Era o verdadeiro dia de festa depois de duas semanas de festa. O Sporting recebia o Desp. Chaves na última jornada do Campeonato, uma quinzena depois de ser campeão nacional, e celebrava em comunhão com um Estádio José Alvalade completamente lotado e a ideia de que iria receber o troféu da Primeira Liga após o apito final.

Numa altura em que já se fala muito sobre mercado de transferências, entre a potencial saída de Gyökeres, Gonçalo Inácio ou Diomande e a potencial contratação de Debast ou Ioannidis, a equipa de Rúben Amorim mantinha o objetivo de terminar a temporada com 90 pontos, vencer todos os jogos em Alvalade para o Campeonato e tinha até o foco de fechar a época com mais 10 pontos do que o Benfica, que tinha empatado com o Rio Ave no dia anterior.

Ficha de jogo

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Sporting-Desp. Chaves, 3-0

34.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)

Sporting: Diogo Pinto (Francisco Silva, 83′), Luís Neto (Jeremiah St. Juste, 57′), Coates, Gonçalo Inácio, Ricardo Esgaio (Marcus Edwards, 73′), Morita (Daniel Bragança, 73′), Hjulmand (Paulinho, 45′), Nuno Santos, Trincão, Gyökeres, Pedro Gonçalves

Suplentes não utilizados: Iván Fresneda, Diomande, Eduardo Quaresma, Koba Koindredi

Treinador: Rúben Amorim

Desp. Chaves: Gonçalo Pinto, Ygor Nogueira (Bruno Rodrigues, 45′), Vasco Fernandes (Steven Vitória, 85′), Júnior Pius, Habib Sylla, Raphael Guzzo (João Correia, 45′), Guima, Hélder Morim, Paulo Victor (Benny, 68′), Jô Batista, Leandro Sanca (Sandro Cruz, 45′)

Suplentes não utilizados: Rodrigo Moura, Rúben Ribeiro, Héctor Hernández, Carraça

Treinador: Moreno

Golos: Gyökeres (23′, gp, e 37′), Paulinho (55′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Hjulmand (45+6′), a Ricardo Esgaio (48′), a Habib Sylla (82′); cartão vermelho direto a Júnior Pius (45+6′)

“É muito importante o facto de poucas equipas terem vencido todos os jogos em casa e também é importante para recompensar o apoio dos adeptos. A melhor preparação para o jogo seguinte é ganhar e jogar bem e vamos tentar isso. Vamos aproveitar para nos despedirmos de jogadores importantes nesta caminhada… O Neto irá fazer o seu último jogo em Alvalade, o Adán também. É talvez a parte mais difícil de ser treinador. Uma das razões que faz com que queiramos ir para outro sítio é não ter de tomar estas decisões e eu tomei. Estamos aqui porque fomos campeões no primeiro ano”, atirou o treinador leonino, que antecipou desde logo as saídas de Luís Neto e Adán no final da temporada.

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Assim, e cumprindo o que já tinha anunciado na conferência de imprensa, Amorim lançava Neto no trio de centrais, Esgaio e Nuno Santos nos corredores e Hjulmand e Morita no meio-campo, mantendo Diogo Pinto na baliza face às lesões de Adán e Franco Israel. Do outro lado, num Desp. Chaves já despromovido, Moreno tinha Jô Batista, Leandro Sanca e Paulo Victor no setor mais adiantado. Pelo meio, e com Nani e Dolores Aveiro perto de Frederico Varandas na bancada presidencial de Alvalade, os leões aproveitavam para apresentar a nova camisola para 2024/25, uma homenagem a Francisco Stromp.

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O Sporting arrancou com o pé no acelerador e teve duas oportunidades ainda dentro dos 10 minutos iniciais, com Morita a rematar para uma boa defesa de Gonçalo Pinto (2′) e Gonçalo Inácio a cabecear ao poste (4′). O Desp. Chaves respondeu bem à entrada positiva dos leões, resistindo à tentação de afundar no relvado e provocando algumas dificuldades ao adversário: Jô Batista rematou ao lado (6′) e Sanca teve tudo para abrir o marcador, mas falhou o alvo (8′), com Rúben Amorim a demonstrar algum desconforto com aquilo que a equipa ia permitindo.

Manuel Oliveira assinalou uma grande penalidade sobre Trincão, que reverteu depois de analisar as imagens do VAR, mas pouco depois voltou a ser chamado aos ecrãs e assinalou mesmo penálti de Guima, que intercetou um cruzamento de Morita com o braço. Na conversão, Gyökeres não falhou (23′). O Desp. Chaves sentiu muito o golo sofrido e não conseguiu voltar a ter a capacidade de assustar verdadeiramente a baliza de Diogo Pinto, com o Sporting a aproveitar para subir os setores e assentar arraiais no meio-campo adversário.

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Trincão poderia ter aumentado a vantagem ainda antes da meia-hora, com um remate que passou por cima (27′), Neto cabeceou para uma defesa atenta de Gonçalo Pinto (33′), mas a tarde estava reservada para Gyökeres. Já perto do intervalo, na sequência de um lance perfeito do Sporting que passou por Trincão, Pedro Gonçalves e Esgaio, o sueco recebeu na área de costas para a baliza, rodou e atirou para bisar (37′).

Até ao fim da primeira parte, Gyökeres ainda carimbou o aparente hat-trick, com o lance a ser anulado por falta de Coates num ponto anterior da jogada (45+6′), e Júnior Pius foi expulso com cartão vermelho direto já nos descontos por ter agredido Hjulmand. Ao intervalo, o Sporting estava a vencer o Desp. Chaves com muita naturalidade e Alvalade ia cumprindo a festa anunciada.

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Rúben Amorim mexeu logo ao intervalo, trocando Hjulmand por Paulinho e recuando Pedro Gonçalves para o meio-campo, e Moreno respondeu com a entrada de João Correia, Bruno Rodrigues e Sandro Cruz. O Desp. Chaves entrou melhor na segunda parte, mascarando o facto de estar a jogar com menos um elemento, e tanto João Correia (46′) como Paulo Victor (50′) tiveram oportunidades claras para reduzir a desvantagem.

Do outro lado, porém, reinava a eficácia. No momento da primeira aproximação à baliza de Gonçalo Pinto na segunda parte, Nuno Santos recebeu de Neto já perto da linha de fundo, cruzou a partir da esquerda e Paulinho, de primeira e de pé esquerdo, atirou para aumentar a vantagem e assinar um grande golo (55′). Pouco depois, aproveitando o clima de euforia, Rúben Amorim trocou Neto por St. Juste, motivando uma enorme ovação das bancadas de Alvalade ao experiente central que fez o último jogo pelos leões.

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Moreno voltou a mexer a cerca de 20 minutos do fim, trocando Paulo Victor por Benny, e Gyökeres ia perseguindo o hat-trick. Ainda assim, o jogo entrava claramente numa fase de velocidade-cruzeiro, em que o Sporting geria e controlava o resultado em superioridade numérica e o Desp. Chaves ia abdicando de contestar algum tipo de divisão dos pontos. Até ao fim, Rúben Amorim ainda lançou Daniel Bragança, Marcus Edwards e o jovem guarda-redes Francisco Silva, que cumpriu os primeiros minutos pela equipa principal e também se sagrou campeão nacional.

O Sporting venceu o Desp. Chaves em Alvalade na última jornada do Campeonato, terminou a temporada com pleno de vitórias em casa para a Liga e 90 pontos, mais 10 do que o Benfica, para além de ter marcado em cada um dos 34 jogos. No dia da despedida de Luís Neto e da estreia de Francisco Silva, a equipa de Rúben Amorim ganhou com a ajuda do rugido de Gyökeres, o leão que sempre foi o rei da selva e que acabou a competição com 29 golos e enquanto melhor marcador.

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