A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou esta sexta-feira grande preocupação com os surtos de dengue no Brasil, que somou mais de 262 mil infeções desde o início do ano.

Ao todo, os países da América Latina, onde o vírus da dengue tem grande circulação, somaram 373 mil casos no primeiro mês de 2024.

O especialista da OMS em dengue Raman Velayudhan precisou esta sexta-feira que a maioria dos casos está a registar-se atualmente, além do Brasil, no Paraguai, Colômbia, México e Nicarágua, mas reconheceu que é o país lusófono que mais preocupação causa.

OMS considera surto de dengue no Brasil um “desafio significativo”

O Brasil, o maior da região, decidiu incorporar no seu programa de imunização a nova vacina japonesa que está a ser comercializada contra a dengue, doença em constante expansão e que já se encontra nos países mediterrânicos, na América do Sul e em partes de África.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A vacina já começou a ser aplicada gratuitamente em 512 municípios brasileiros em crianças entre 10 e 14 anos, mas devido à baixa quantidade de doses de imunizante disponível no mercado, o país deverá vacinar um total de 2,5 milhões de pessoas já que a vacina precisa de duas doses. O Brasil tem uma população de 203 milhões de pessoas, segundo o censo de 2022 divulgado pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE).

A tendência de aumento dos casos de dengue ficou clara no ano passado, quando foram registados 4,5 milhões de casos na América Latina (dos 5,5 milhões no mundo) e embora a mortalidade seja relativamente baixa (0,4%), é considerada uma doença de difícil de controlar.

Isto deve-se ao seu caráter urbano, ao facto da doença ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que pica durante o dia. Especialistas têm informado que a doença está a crescer com rapidez este ano devido ao aumento das temperaturas e à chuva, que oferecem condições ideais para sua propagação.

Embora a maioria dos casos de dengue seja geralmente leve — com sintomas como dores de cabeça e no corpo, febre alta, comichão e náusea — a doença torna-se grave se a pessoa for infetada pela segunda vez. Nesse caso, as hipóteses de sofrer de dengue grave são altas e pode ser necessária hospitalização.