De vitória em vitória, Mark Cavendish entrou para a história. Depois de muita luta e superação, o corredor da Astana conseguiu, na quarta-feira, a tão esperada 35.ª vitória na Volta a França e bateu o recorde de Eddy Merckx, que perdurava desde 1975. O britânico nem era para estar neste Tour, dado que queria terminar a carreira na temporada passada, só que um percalço na edição de 2023 fê-lo continuar ligado à equipa cazaque por mais um ano… em busca do recorde.

Um sprint para a história: Mark Cavendish vence e torna-se o ciclista com mais triunfos em etapas do Tour

“Corro o Tour há 15 anos, sei o que fazer. Não serve de nada estar a acariciar o ego a tentar ficar no pelotão. Rio-me quando as pessoas dizem ‘ele está acabado, não vai chegar ao fim’. O melhor é ultrapassares os dias como puderes e estar no máximo no momento certo. Pensávamos que podíamos ganhar pelo menos uma etapa. Foi uma grande aposta por parte do meu chefe, Alexandre Vinokourov, e da equipa (…). Conseguimos. Trabalhámos exatamente como queríamos: como compusemos a equipa, o equipamento”, partilhou o ciclista de 39 anos no final da etapa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As reações ao histórico triunfo surgiram de todos os cantos do mundo, mas a principal veio mesmo da Bélgica. “Parabéns Mark Cavendish por este feito histórico. Um bom rapaz acaba de bater o meu recorde”, escreveu Eddy Merckx nas redes sociais.

Esta quinta-feira correu-se a sexta etapa da Grande Boucle, que ligou Mâcon a Dijon – que não recebia um final do Tour desde 1997 -, num total de 163,5 quilómetros. À semelhança da véspera, a tirada não tinha dificuldades de maior e o final assentava que nem uma luva nas características dos homens mais rápidos. E assim foi. Sem fuga e com a única contagem de montanha a aparecer no início, só no fim é que o espetáculo apareceu.

De aceleração em aceleração, passando pela mudança de bicicleta de Cavendish e duas quedas a envolver o líder da montanha, Jonas Abrahamsen (Uno-X Mobility), e o sprinter da EF Education-Easy Post, Marijn Van den Berg, a Astana e a Alpecin-Deceuninck entraram nos últimos cinco quilómetros no comando do pelotão. Na reta final, Mathieu Van der Poel (Alpecin) lançou Jasper Philipsen pelo lado direito da estrada, mas na esquerda Dylan Groenewegen (Jayco AlUla) acabou por bater o belga por poucos centímetros, somando a sexta vitória no Tour, prova onde já não vencia desde 2022. Mais de uma hora depois da etapa ter terminado, Philipsen acabou desclassificado por “sprint irregular” e Biniam Girmay (Intermarché-Wanty) ficou com o segundo posto.

Na geral as contam mantêm-se intactas antes do contrarrelógio que vai abanar com os dez primeiros. Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) lidera com 45 segundos de vantagem para Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) e 50 para Jonas Vingegaard (Visma – Lease a Bike). João Almeida (Emirates) continua na oitava posição, a 1.32 minutos, Rui Costa (EF Education-Easy Post) está em 50.º, ao passo que Nelson Oliveira (Movistar) é 56.º.

[Notícia atualizada às 17h30 com a desclassificação de Philipsen.]