Tal como aconteceu com a opção encontrada para a baliza do Benfica, também o substituto de Gonçalo Ramos não foi o alvo que os encarnados tinham idealizado inicialmente em caso de saída do avançado para o PSG. Arthur Cabral, da Fiorentina, dentro desses constrangimentos, acabou por ser o escolhido.

O nomes apontados para a vaga de Ramos foram vários. Lucas Beltrán (River Plate, que estava há muito referenciado), Taty Castellanos (que rumou à Lazio) e, sobretudo, Santiago Giménez. Este último era um desejo antigo de Roger Schmidt, treinador encarnado e um profundo conhecedor do futebol neerlandês onde atua o avançado. O mexicano renovou com o Feyenoord, mas, dias depois de ter prolongando o vínculo com o clube da Eredivisie até 2027, alertou, em declarações à ESPN, que a saída ainda era uma possibilidade. “Tudo pode acontecer no futebol. Um dia estás aqui, no outro já não estás. Depende mais do clube do que do jogador. Um clube pode chegar com uma proposta irrecusável. Nunca se sabe”.

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Ainda assim, percebia-se que a mensagem não era para o Benfica, pois as notícias da imprensa desportiva davam conta que o Feyenoord procurava fazer um encaixe, na pior das hipóteses, de 40 milhões com a venda de Santiago Giménez. Esta exigência encontra-se bastante acima dos 25 milhões pagos por Orkun Kökçü e que correspondem ao maior valor gasto pelos encarnados numa transferência.

As pistolas vão fazer mira a um novo alvo: Gonçalo Ramos é reforço do Paris Saint-Germain (e o Benfica já tem substituto)

Depois de cair por terra a hipótese Giménez (e outras que foram sendo divulgadas), o Benfica atacou Arthur Cabral. A proposta de 20 milhões de euros fixos aos quais ainda podem vir a ser adicionados mais cinco milhões em variáveis, avançada pelo jornalista Fabrizio Romano, foi aceite pela Fiorentina.

A mudança de Arthur Cabral para Portugal não tardou a ser confirmada pelo pai do jogador. “O Arthur está feliz. O Benfica é um clube grande, que disputa a Liga dos Campeões e que luta pelo título. Está muito feliz, é uma grande oportunidade de fazer bons jogos e de ser campeão português”, explicou Élio Cabral à Antena 1. “O Benfica é uma equipa grande do futebol europeu, estou muito orgulhoso e a torcer para que faça bons jogos e para que seja o goleador que sempre foi”.

“Chegar ao Benfica representa uma grande oportunidade de poder vestir esta camisola pesada e seguir minha trajetória, a minha carreira e alcançar os meus objetivos. Já cheguei com a equipa a conquistar um título, é bom respirar isso. Quero entrar na história do Benfica, ajudar os companheiros e poder comemorar como fizeram ontem [na Supertaça]. Estou num país maravilhoso, uma cidade boa e fui bem recebido por todos. Acredito que os brasileiros vão ajudar mas não que Portugal seja muito diferente, pois a língua e cultura são parecidas. Não acredito que seja uma adaptação difícil”, comentou o avançado à BTV.

A época 2022/23 foi especialmente produtiva para Arthur Cabral. Apesar da Fiorentina ter perdido a final da Liga Conferência, o avançado brasileiro foi o melhor marcador da competição com sete golos (os mesmo que Mohamed Amdouni, do Basileia). Três desses golos foram apontados na eliminatória contra o Sp. Braga. Ao todo, ao longo da temporada, o jogador de 25 anos marcou por 17 vezes com a camisola viola.

Antes de Arthur Cabral chegar a Lisboa para reforçar o Benfica, a Fiorentina despediu-se do jogador nas redes sociais. “O diretor-geral, Joe Barone, presenteia Arthur Cabral com a bota de ouro de melhor marcador da última Liga Conferência, agradecendo-lhe por ter honrado a camisola viola e desejando-lhe boa sorte na sua próxima aventura. Obrigado, Artur”, escreveu o clube italiano.

O brasileiro chegou a Portugal na véspera da Supertaça acompanhado pelo diretor desportivo do Benfica, Rui Pedro Braz. Cabral vai ter a concorrência de Petar Musa e de Casper Tengstedt na frente de ataque do clube da Luz.