“Las Vegas vai ser o maior evento desportivo do planeta este ano. Esta corrida vai ser incrível”, garantia Christian Horner, diretor da Red Bull, antes do Grande Prémio mais esperado da temporada. A expectativa era justificada pelos cerca de 460 milhões de euros gastos na organização de um evento que levava a Fórmula 1 a uma cidade que não se poupa no luxo. Os preços dos bilhetes têm sofrido flutuações, mas, a um mês do evento, os mais baratos para um único dia podiam ultrapassar os 1.500 euros, sendo que há registos de ingressos para a as zonas mais luxuosas a serem vendidos por valores dez vezes superiores.

O dinheiro gasto não fazia prever o que viria a acontecer logo no primeiro dia em que os carros se fizeram ao asfalto. O treino livre inaugural decorria há menos de dez minutos quando Carlos Sainz ficou imobilizado em pista, obrigando à retirada do Ferrari. A direção de corrida decidiu então fazer subir as bandeiras vermelhas. Um olhar detalhado sobre o acidente permitiu perceber que o problema no monolugar do espanhol estava relacionado com a presença de uma tampa de esgoto no circuito.

Sainz foi ainda forçado a efetuar mudanças no motor, o que fez com que o piloto recebesse uma penalização de dez lugares na corrida de domingo. A Ferrari ainda apelou a que o espanhol não fosse castigado, justificando que foram as condições da pista que provocaram danos no carro, mas a FIA mostrou-se intransigente. “Os comissários determinam que, apesar de os danos terem sido causados ​​por circunstâncias externas altamente incomuns, o Artigo 2.1 dos Regulamentos Desportivos da Fórmula 1 obriga todos os oficiais, incluindo os comissários, a aplicar os regulamentos tal como estão escritos”, alegou o organismo.

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A sessão de treinos livres acabaria por ser cancelada. “Tivemos uma situação muito difícil. Isso vai-nos custar uma fortuna. O Carlos ficou com a sessão estragada”, reclamou Fred Vasseur, responsável da Ferrari, que separou o lado exuberante do Grande Prémio daquilo que motivou o acidente. “O espetáculo é o espetáculo e tudo está a correr bem, mas acho que isto é inaceitável para a Fórmula 1″. A equipa italiana conseguiu corrigir os problemas no monolugar a tempo da segunda sessão de treinos livres e garantiu com Charles Leclerc (1:35.265) e Carlos Sainz (1:35.265) os dois melhores tempos.

A competição que decorre este fim de semana em Las Vegas tem sido enriquecida com vários eventos paralelos e as aparições públicas dos pilotos têm sido coloridas com néons e exibições artísticas. “É 99% espetáculo e 1% um evento desportivo”, comentou o campeão do mundo, Max Verstappen. “Para mim, podemos saltar todas essas coisas. Não é por causa dos cantores, é só por ficar ali em cima. Sinto-me um palhaço. Não vou fingir. Sempre expressei a minha opinião sobre as coisas positivas e negativas. É assim que sou. Algumas pessoas gostam um pouco mais do espetáculo. Eu não gosto nada. Cresci a olhar para o lado desportivo e é assim que vejo as coisas. Gosto de estar em Las Vegas, mas não para correr”.