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Gyökeres acelerou para dar um reforço a Amorim (a crónica do Sporting-Tondela)

Este artigo tem mais de 6 meses

Esteve em três dos quatro golos, bisou e saiu como um herói antes da hora de jogo. Gyökeres teve mais uma noite de comunhão com os adeptos no reaparecimento da "versão Pote" de Pedro Gonçalves (4-0).

Gyökeres "imitou" Pedro Gonçalves, bisou no início da segunda parte e fechou goleada do Sporting frente ao Tondela nos oitavos da Taça de Portugal
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Gyökeres "imitou" Pedro Gonçalves, bisou no início da segunda parte e fechou goleada do Sporting frente ao Tondela nos oitavos da Taça de Portugal

LUSA

Gyökeres "imitou" Pedro Gonçalves, bisou no início da segunda parte e fechou goleada do Sporting frente ao Tondela nos oitavos da Taça de Portugal

LUSA

Não é propriamente normal uma equipa que desceu ao segundo escalão jogar por duas ocasiões na mesma época com um dos “grandes” mas quis o destino que o Tondela, depois de ter sido adversário do Sporting na fase de grupos da Taça da Liga, cruzasse de novo com os leões na Taça de Portugal num mês mais carregado de encontros e diferentes competições do que até aqui na ótica do conjunto verde e branco. Ainda assim, e olhando na teoria para aquilo que foi o sorteio dos oitavos da prova, foi quase como um “brinde” para o atual contexto desportivo tendo em conta que fugiu a uma receção ao Sp. Braga (Benfica) e a uma deslocação ao Estoril (FC Porto). Tudo na teoria, claro. Era a essa teoria que Rúben Amorim tentava agora fugir, evitando qualquer vestígio de facilitismo que pudesse colocar em causa a qualificação para a próxima ronda onde chegou apenas por uma ocasião desde que assumiu o comando da formação de Alvalade em março de 2020.

Sporting goleia Tondela com bis de Pedro Gonçalves e Gyökeres e apura-se para os quartos da Taça

“Já temos alguma experiência com jogos de três em três dias, temos de fazer um planeamento físico a olhar jornada a jornada e levando isso assim que é mais fácil. Com o Tondela já jogámos para a Taça da Liga e creio que este jogo será completamente diferente. Só muda o contexto pois tínhamos dois resultados quando lá fomos jogar. Acho que o Tondela vai estar diferente pois também não mostrou tudo nesse encontro. Precisamos ter estratégias diferentes e foi dessa forma que preparámos o jogo. Queremos estar na final da Taça de Portugal e vencer, pois é um dia especial para os jogadores. Ainda não conseguimos como equipa técnica, é uma competição onde o Sporting tem tradição e mais responsabilidade”, apontara sobre esse jogo de reencontro com a formação beirã, atual sexto classificado da Segunda Liga que no último fim de semana voltou a sofrer com o nevoeiro da Choupana e viu a partida com o Nacional (1-1) ser adiada sete horas.

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Nesse sentido, tendo em conta a deslocação a Chaves para o Campeonato no sábado e nova saída até Vizela logo na quinta-feira seguinte por força da Final Four da Taça da Liga, o técnico admitia voltar a fazer algumas mudanças na equipa inicial para ir gerindo o esforço de um plantel sem Diomande, Geny, Morita, St. Juste e Fresneda, com essa novidade do regresso de Coates com “controlo de minutos”. Ponto mais relevante? Voltar a estabilizar a equipa em termos defensivos, algo que continua a falhar de mais um golo sofrido com o Estoril no seguimento de bola parada: “As equipas que sofrem menos golos estão sempre mais perto de ganharem os campeonatos e somos prova disso mesmo, temos feito muito golo e sofrido muitos, às vezes com resultados confortáveis sofremos um golo e estragamos essa média. É um ponto que temos de melhorar se queremos ganhar títulos, um dia vai fazer a diferença. É um hábito que temos de criar: não sofrer golos”.

Depois, e de forma inevitável, o tema principal voltou a ser o mercado. Com o reforço da defesa garantido em janeiro com a chegada de Rafael Silva Pontelo, a prioridade poderia passar por mais um ala para jogar mais na esquerda que pudesse dar outra liberdade a Pedro Gonçalves para recuar para ‘8’ mas a hipótese de vir a assegurar um médio também voltou para cima da mesa. E foi o próprio Rúben Amorim a admitir que um dos potenciais alvos acabou por rumar a outro clube, havendo agora notícias de que seria o médio ofensivo canadiano Tajon Buchanan (assinou pelo Inter vindo do Club Brugge por cerca de dez milhões de euros). “Agora temos de fazer o trabalho outra vez porque queremos reforçar o plantel mas se não conseguimos, não vamos cometer os erros do passado”, reforçou, deixando uma mensagem de crença na capacidade de recrutar na formação mediante as necessidades e de total confiança entre as opções com que conta nesta fase.

As alterações foram muitas, num total de seis em todos os setores que abriram espaço para a estreia de Rafael Pontelo logo como titular, o registo nem por isso mexeu. Não jogaram Adán, Geny Catamo (que agora foi de vez para a CAN), Matheus Reis, Eduardo Quaresma, Hjulmand e Marcus Edwards (que ficou mesmo de fora da ficha de jogo por estar com gripe), alinharam de início Franco Israel, Ricardo Esgaio, Luís Neto, Francisco Trincão e Paulinho além do reforço do Leixões, mantiveram-se Gyökeres e Pedro Gonçalves. E bastou a dupla estar em campo para tudo mudar – ou seja, ser igual ao que tem sido. O sueco foi mais uma vez o elemento que abriu, desequilibrou e sentenciou a partida, saindo com menos de uma hora de jogo para ficar no banco a responder com os braços aos cânticos com o seu nome que vinham das bancadas, mas o ponto mais importante foi mesmo a “recuperação” do velho Pote durante a primeira parte, pelo bis mas também pelo que jogou no meio-campo com e sem bola. Entre os reforços que foram “desviados” e os que podem chegar, Pedro Gonçalves, este Pedro Gonçalves, é o reforço que Amorim precisa. Ao contrário do que se poderia pensar, Pote não tem de eclipsar-se por haver um Gyökeres. Pelo contrário, assim consiga aproveitar.

Ficha de jogo

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Sporting-Tondela, 4-0

Oitavos da Taça de Portugal

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa)

Sporting: Franco Israel; Luís Neto, Gonçalo Inácio (Coates, 46′), Rafael Pontelo (Matheus Reis, 46′); Ricardo Esgaio, Daniel Bragança (Dário Essugo, 73′), Pedro Gonçalves (Hjulmand, 46′), Nuno Santos; Francisco Trincão, Gyökeres e Paulinho

Suplentes não utilizados: Adán, Diego Calai, Eduardo Quaresma e Chico Lamba

Treinador: Rúben Amorim

Tondela: Leo; Bebeto, Abdoulaye Ba, Ricardo Alves (Maranhão, 72′), Lucas Mezenga, Luís Rocha (Lucas Barros, 76′); Cícero Alves, Hélder Tavares (André Ceitil, 57′); António Xavier (Costinha, 57′), Rui Gomes e Cuba (Daniel dos Anjos, 57′)

Suplentes não utilizados: Ricardo, Roberto, Gustavo França e Luan Farias

Treinador: Tozé Marreco

Golos: Pedro Gonçalves (11′ e 16′) e Gyökeres (37′ e 46′)

Ação disciplinar: nada a assinalar

O Sporting deu o “mote” do que queria desde o pontapé inicial, com o “Mundo sabe que” a perdurar durante o primeiro minuto de jogo em que só os leões tiveram posse entre defesa e meio-campo. No entanto, e nessa fase inicial, faltava a habitual capacidade de entrar no último terço em busca de combinações para visar a baliza e acabou até por ser o Tondela a ter a primeira grande oportunidade com Rafael Pontelo a perder uma bola por mau domínio e Rui Gomes a seguir em velocidade pelo corredor central antes do remate desviado por Franco Israel para o poste (8′). O banco aplaudia o jovem central brasileiro após um erro quase próprio de quem está a viver os primeiros dias num “grande”, o árbitro Hélder Malheiro chamava a atenção para a entrada que teve após a perda de bola, os companheiros em campo pediam para levantar a cabeça e esquecer o que se tinha passado. É assim também que se mede o pulso de uma equipa. O resto viria depois.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Sporting-Tondela em vídeo]

O susto do avançado dos beirões na primeira vez em que o Tondela chegou ao último terço poderia ter criado dúvidas no Sporting. Aliás, esse era um dos principais problemas dos leões na primeira metade da derradeira temporada, com uma qualquer brisa de perigo na retaguarda a funcionar quase como uma ventania que fazia abanar o estado emocional da equipa. Agora, num outro contexto e com outra confiança, esse sinal até pela forma como apareceu mais não foi do que um despertador para resolver cedo a questão: Gyökeres voltou a desbloquear a jogada do primeiro golo, recebendo na direita para fazer o cruzamento que teve um primeiro remate de Nuno Santos e o remate final de Pedro Gonçalves para o 1-0 sozinho na área (11′), e Francisco Trincão aproveitou pouco depois um erro a jogar com os pés de Leo perante a tentativa de pressão alta bem sucedida dos leões para assistir de primeira e oferecer o bis ao mesmo Pedro Gonçalves (16′).

Essa é uma das maiores diferenças na atual versão do Sporting (se excluirmos a maior de todas, chamada Gyökeres) mas nem por isso é a única e nem mesmo o 2-0 obtido pouco depois fez com que a formação verde e branca desacelerasse ou perdesse o foco da baliza mesmo quando as coisas não estavam a sair. Foi assim que Daniel Bragança, perante uma linha defensiva mais cerrada, testou a meia distância para defesa de Leo para a frente (20′). Foi assim que Paulinho, na sequência de uma assistência de Francisco Trincão após novo erro na saída dos beirões a partir de trás, viu Leo corrigir o passe mais curto e defender para canto o desvio de primeira (25′). Foi assim que Gyökeres, depois de mais uma grande jogada de envolvimento que começou na direita e foi parar à esquerda com um passe de Trincão a tirar referências aos visitantes, aproveitou um cruzamento de Nuno Santos e desviou de cabeça na área para o 3-0 (37′).

Ainda na primeira parte, o encontro estava decidido, sendo que pelo meio ainda houve uma oportunidade do Tondela para reduzir num desvio de cabeça de Rui Gomes após cruzamento da esquerda que saiu perto do poste da baliza de Franco Israel (29′) e mesmo em cima do intervalo Paulinho viu um golo anulado depois de uma assistência de Ricardo Esgaio por fora de jogo do lateral (45′). Contudo, havia mais dois “desafios” por cumprir: 1) manter o mesmo ritmo no plano ofensivo; 2) não sofrer golos. E a primeira resposta demorou menos de um minutos a chegar, de novo pelo nome do costume. Já com Matheus Reis e Hjulmand em campo nos lugares de Rafael Pontelo e Pedro Gonçalves (poupado tendo em conta a próxima partida em Chaves), o Sporting voltou a pressionar alto, Lucas Mezenga fez um passe mal calculado para trás que ficou curto e Gyökeres conseguiu antecipar-se a Leo, desviando do guarda-redes e encostando para o 4-0 (46′).

Se dúvidas ainda existissem, que na verdade não pareciam existir, aí tudo ficava resolvido e essa constatação não demorou a chegar por parte dos próprios treinadores, que foram trocando algumas das unidades já a pensar nos próximos compromissos das suas equipas. No caso do Sporting, Gonçalo Inácio e Gyökeres foram os premiados com um descanso extra saindo ainda antes da hora de jogo, o que acabou por ter influência na forma como as unidades mais ofensivas tentavam chegar a mais golos ou apenas a criar oportunidades, mas nem por isso o Tondela beneficiou de grandes chances entre um livre direto de Daniel dos Anjos defendido por Israel para canto (58′) e um golo anulado a Abdoulaye Ba por fora de jogo após livre (63′). Os minutos foram passando com o 4-0 entre um desvio de Abdoulaye Ba que bateu no poste da própria baliza e saiu pela linha de fundo (76′), um remate ao lado de Trincão na área (87′) e mais uma defesa de Leo a defesa de Paulinho (89′) e o resultado não voltaria a mexer entre o domínio total dos leões (agora sem sofrer golos).

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