Depois de tudo o que aconteceu na noite de segunda-feira no Dragão Arena, o universo portista, sem exceção, veio a público condenar um episódio sem precedentes nas últimas décadas no clube. André Villas-Boas, que esteve presente na reunião magna até a mesma mudar de local e haver mais associados do que lugares para assegurar a entrada de todos, foi um pouco mais longe e, a par dessa condenação, pediu intervenção também às autoridades para que tomassem medidas perante a gravidade do caso. Menos de 24 horas depois, esse passo foi mesmo dado, com a confirmação oficial de que os incidentes no pavilhão serão investigados.

“Tendo em conta os acontecimentos sucedidos na assembleia-geral do Futebol Clube do Porto, que teve início no dia 13.11.2023, amplamente divulgados na comunicação social e suscetíveis de integrar infrações criminais de natureza pública, foi determinada a instauração de inquérito, que corre termos no DIAP da Procuradoria da República do Porto”, anunciou a Procuradoria Geral da República em comunicado.

Ou seja, as autoridades vão agora iniciar as diligências para perceber aquilo que se passou na última noite, sendo provável que avancem com o pedido de imagens às câmaras de vigilância do Dragão Arena além de todos os vídeos que foram circulando nas redes sociais e que mostram quatro momentos distintos daquilo que se passou no recinto, três deles com agressões bem identificadas que fizeram com que muitos sócios preferissem deixar a bancada onde estavam e abandonar a Assembleia Geral Extraordinária.

De referir que a polícia esteve presente na zona circundante do Estádio do Dragão, tendo feito algumas movimentações na altura em que foram rebentados alguns petardos no P1 quando o local da Assembleia Geral não tinha ainda passado para o Dragão Arena, mas nunca chegou a entrar no pavilhão mesmo depois da primeira vaga de agressões que suspendeu os trabalhos alguns minutos. Razão? Tratando-se de um evento privado, as autoridades só poderiam entrar no recinto caso fossem chamadas pelo próprio FC Porto.

Na ótica dos responsáveis azuis e brancos, o facto de haver segurança privada no interior do recinto seria suficiente para travar os focos de perturbação que existiram, sendo que num dos vídeos que circula nas redes sociais é possível ver que são elementos da segurança que retiram um associado para uma zona resguardada do espaço após ter sido alvo de agressões. No entanto, foram muitos os sócios que, quando saíram do Dragão Arena ainda antes da passagem da reunião magna para o próximo dia 20, pediram à polícia para que atuasse perante tudo o que estava a acontecer, algo que não ocorreu por não haver indicação pelo promotor.

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