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O Hospital de Santa Maria acionou o plano de contingência, e avisa que, por falta de capacidade de resposta, não vai prestar cuidados no serviço de urgência a doentes não urgentes não referenciados que venham de fora da área de influência do hospital. Relativamente aos doentes não urgentes que pertençam à área do hospital, o plano de contingência prevê que lhes seja indicado outro dia para se deslocarem à urgência ou, em alternativa, sejam reencaminhados para um centro de saúde.

O diretor do Serviço de Urgência do Santa Maria, João Gouveia, apela que os doentes não urgentes não recorram à urgência deste hospital.

“Venho pedir que só venham às urgências, nomeadamente à urgência do serviço do Hospital de Santa Maria, os doentes que necessitam de cuidados urgentes e emergentes”, disse João Gouveia.

O responsável justificou a decisão com a elevada afluência de pessoas ao serviço de urgência (muitas vindas de outros hospitais da área de Lisboa). “Doentes de outras áreas não vão ser atendidos neste hospital”, alertou. A exceção são os doentes encaminhados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), pelo SNS24 ou que sejam referenciados por outros hospitais. A restrição aplica-se a doentes não urgentes.

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“Só devem vir às urgências hospitalares no hospital central as pessoas que necessitem”, disse o médico, pedindo às pessoas que respeitam os canais de referenciação.

João Gouveia sublinhou que, só na segunda-feira, o serviço de urgência recebeu mais de 700 doentes, sendo que cerca de dois terços desses doentes vieram de fora da área de influência do hospital. O responsável admitiu que o Santa Maria tem “uma dificuldade com o escoamento dos doentes”.

O médico João Gouveia criticou a falta de articulação entre os hospitais da Grande Lisboa, salientando a importância de que o “Santa Maria saiba pelos outros hospitais que estes têm as urgências encerradas e não pelas ambulâncias à porta da urgência”. O responsável referiu que, neste momento, os hospitais que estão a “pressionar” a urgência são o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e o Hospital de Santarém. “Os hospitais que nos pressionam sistematicamente são o Beatriz Ângelo, o Fernando da Fonseca e o Centro Hospitalar do Oeste”, revelou João Gouveia.

Contactado pelo Observador, o Hospital Fernando da Fonseca diz apenas que “não compreende as declarações” de João Gouveia, a propósito dos pedidos realizados ao CODU do Instituto Nacional de Emergência Médica. O Amadora-Sintra confirma que foi “concedido pelo INEM um desvio temporário de doentes transportados por ambulância até às 15h” desta sexta-feira. “Foi assim accionada a resposta em rede do SNS pelo facto de a capacidade de internamento do HFF estar temporariamente limitada”, sublinha o hospital.