Portugal perdeu frente a Gales (28-8) no primeiro jogo do Mundial de râguebi. Os protagonistas da seleção nacional, pela postura corporal no final do encontro, não acreditam em vitórias morais. Não bastou perder por poucos, pois os Lobos tinham fome de mais. Ainda assim, o orgulho foi o sentimento que os jogadores e o selecionador mais fizeram questão de expressar.

O capitão da equipa portuguesa, Tomás Appleton, frisou exatamente essa ideia. “Estamos muito orgulhosos especialmente por termos tantos adeptos a apoiar-nos. Mais orgulhoso dos adeptos e do que construímos até aqui do que do resultado. O nosso desempenho não correu bem, cometemos muitos erros e quando se joga a este nível sofre-se. Temos que corrigir muitas coisas”, referiu ainda encontrando espaço para deixar um lembrete. “Não sei se vocês sabem, mas a maioria dos nossos jogadores são amadores. Não jogamos râguebi  profissionalmente. É um grande momento para nós jogar em frente a tanta gente, num palco tão grande. Estamos orgulhosos. Queremos inspirar os jovens a começar a jogar râguebi”.

Talvez por isso se sentiu tanta emoção quando “A Portuguesa” se cantou em Nice. José Lima explicou porquê. “É muito especial. São quatro, cinco anos, para alguns dos jogadores que estão aqui, são dezenas de anos de trabalho. No fundo, é uma recompensa. Há poucas palavras para descrever o que sentimos nesse momento”.

Portugal sofreu quatro ensaios na partida do grupo C, dois em cada parte. No entanto, foi com os primeiros 40 minutos que o selecionador Patrice Lagisquet  ficou menos agradado. “Fomos muito envergonhados na primeira parte”, apontou. “Mostrámos na segunda parte que podemos jogar um melhor râguebi”. O treinador de nacionalidade francesa salientou outro aspeto. “O que temos que destacar é o comportamento dos jogadores. Tivemos compromisso e lutámos muito. Estou muito orgulhoso da atitude deles”.

Martim Bello encontrou uma justificação. “Gales meteu um ritmo muito duro, muito rápido, começaram bem, com velocidade. Nós começámos com algumas dificuldades físicas, mas depois adaptámo-nos ao jogo. O resultado foi merecido para Gales. Tiveram um desempenho bom, conseguiram capitalizar os nosso erros. O resultado mostra o que o jogo foi”, disse o jogador do Cascais. José Lima completou: “Até à última bola estivemos dentro do jogo. 28-8 não era o resultado esperado. Se Gales nos desse uma oportunidade para ganhar, nós íamos fazê-lo. Sempre que relaxámos ou demos uma oportunidade, eles aproveitaram. Não nos deram nada. Eles tinham consciência de que vínhamos para fazer um grande jogo hoje”.

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