Havia sempre uma ligeira dose de favoritismo do FC Porto. Logo à cabeça, por ter acabado a fase regular do Campeonato na primeira posição. Depois, por todos os encontros destas meias-finais com o Sporting terem caído para a formação que atuava em casa. Por fim, e com todas as formações a quererem garantir uma vaga na decisão, porque a única possibilidade de ser uma temporada positiva para os dragões passava pela vitória na principal prova nacional depois do triunfo dos leões na Liga Europeia a ganhar o clássico no arranque da Final Four. Ainda assim, estava tudo em aberto. E esteve, literalmente, até ao último segundo, tanto que a decisão passou pelo desempate nas grandes penalidades depois de mais um remate ao poste da formação verde e branca por Toni Pérez no epílogo dos 60 minutos. Aí, saíram por cima os dragões.

“É fundamental termos o fator casa por todos os motivos, porque temos o nosso piso e o público do nosso lado. É muito bom para nós e será mais um jogo num pavilhão que vai estar cheio, o que é uma motivação extra para o clássico. É uma final entre duas equipas que querem estar na final do Campeonato. Temos que entrar muito fortes, dar muito pouco ao Sporting, para não aproveitarem os nossos erros, estarmos bem defensivamente e ainda melhor ofensivamente para conseguirmos marcar mais um golo do que eles. Faltam poucas semanas para acabar a época e temos que dar algo extra tanto física como mentalmente. Atravessamos uma fase em que é preciso todos darem mais um bocadinho”, tinha referido Gonçalo Alves.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A pontaria certa ganhou ao excesso de pontaria: FC Porto goleia Sporting e fica a um triunfo da final do Campeonato

Meu dito, meu feito. Apesar de ter pela frente Ângelo Girão, o capitão dos azuis e brancos marcou o 1-0 logo no terceiro minuto num remate cruzado que fez “explodir” o Dragão Arena mas por muito pouco tempo, com Alessandro Verona a fazer logo de seguida o empate (4′). Com Pinto da Costa de regresso ao pavilhão num camarote ao lado da tribuna onde se encontrava o presidente André Villas-Boas, o FC Porto não demoraria a assumir novamente o comando do marcador, arrancado para uma grande primeira parte que terminou com um triunfo por 4-1 com golos de Carlo Di Benedetto (8′), Ezequiel Mena (11′) e Gonçalo Alves (24′).

“Há dois aspetos importantes a ter em conta na negra, que têm a ver com a parte tática e emocional. No aspeto emocional, temos de igualar a intensidade do adversário e saber o que estamos a disputar em cada momento. Depois, na parte tática, nos dois jogos que disputámos no Dragão Arena começámos a perder por 3-0 e dar a volta numa pista com um ambiente assim e contra um rival tão bom é difícil. Temos de fazer valer o nosso modelo, a nossa defesa, e estar sempre vivos no jogo. Se fizermos isso, podemos passar esta eliminatória”, apontara antes da partida Alejandro Domínguez, treinador do conjunto verde e branco.

A lei do primeiro golo a confirmar o fator casa: Sporting vence clássico com FC Porto e leva meias do Campeonato para a negra

Com três golos de avanço e sabendo que poderia explorar mais movimentos de transição rápida perante o risco assumido pelo Sporting, o FC Porto sabia que tinha o jogo na mão mas um grande golo de Toni Pérez logo a abrir o segundo tempo impulsionou uma mudança de rumo no encontro (26′). Os leões foram tendo uma confiança cada vez maior na pista, reduziram para 4-3 num golo fabuloso de Ferran Font (39′), ficaram vivos na partida depois de Ângelo Girão travar um livre direto de Gonçalo Alves pela décima falta dos verde e brancos (40′), não conseguiram empatar num livre direto de João Souto que bateu na trave (44′) mas ainda foram a tempo de fazer o 4-4 num remate de Rafa Bessa que levou tudo para prolongamento (45′).

Voltava tudo à estaca zero mas com o Sporting por cima em termos anímicos, algo que teve o seu peso ainda na primeira parte do tempo extra com Ferran Font a desviar na área após jogada de João Souto (51′). O jogo mudava de vez, o que obrigou o FC Porto a reagir de outra forma. Perante tanta insistência, o empate a cinco chegou a 21 segundos do intervalo, com Carlo Di Benedetto a vir por trás da baliza para o desvio que enganou Girão (55′). Continuava tudo em aberto, com oportunidades nas duas balizas e um minuto final de “loucos”, com Girão a tirar por duas vezes o 6-5 a Gonçalo Alves antes de Xavi Malián travar um remate de Toni Pérez que, na recarga na área no último segundo, acertou no poste (60′). A decisão caía para as grandes penalidades e aí os dragões foram melhores, marcando por Edu Lamas e Gonçalo Alves perante as tentativas falhadas de Henrique Magalhães, Nolito Romero, Verona e Rafa Bessa que colocaram o FC Porto na final.