O Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, acolhe, a partir de quarta-feira, a instalação sonora “Archipelago e outros silêncios”, do compositor Luís Tinoco, que estreia o Concerto para Acordeão e Orquestra, no domingo.
A estreia do Concerto para Acordeão e Orquestra, por João Barradas, como solista, e a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direção do seu maestro titular, Pedro Neves, realiza-se no próximo domingo, 26 de novembro, no Grande Auditório do CCB, num programa que também inclui a Sinfonia n.º 3, “Heroica”, de Beethoven, e a obra “Talkin(g) (A)bout My Generation”, de Pedro Lima, a apresentar a partir das 17h.
A estreia é precedida, às 16h30, de uma conversa entre o maestro Cesário Costa, programador de Música Erudita do CCB, e o compositor Luís Tinoco.
O Concerto para Acordeão e Orquestra resulta de uma encomenda conjunta do CCB e da Casa da Música a Luís Tinoco, e também será apresentado na programação da Casa da Música, no Porto, assim como noutros palcos europeus, ao longo do próximo ano.
No âmbito da Festa do Jazz, será apresentada a peça “Costa Muda”, para saxofone tenor e orquestra de jazz, no dia 3 de dezembro, às 21h, no pequeno auditório do CCB, pela Orquestra de Jazz de Matosinhos, sob a direção do maestro João Pedro Brandão, sendo solista o saxofonista Bernardo Tinoco.
Esta peça estreia-se, dois dias antes, no Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, pelos mesmos intérpretes.
A instalação sonora “Archipelago e outros silêncios” traduz-se na possibilidade de “uma escuta espacializada em formato ‘surround’ e tridimensional”, na Black Box do CCB, durante uma semana, a partir de quarta-feira, dia 22, até ao próximo dia 28.
A instalação reúne obras para conjunto de percussões do álbum “Archipelago”, de 2019, gravado com o coletivo Drumming, de Miquel Bernat, com a participação do Quarteto de Cordas de Matosinhos, o Concerto para clarinete e orquestra “Entre Silêncios”, e peças para conjuntos de câmara, compostas entre 1998 e 2021, do álbum “Alepo e outros silêncios”, editado no ano passado.
A audição tem início pelas 13h, diariamente, com “Archipelago”, que reúne as composições “Short Cuts”, “Mind the Gap”, “Fados Geneticamente Modificados”, “Zoom in – Zoom out”, “Ends Meet”, “Archipelago” e “Steel Factory”, seguindo-se “Entre Silêncios”, às 14h15.
“Alepo e outros silêncios”, a partir das 14h35, envolve as obras “Alepo”, “O Silêncio e as pedras”, “Spiralling”, “Dos ramos à raiz”, “Prolonging” e “Lugares Esquecidos”.
Na quarta-feira, primeiro dia da instalação sonora, às 12h30, será feita uma apresentação do projeto pelo compositor Luís Tinoco e pelo produtor e engenheiro de som Hugo Romano Guimarães, responsável pelas gravações dos diferentes álbuns e pela tecnologia surround.
Luís Tinoco foi distinguido, em 2019, com o Prémio de Composição — Schostakovich Ensemble, na sua primeira edição, uma das mais recentes distinções do compositor que também conta com o Prémio Lopes-Graça, do Museu da Música Portuguesa-Casa Verdades de Faria, o Prémio Revelação Ribeiro da Fonte, do Ministério da Cultura, os prémios de composição Cláudio Carneyro e do Gallimard Ensemble, e cinco prémios atribuídos pela Royal Academy of Music.
As obras de Luís Tinoco são frequentemente estreadas além-fronteiras por orquestras internacionais como a Filarmónica da Radio France, a Sinfónica de Seattle, a Sinfónica de Albany, do estado de Nova Iorque, a Sinfónica Brasileira e a Sinfónica Estadual de São Paulo. A Orquestra Sinfónica de Chicago escolheu “Short cuts” para o seu repertório.
“Mare Tranquilitatis”, “From the depth of distance”, “Tracing the Memory” e o Concerto para trompa são algumas das suas obras, estreadas internacionalmente. Entre as suas composições destacam-se também “Contos fantásticos” e “Evil machines”, concebidas em parceria com o ex-Monty Python Terry Jones.
Luís Tinoco é professor da Escola Superior de Música de Lisboa, diretor artístico do Prémio Jovens Músicos, e a sua música é publicada no Reino Unido pela University of York Music Press, desde 2005.