A greve dos trabalhadores da Valorsul, que terminou este sábado, contou com uma “adesão elevada”, sobretudo entre os operacionais, apontou fonte sindical, que referiu que o aumento anunciado pela empresa está aquém do exigido.

“A greve correu bem e teve uma adesão elevada, sobretudo entre os trabalhadores operacionais. Todos os centros, com exceção do Cadaval, estiveram com a produção completamente parada até às 08:00 de hoje”, avançou Mário Matos do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA), em declarações à Lusa.

A paralisação foi convocada por esta estrutura sindical, com os trabalhadores a reivindicarem a valorização salarial e a redução do horário de trabalho.

Na sexta-feira, a Valorsul comprometeu-se, numa resposta enviada à Lusa, com um aumento de 3,5% para todos os trabalhadores e com a subida do subsídio de refeição para 9,60 euros.

Quanto à redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, disse que a questão está a ser analisada e que têm sido promovidas reuniões com os trabalhadores para se ouvirem “as suas sugestões e expectativas”.

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Contudo, o sindicato referiu este sábado que esta decisão já tinha sido avançada pela empresa em maio e que se encontra aquém das exigências dos trabalhadores.

Apesar de notar que existe um avanço em relação à questão dos salários, Mário Matos lembrou que o setor do ambiente e do tratamento de resíduos “é importantíssimo” e que, por isso, os seus trabalhadores têm de ser valorizados.

“Não há muitos anos, o salário de entrada de um trabalhador deste setor era consideravelmente superior ao salário mínimo nacional. Hoje, a diferença é quase inexistente”, lamentou, reiterando que os trabalhadores exigem ser valorizados pelo seu trabalho.

Já no que diz respeito ao subsídio de alimentação, o sindicalista disse que a proposta apresentada à Valorsul, responsável pela gestão de resíduos em municípios das regiões de Lisboa e Oeste, era superior. Ainda assim, os trabalhadores aceitam o novo valor aplicado.

O SITE-CSRA lamentou ainda que a empresa se tenha recusado a negociar desde que foi enviado o pré-aviso de greve, alegando que “não falava sob pressão”.

Este sindicato vai agora enviar mais um pedido de reunião à Valorsul.

“Vamos fazer um pedido de reunião e levaremos aos trabalhadores o que vier daí. Depois, vamos analisar e decidir o que fazer”, concluiu.

A Lusa contactou a Valorsul, mas ainda não obteve uma resposta.