De acordo com a editora Universal Music Portugal, num comunicado divulgado esta sexta-feira, a compilação “reúne o melhor do ‘escritor de canções’ em três discos: o primeiro, ‘Estúdio’, junta temas que se destacaram nos seus 18 registos oficiais em nome próprio; o segundo, ‘Ao vivo’, centrado na sua atividade em palco, inclui momentos captados a partir de 1990 e até aos nossos dias; e o terceiro, intitulado ‘Avulsos (e outras colaborações)’, reúne gravações dispersas e colaborações que o músico foi concretizando ao longo da sua atividade”.
Em alternativa ao álbum triplo, será também editada “uma versão resumida”, intitulada “Sérgio”.
A notícia surgiu no mesmo dia em que foi divulgado um vídeo de homenagem a Sérgio Godinho, da responsabilidade da Rádio Comercial, que conta com a participação de 41 artistas a cantarem um dos seus temas mais icónicos: “O primeiro dia”.
No vídeo participam músicos como Jorge Palma, Capicua, A Garota Não, Carolina Deslandes, Diogo Piçarra, Fernando Daniel, Carlão, Tomás Wallenstein, Marisa Liz, António Zambujo, Sara Correia, Bispo, Camané, Bárbara Tinoco, Samuel Úria e Gabriel o Pensador.
Recentemente, Sérgio Godinho anunciou o regresso aos palcos dos coliseus de Lisboa e do Porto, em 20 e 23 de março, respetivamente, com o espetáculo “Liberdade25”, no qual irá passar em revista os mais de 50 anos de uma carreira “que se confunde com história do quotidiano português e que tem numa canção composta em 1974 um dos seus hinos obrigatórios”.
“Liberdade” é um dos temas de Sérgio Godinho integrado no álbum “À queima-roupa”, editado em outubro de 1974, seis meses depois da ‘Revolução dos Cravos’.
Em 2014, a canção foi título de um espetáculo que Sérgio Godinho levou a vários palcos nacionais, e que deu origem a um álbum ao vivo, “Liberdade”.
“A passagem de meio século sobre a ‘Revolução dos Cravos’ justifica uma nova visita ao seu repertório mais engajado e que em 2024 continua a justificar a exponenciação da palavra ‘Liberdade’ e agora, também de ’25’, como o dia maior da sua expressão, tal como [a poeta] Sophia [de Mello Breyner Andresen] imortalizou em ‘Esta é a madrugada que eu esperava'”, lê-se num comunicado divulgado quando foram anunciados os concertos nos coliseus.
Sérgio Godinho estará em palco com Os Assessores (grupo constituído pelos músicos Nuno Rafael, Miguel Fevereiro, João Cardoso, Nuno Espírito Santo e Sérgio Nascimento), banda que o acompanha há alguns anos.
Sérgio Godinho, de 78 anos, é considerado um dos renovadores da música portuguesa nos últimos 50 anos.
Estudou Psicologia em Genebra, durante dois anos, foi ator de teatro e começou a exercitar a escrita de canções nos finais dos anos 1960, sendo de 1971 o seu primeiro álbum, “Os Sobreviventes”, a que se seguiram mais 30 editados até aos dias de hoje.
O mais recente de originais, “Nação Valente”, saiu em 2018.
Apesar de ser conhecido sobretudo pela música, Sérgio Godinho tem canalizado a escrita criativa por outros géneros, como teatro, argumento para cinema, ficção para crianças, poesia e contos, em títulos como “O Pequeno Livro dos Medos”, “O Sangue por Um Fio” e “Vida Dupla”.
Em 2016, editou “Coração mais que perfeito”, o primeiro romance, ao qual se seguiu “Estocolmo”, em 2019. Até ao final deste ano está prevista a edição de um novo romance do músico: “Vida e Morte nas Cidades Geminadas”.