A Federação Nacional da Educação (FNE) lança esta sexta-feira a candidatura virtual de “Maria Esperança Portugal”, uma candidata fictícia às eleições legislativas antecipadas que pretende pôr os partidos a discutir o setor.

“Além do nosso trabalho para a construção de um roteiro para a legislatura, queremos utilizá-la como sendo quase uma porta-voz para a promoção do debate”, explicou à Lusa o secretário-geral da FNE, Pedro Barreiros.

A candidatura fictícia de Maria Esperança Portugal é lançada esta sexta-feira, com o lançamento de uma página na Internet em que são detalhadas as várias propostas, desde a educação para a infância ao ensino superior e investigação.

“É Maria porque 80% do corpo docente e não docente são mulheres e o apelido que escolhemos foi Esperança porque é preciso ter esperança no quadro das nossas reivindicações relacionadas com o rejuvenescimento da profissão e, também por isso, criamos um rosto jovem“, explicou Pedro Barreiros.

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“Maria Esperança Portugal”, uma candidata criada através de inteligência artificial, tinha sido pensada para as eleições europeias, que se realizam em junho, mas a demissão do Governo e marcação de eleições antecipadas para 10 de março levou a FNE a avançar já com a iniciativa.

A cerca de um mês da ida às urnas, o objetivo é colocar no centro do debate os temas da educação, algo que não tem acontecido, lamenta o dirigente sindical.

É estranho, passados todos estes debates, ainda não se ter ouvido nada sobre Educação. Se não falam, temos de fazer qualquer coisa para que se fale e eu acho que a Maria pode vir a ter esse contributo”, antecipou.

Quanto às suas propostas, coincidem com muitas das reivindicações que a FNE tem vindo a fazer: a revisão do regime de mobilidade por doença, a eliminação da burocracia ou a valorização do setor social.

A FNE está ainda a preparar o roteiro para a legislatura e reúne, no dia 16, com representantes de todos os partidos com representação parlamentar.