.

“Entre nós virá para rezar e rezar connosco. O motivo da sua vinda é a oração”, disse o bispo.

Esta será a primeira vez que um Papa se desloca à Cova da Iria fora de uma peregrinação internacional aniversária de maio.

O primeiro a deslocar-se a Fátima, até com alguma resistência do Vaticano e das autoridades portuguesas, foi Paulo VI, em 1967.

João Paulo II, promotor da Jornada Mundial da Juventude, deslocou-se a Fátima como peregrino três vezes, a primeira das quais em 1982, um ano depois do atentado que sofreu na praça de São Pedro. O papa polaco entendeu a sua salvação como um milagre e no ano seguinte ao atentado veio agradecer a Nossa Senhora de Fátima. Regressaria à Cova da Iria em 1991 e depois em 2000, por ocasião da beatificação de Francisco e Jacinta Marto.

Em 2010 deslocou-se a Fátima Bento XVI, inaugurando o ciclo comemorativo do Centenário das Aparições.

Francisco esteve na Cova da Iria em maio de 2017, no âmbito do centenário das aparições e canonizou Jacinta e Francisco Marto.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto deste ano, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

A edição deste ano, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de Covid-19.

O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJLisboa2023, no dia 23 de outubro de 2022, no Vaticano, após a celebração do Angelus. Este gesto marcou a abertura mundial das inscrições para o encontro mundial de jovens com o Papa.

Até ao momento já iniciaram o processo de inscrição mais de meio milhão de jovens.