O número de detidos no Equador superou os 1.500, dos quais 158 por suspeita de terrorismo, durante os primeiros seis dias da declaração governamental de “conflito armado interno” contra o crime organizado, foi divulgado esta segunda-feira.
Neste balanço de 9 a 15 de janeiro, as autoridades informaram ainda ter abatido cinco presumíveis membros de grupos de crime organizado considerados como terroristas e beligerantes não estatais. No mesmo período, nas operações policiais e militares, dois polícias foram assassinados, enquanto outros 11 foram libertados de sequestros presumivelmente perpetrados por esses grupos. No total, 22 grupos de crime organizado foram considerados como terroristas pelo governo.
Outrora um país classificado como pacífico, o Equador está a ser devastado pela violência depois de se ter tornado o principal ponto de exportação da cocaína produzida nos vizinhos Peru e Colômbia.
Os recentes motins ocorridos em diversas prisões do país é uma parte de uma escalada de violência protagonizada pelos grupos do crime organizado no Equador, que também incluiu ameaças contra universidades, instituições estatais e empresas, sequestros e atentados contra polícias, veículos incendiados, explosões e até um ataque armado a uma estação de televisão na cidade de Guayaquil.
Os acontecimentos deram-se quando o Governo do Presidente Daniel Noboa, de 36 anos — eleito no outono com a promessa de restaurar a segurança no país -, se preparava para pôr em prática o seu plano para recuperar o controlo das prisões equatorianas, muitas das quais são internamente dominadas por estes grupos criminosos, cujas rivalidades fizeram desde 2020 mais de 450 mortos entre os reclusos, numa série de massacres.
Essa violência também se estendeu às ruas, até fazer do Equador um dos países mais violentos do mundo.