Por muito que o futebol tenha um império de popularidade incomensuravelmente amplo, os tempos estimulam a que o diálogo com outros desportos se desenvolva. Do ponto de vista técnico, muitos treinadores têm sido inspirados por modalidades onde a preparação tática é mais refinada. O que ainda não se tinha visto até aqui era a apropriação tão evidente de regras alheias.

Em Inglaterra, o The Telegraph avança que vão ser testados esta época, nas competições de nível mais baixo, cartões azuis que obrigam um jogador a ser expulso durante dez minutos quando cometer uma “falta cínica” ou protestar de forma veemente com o árbitro. Quando um futebolista for expulso temporariamente duas vezes, o cartão transforma-se em vermelho.

A nova regra tem laivos daquilo que já acontece no râguebi, onde um jogador pode ser expulso durante dez minutos. No hóquei em patins, já existem cartões azuis, mas, neste caso, a suspensão temporária dura apenas dois minutos.

A medida, segundo o jornal inglês, vai ser apresentada na sexta-feira pelo International Football Association Board (IFAB). Desde 1970, que não eram introduzidos novos cartões no futebol. Apesar da fase de testes não abranger, para já, as competições inglesas de maior relevo, a Federação Inglesa está disponível para que a regra seja utilizada nas suas competições na próxima época, em especial na Taça de Inglaterra (masculina e feminina).

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Esta é mais uma das novidades que Inglaterra tem vindo a implementar nos últimos tempos. No início do ano, foi recuperada uma ideia que, não sendo nova, é incomum. Num jogo entre Brentford e Wolverhampton, a contar para a Taça de Inglaterra, o árbitro Tony Harrington expulsou o médio brasileiro João Gomes com um cartão vermelho redondo que serve para ajudar jogadores com dificuldades em distinguir cores a perceberem a sanção dos árbitros. Do mesmo modo, a forma do cartão permite ao árbitro ir ao bolso e agarrá-lo sem ter dúvidas de que é o vermelho que está a retirar.