A Filigrana de Gondomar, técnica de ourivesaria ancestral originária daquele concelho do distrito do Porto, integra desde 7 de setembro o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), após aprovação da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), foi anunciado esta sexta-feira.

A classificação resulta da candidatura apresentada pela Câmara de Gondomar, onde há oficinas espalhadas por várias freguesias, com maior concentração em São Cosme. Segue-se Valbom, Jovim, Fânzeres, São Pedro da Cova, Rio Tinto e Foz do Sousa, salienta em comunicado a DGPC.

Doze destas oficinas integram a lista de certificação da Marca Nacional “Filigrana de Portugal” e sete a Rota da Filigrana, uma iniciativa do município que muito tem contribuído para a difusão desta tradição, a par de estruturas como o Museu Municipal da Filigrana e o Centro de Formação Profissional da Indústria da Ourivesaria e Relojoaria (CINDOR), prossegue o comunicado.

A filigrana, que etimologicamente significa “fio de contas”, é uma técnica de ourivesaria ancestral originária do concelho de Gondomar. Consiste na torção de dois fios metálicos muito finos, de ouro, prata, e mais raramente de cobre ou latão, que depois são achatados num cilindro de chapa, assinala.

A execução de peças em filigrana deriva de um trabalho de parceria entre os ourives, que preparam o fio e a armação dos objetos, as enchedeiras, artesãs que enchem as peças com fio de filigrana em contexto domiciliário e novamente os ourives, que soldam a filigrana e dão o acabamento final aos objetos, prossegue a nota de imprensa.

O ofício desenvolveu-se a partir do século XVIII, convertendo-se nos séculos XIX e XX na atividade identitária de Gondomar, concelho que ainda hoje é o maior centro de produção de ourivesaria do país, refere o documento.

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