Em declarações à agência Lusa, Miguel Guedes, diretor artístico do Coliseu do Porto para o triénio 2023-2026, explicou que o Coliseu lança este verão o Serviço Educativo de modo a reforçar a sua ligação com as crianças, jovens, e também para aproximar as pessoas às artes.
“Pretende-se criar espaço e tempo para a mediação de conteúdos, neste caso artísticos, históricos e culturais, abrindo espaço para a experiência, questionamento e enriquecimento pessoal. No caso específico do Coliseu, em cada recanto, sala, corredor, há histórias para contar que importa serem lembradas e repetidas, numa luta pela preservação desta, que é também a história dos seus habitantes e do nosso país”, disse.
Miguel Guedes conta que o novo Serviço Educativo vai ser coordenado por Filipa Godinho e pretende ser um projeto identitário para o presente e de projeção de futuro.
“O departamento será coordenado por Filipa Godinho, professora e artista plástica. Coordenou projetos artísticos e educativos em várias instituições nacionais, nos mais diversos contextos sociais e culturais, desde escolas e museus a centros e associações sociais, envolvendo jovens, adultos e crianças. Dirigiu e integrou vários serviços educativos com relevância nacional e internacional, promovendo a educação e a mediação cultural, através das artes”.
Para cada tipologia de atividade haverá monitores de múltiplas valências, de áreas pedagógicas a artísticas como a dança, teatro, música, artes plásticas e arquitetura, entre outras.
Questionado sobre o plano de atividades do Serviço Educativo (SE) do Coliseu ao longo do ano, Miguel Guedes referiu que este se desdobrará em programas ajustados às diferentes dinâmicas de cada semestre do ano.
“Desde as propostas para escolas até às oficinas para famílias, passando por campos de férias e workshops temáticos, o Coliseu terá as portas abertas nos 12 meses do ano, deixando-se habitar por uma oferta para todas as idades em diferentes momentos. As escolas poderão encontrar no Coliseu um lugar favorável para o despertar da curiosidade dos alunos para temáticas que vão desde a arquitetura à história do edifício e à vida cultural da cidade.
Para os períodos de férias escolares, o SE vai focar-se nos Campos de Férias, como acontecerá no Natal, e que se prevê que seja “memorável”, classificou o diretor artístico, destacando que as instituições culturais devem “proporcionar experiências às crianças para lá das que têm com a família e na escola”.
“Pretendemos abrir o Coliseu à cidade do Porto, aos seus habitantes, e a todos os que a visitarem, numa perspetiva que assenta na partilha e na inclusão”.
As primeiras atividades de SE são as “Oficinas de Verão”, que arrancam a 17 de julho, e são um exemplo do que se pretende para o projeto pedagógico que o Coliseu Porto Ageas estabeleceu para o futuro, ou seja, ter “ações inseridas na temática da arte, nas suas mais variadas formas e conceitos, com especial incidência sobre as artes performativas”.
Segundo Miguel Guedes, estas atividades assentam em princípios de “cariz pedagógico” e recorrem a metodologias de educação não formal, promovendo experiências lúdicas, de aprendizagem multidisciplinar.
As “Oficinas de Verão”, primeira atividade do Educativo Coliseu, “é uma resposta à necessidade de valorização dos tempos livres” e vão inspirar-se, por exemplo, nas tradicionais sombras chinesas (pinyin) ou no “teatro de sombras” da Lourdes Castro.
“A Magia das Sombras – Oficina de teatro de sombras para crianças curiosas” é destinada a crianças e jovens dos 6 aos 12 anos de idade, e acontece de 17 de julho a 1 de setembro.
Durante uma semana, de segunda a sexta-feira, cada grupo (de 8 a 12 crianças) irá criar o seu próprio teatro de sombras, desde a história, personagens, cenário e dramaturgia até à luz e som.
Outra oficina é a “Atlas – Atelier de Teatro Labirinto de Ação Sensorial”, que se destina a jovens entre os 12 e os 17 anos de idade, e que vai ser orientado pela atriz Cátia Lopes, docente e licenciada em teatro.
As inscrições podem ser feitas na bilheteira do Coliseu, em www.coliseu.pt, na Ticketline e locais habituais.