A história da vindima como momento de festa remonta à Antiguidade. Gregos, romanos e egípcios já celebravam, cada civilização à sua maneira, o momento que marcava para muitos o culminar de um ano árduo de trabalho agrícola. A vindima era, e continua a ser, uma prova de resiliência e de vitória: do homem e das uvas sobre as condições climatéricas, como as temperaturas elevadas ou negativas, geadas e tempestades de granizo, e sobre doenças e pragas comuns que afetam as videiras e impedem o desenvolvimento das uvas.
Participar numa vindima é, por isso, algo especial e inesquecível. Nas vinhas, esta é uma altura de trabalho árduo, que começa muitas vezes ainda de madrugada, sobretudo quando o calor se faz sentir intensamente. Aliás, as alterações climáticas têm feito com que as vindimas se começam a fazer mais cedo nalguns pontos do país, por vezes ainda em agosto, já que as temperaturas mais altas levam as uvas a atingir o ponto de maturação ideal mais cedo.
Nas vinhas onde o processo ainda é manual, o momento de colheita dos cachos é um primeiro momento de socialização, de materialização do espírito comunitário que se faz sentir na vindima. Enquanto se cortam os cachos, põe-se a conversa em dia, admiram-se as vistas ao nascer do sol e há quem arrisque uma cantiga ou outra, muitas vezes à desgarrada.
Homens e mulheres trabalham juntos, eles geralmente com as tarefas mais pesadas, como carregar os cachos já cortados, elas com as mais leves, mas nem por isso menos importantes, como as de selecionar e cortar os cachos na vinha.
Depois de colhidas, as uvas são transportadas para a adega, para se dar início ao processo de vinificação. Aí, separam-se as bagas do engaço – o caule que sustenta os cachos –, um processo que, atualmente, é muitas vezes mecanizado: os trabalhadores apenas verificam e complementam, se for caso disso, o trabalho da máquina.
Depois de desengaçadas, as uvas seguem para o lagar. Poucas são as adegas que ainda conservam a pisa a pé, uma prática ancestral, que já se fazia no Antigo Egipto e que permite conservar as grainhas das uvas, tornando o sabor do vinho ainda mais suave, menos adstringente.
A pisa é usada nalguns vinhos de pequenas de produções – no caso da Periquita, na gama Superyor. Quando acontece, é mais um momento de convívio e até de diversão associado à vindima, geralmente acompanhado de música, dentro e fora do lagar. Como dura várias horas e é fisicamente exigente, termina quase sempre à mesa: pisadas as uvas e levadas para as cubas onde vão fermentar, a comunidade reúne-se então para celebrar, com a melhor comida da região onde é feita a vindima e, claro, com os vinhos de colheitas passadas, para brindar à irmã mais nova que acaba de nascer.
No caso de Periquita, toda esta magia acontece na adega José Maria da Fonseca, em Palmela, e além de regada a boa disposição e sentido de comunidade é acompanhada por alguns dos melhores vinhos com este rótulo. Sugerimos os ideais para esta e outras celebrações:
Periquita Tinto
O clássico Periquita, o vinho que deu fama à casta Castelão e que dá nome à marca, é um vinho frutado, com taninos suaves e notas de amoras, mirtilos e ameixa preta.
Periquita Reserva Tinto
É um vinho mais estruturado que o seu irmão mais novo, fruto de um estágio de 8 meses em madeira. Tem notas de café e frutos do bosque e na boca é fresco e aveludado.
Periquita Branco
E para combater o calor, vai saber bem um Periquita Branco, um vinho de paladar longo, fresco e cítrico, onde se destacam as notas florais, a lantana, e tropicais do maracujá.
Periquita Reserva Branco
De um perfume intenso, mas elegante, com aromas tropicais como pêssego e alperce. As notas cítricas, conferidas pelo Arinto, e as notas de madeira equilibram-se com a acidez da fruta combinada.