Durante o jogo, os sinais quase de desespero dos jogadores do FC Porto com as decisões de arbitragem iam-se multiplicando na segunda parte com o passar dos minutos. Por exemplo, se Diogo Costa pareceu protestar mais com outros lances do que propriamente com aquele que lhe valeu o primeiro vermelho direto, Francisco Conceição já tinha arriscado algo mais do que um amarelo quando protestou e teve de ser travado por Pepe e acabou mesmo expulso por acumulação num lance em que colocou a mão na cara de Ndiaye antes de um lançamento. Depois do segundo cartão, e apesar de estar a ser retirado por Sérgio Conceição, bateu palmas na cara do árbitro António Nobre, continuou em protestos e saiu a trocar palavras com adeptos do Estoril, mostrando o símbolo dos azuis e brancos entre outros gestos perante os insultos que ia ouvindo.

A noite do adeus ao título de uma equipa perdida por extensão do seu treinador (a crónica do Estoril-FC Porto)

Além da derrota frente ao Estoril, a terceira em quatro jogos com o conjunto da Linha esta temporada, os dragões terminaram reduzidos a nove elementos na antecâmara da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal em Guimarães e depois do apito final viram outro vermelho, neste caso para o delegado ao jogo, Luís Gonçalves. Com Sérgio Conceição a aproximar-se da equipa de arbitragem para fazer quase uma barreira aos protestos dos jogadores azuis e brancos, com Evanilson e Wendell a serem inicialmente os mais descontentes, o técnico esteve depois a falar para António Nobre com os dois assistentes a formarem quase uma “barreira” para o árbitro principal. No meio de toda essa confusão, Pepê foi também um dos mais indignados pelos protestos e numa primeira instância tudo apontava para que tivesse visto também o cartão vermelho mas o envio da ficha de jogo por parte do árbitro atribuiu a Luís Gonçalves esse cartão.

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Depois desse momento de maior tensão e antes da saída para os balneários com um cumprimento rápido aos adeptos azuis e brancos presentes na Amoreira, os responsáveis do FC Porto anunciaram que ninguém do clube marcaria presença na zona de entrevistas rápidas depois de tudo o que tinha acontecido (só mais tarde houve uma reação e de Pinto da Costa, que se deslocou à sala de imprensa para uma declaração). Com isso, sobrava apenas o resultado. Um resultado que pode ter acabado de vez com as possibilidades azuis e brancas de conquistar o título e, em paralelo, de chegar ainda à terceira pré-eliminatória da Champions perante o atraso de dez pontos para o Sporting (quem tem menos um jogo) e de nove para o Benfica.

Desde 1977/78 que o FC Porto não perdia fora para o Campeonato com o Estoril, naquele que foi o terceiro desaire em quatro encontros frente aos canarinhos na presente temporada. Em paralelo, e pela primeira vez na história, o conjunto da Linha conseguiu ganhar os dois encontros frente aos dragões na mesma época para a Liga, permitindo que a equipa ganhe outro oxigénio na luta para fugir à despromoção.

Do lado do FC Porto, os números mostram como esta está a ser a temporada mais difícil desde que Sérgio Conceição assumiu o comando da equipa em 2017. Os dragões sofreram a décima derrota da época (o pior registo desde 2019/20), a quinta a contar para o Campeonato, e já perderam um total de 23 pontos, naquele que é também a pior marca desde que o técnico voltou ao Dragão na nova função depois das duas passagens como jogador. Em paralelo, este foi o oitavo jogo sem golos da equipa, o quinto na Liga.

Em termos disciplinares, e com o cartão vermelho a Pepê depois do final de um encontro onde Diogo Costa e Francisco Conceição também já tinham sido expulsos, o FC Porto igualou o Famalicão como equipa com mais vermelhos no Campeonato (oito). Desde a última temporada, no jogo em casa com o Gil Vicente, que a equipa azul e branca não terminava uma partida reduzido a nove elementos, e há 30 anos que não via três vermelhos num só jogo depois de um jogo com o Boavista em 1993/94 em que ficou com oito jogadores.

Notícia atualizada com a expulsão no final do jogo a Luís Gonçalves e não a Pepê