A idosa triada com pulseira laranja que morreu na terça-feira na urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel, encontrava-se “em fim de vida”, informou esta quarta-feira a unidade hospitalar.

“Situação caótica” na urgência de Penafiel pode ter contribuído para morte de idosa

“Tratava-se de uma doente em fim de vida e sem critérios clínicos para qualquer manobra invasiva de reanimação”, lê-se num comunicado enviado à Lusa.

No comunicado, o hospital refere que a doente deu entrada no serviço de urgência médico-cirúrgica às 19h16, tendo sido submetida a triagem de Manchester às 19h19. O óbito foi registado às 20h06, “após avaliação clínica”, segundo o hospital.

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Servindo uma população de cerca de meios milhão de pessoas, de 12 municípios, o Hospital Padre Américo, conjuntamente com o Hospital de São Gonçalo (Amarante), integra a Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa (ULSTS).

Na informação enviada à agência Lusa, o hospital admite que a urgência se encontra “sob enorme pressão”, tendo o número de internados no serviço atingido esta manhã os 85 doentes.

“Tais circunstâncias dificultam muito o funcionamento do serviço, não só pela sobrecarga de trabalho, mas pelas limitações de espaço que condicionam o normal funcionamento”, acrescenta, ressalvando que no caso da idosa que morreu numa maca na urgência “as ações tomadas teriam sido as mesmas em circunstâncias diferentes”.

Segundo a Ordem dos Enfermeiros, a urgência daquele hospital enfrenta uma situação caótica, com dezenas de doentes para serem atendidos, situação que poderia ter contribuído para a morte da mulher.

“A situação é caótica, porque o hospital não tem capacidade, com este pico de pandemia de gripe”, disse esta quarta-feira à Lusa Miguel Vasconcelos, presidente do Conselho Diretivo Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros.

Os corredores da urgência, acrescentou, estão cheios de macas dos bombeiros com doentes, porque não há espaço para tantas situações de urgência que estão a chegar ao hospital.

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