Quando a placa do quarto árbitro do FC Porto-Arouca foi levantada, o mostrador iluminava o número 17. Nessa altura, o Arouca ainda vencia por 1-0. No entanto, durante o tempo extra, Galeno falhou uma grande penalidade e Evanilson fez o 1-1 com que o jogo terminou no Estádio do Dragão.

Cristo González, extremo do Arouca que marcou o golo da equipa que disputou o acesso à Liga Conferência, disse ter vivido uma situação inédita. “É muito difícil aguentar o resultado aqui, é um campo muito complicado. Que me lembre, na minha vida, creio que nunca vi 20 minutos de descontos, é a primeira vez que vejo. Foi assim que o árbitro decidiu. Fizemos um bom jogo e temos que seguir nesta linha”, explicou no final do encontro à Sport TV. “Trabalhámos bem o jogo. Fizemos o que tínhamos que fazer, como tínhamos que jogar aqui. É muito difícil ganhar aqui como se viu. Tentámos até ao fim”, continuou o espanhol de 25 anos.

Também o treinador do Arouca, Daniel Ramos, justificou o porquê do banco da equipa estar de pé a pedir o final do encontro. “Tenho mais de 20 anos de treinador e nunca tinha jogado tanto tempo extra. 22 minutos…” “Nós que estamos a sofrer, que estamos a vencer, que queremos vencer, que estamos empatados e queremos que o jogo termine no tempo certo, claro que desagradada”, explicou o técnico.

“Estivemos muito perto de fazer maior história. Vencer no Dragão seria um feito ainda maior. Muito orgulhoso daquilo que fizemos em termos de trabalho da equipa, demonstração de solidariedade, de uma equipa que tentou com o plano estratégico, perante uma equipa como é o FC Porto, contrariámos com as nossas armas. Tentámos sempre que possível jogar e atacar. Criámos algumas oportunidades, sofremos algumas oportunidades, como é lógico, por parte do FC Porto e perdemos no finalzinho. Ninguém nos tira o que foi uma prestação, não diria heroica, mas muito próxima disso. Estivemos muito bem em todo o tempo do jogo, faltou que o jogo tivesse um bocadinho menos de tempo, se calhar já dava”, explicou Daniel Ramos.

O central do FC Porto admitiu que a equipa passou por problemas, mas que lutou até ao final. “Foi um jogo difícil desde o início. Eles estavam com um bloco muito baixo, com cinco defesas, às vezes, sete. Foi difícil para nós entrar”, afirmou. “Numa chegada marcaram um golo e depois foi mais difícil. É verdade que o árbitro deu 17 minutos de compensação, houve anti-jogo nos 90 primeiros”. No entanto, elogiou a postura dos dragões. “A equipa tem alma, tem coração, chegam os minutos finais, estamos cansados, mas conseguimos marcar golos. Hoje tivemos os penáltis, tivemos várias ocasiões”.

Já Vítor Bruno, treinador-adjunto do FC Porto, destacou um momento particular do encontro. “Um lance do Wendell na primeira parte em que devia ter havido intervenção do VAR. Pareceu-me que o lance é a queimar a linha da área”, destacou. “Os momentos finais são a impressão digital da equipa: a crença, a luta, a abnegação, o acreditar sempre. Temos um lance de penálti para empatar o jogo. Mesmo podendo abalar animicamente, a equipa não cai, mantém-se viva, agarrada ao jogo e acaba por fazer o golo do empate”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR